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O vento frio da noite entrava pela janela aberta e fazia os papéis sobre a mesa voarem para todos os lados

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O vento frio da noite entrava pela janela aberta e fazia os papéis sobre a mesa voarem para todos os lados. A sala estava em um completo silêncio em meio a escuridão, podendo ser possível ver apenas as sombras dos móveis da enfermaria.

Um lençol fino e branco cobria o corpo gelado e imóvel da menina, diversos fios ainda ligados no seu corpo. A pele arroxeada e os lábios secos e brancos, os cabelos que um dia foram de um tom vermelho forte e brilhante, já não eram mais os mesmos.

Ninguém diria que aquela sobre a maca era Amelia Griffins, não se parecia nem um pouco com ela.

A luz sobre a maca começou a piscar e em algum lugar da mansão uma televisão se ligou em um canal de notícias. A força do vento fez com que uma luminária que estava sobre uma estante caísse contra o chão de mármore.

"Não... Não!"

A porta da enfermaria bateu com violência, trincando o seu vidro. A máquina de batimentos cardíacos — que estava no mudo — ecoou um som alto e estridente pela sala, sua tela ligando e desligando até ficar completamente preta e muda.

"O-o que vai ser d-de mim sem ela?"

O vento gelado bateu contra o rosto pálido de Amelia, soprando seus cabelos para todos os lados. O dedo indicador se mexeu bem lentamente e na ponta do mesmo o tom avermelhado se prevalecia.

"Respira fundo..."

"Ela não vai voltar. A minha menina"

As vozes ecoavam e faziam com que todo o corpo da menina se arrepiasse. O tom arroxeado de sua pele aos poucos foi sumindo, trazendo de volta o tom natural de sua pele e levando embora todos os hematomas e cicatrizando as feridas.

As pálpebras se moviam em desespero, ao mesmo tempo em que aura vermelha tomava conta de toda a enfermaria, sacudindo as estantes e armários e trincando janelas e portas.

"Não vai ter sido em vão! Eles vão pagar por tudo!"

De repente, a aura vermelha desapareceu e toda a bagunça se cessou. O silêncio se prevaleceu novamente e a luz amarelada se acendeu de vez.

Em um ímpeto, os olhos de Amelia Griffins se abriram e encararam o teto fixamente.

A ruiva abriu os lábios secos e respirou fundo, puxando o máximo de ar para seus pulmões e se engasgando em meio ao processo. Ela se sentou na maca e levou as mãos ao peito, olhando ao redor confusa. O que havia acontecido?

Ao recuperar o fôlego, ela virou-se de lado, sentindo as pernas fracas e a cabeça girar. Com brutalidade ela arrancou os fios de seu corpo, e foi quando viu a cicatriz enorme na parte superior de seu seio esquerdo. Com a ponta dos dedos ela dedilhou o local e fechou os olhos com força.

✓ Fix You¹ • Bucky BarnesOnde histórias criam vida. Descubra agora