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O som constante do ponteiro do relógio girando era o único som que podia ser ouvido

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O som constante do ponteiro do relógio girando era o único som que podia ser ouvido. A luz amarelada estava fraca e iluminava apenas o centro do quarto, deixando os cantos em uma escuridão assustadora.

A menina estava encolhida na cama, os olhos castanhos fixos em um buraquinho na parede. Ela não piscava e não movia um músculo sequer. Em sua mente, também não havia nenhum pensamento — nem os seus e muitos menos das pessoas ao redor.

Amelia estava mais pálida do que o normal. Os lábios, que uma vez foram avermelhados, estavam roxos e com pelinhas soltas. Para completar, enormes olheiras arroxeadas abaixo dos olhos, entregava a sua falta de sono.

Enquanto a porta de ferro não havia tido nenhum arranhão, o estrago em suas mãos estava horrível. As unhas estavam quebradas e havia sangue seco grudado nas cutículas, as pontas de seus dedos estavam cobertas de feridas que não se cicatrizavam. E ninguém se deu o trabalho de fazer curativos nas mãos da menina, a deixaram sofrendo com as dores constantes e com feridas abertas.

E já fazia dois meses em que ela estava ali. Desta vez, não houve experimentos malucos e incontáveis torturas. Ela era apenas uma prisioneira. Sozinha em meio a escuridão, convivendo com o vazio de sua mente e o frio constante no quarto.

Ainda não tinha acesso a nenhum de seus poderes. Como havia imaginado, um dispositivo tecnológico — que restringia o uso de qualquer tipo de poderes —, fora instalado em alguns ambientes da base. Além disto, eram aplicados em sua veia doses altas de tranquilizantes e um novo antídoto que retardava o seu processo de cura.

Durante os dois meses presa na base secreta da Hydra, Amelia teve três tentativas de fuga — e obviamente, nenhuma delas teve sucesso —, resultando apenas em procedimentos de Lobotomia e no uso incontrolável de tranquilizantes e armas de choque.

Quando não estava em estado vegetativo sobre a cama dura, Amelia estava tendo acessos de raiva, que resultavam em diversos agentes sendo gravamente feridos — isso quando não eram mortos. E a menina não se arrependia de nada, sentia até prazer em vê-los implorando e sangrando em suas mãos.

A porta de ferro se abriu de repente e o som do ferro se arrastando no chão ecoou pelo quarto, mas nem isso fez a menina se mover. Seus olhos agora encarava o canto mergulhado em escuridão, observando os vultos e silhuetas da privada e pia. Ange carregava uma bandeja de prata com uma maçã e um sanduíche, enquanto caminhava com passos cautelosos até o centro do quarto.

— Trouxe sua comida, Amelia! — falou largando a bandeja de qualquer jeito sobre a mesa de ferro presa à parede. A loira cruzou os braços em frente ao peito e encarou a garota encolhida na cama. Seguindo o olhar fixo dela para o banheiro improvisado no canto do quarto. Ange franziu o cenho pra escuridão, tentando enxergar o que tanto prendia a atenção da ruiva. — Amelia?

A menina não se moveu, o que irritou Angelina. Ela caminhou com passos apressados até Amy e virou o corpo catatônico dela para pode encarar o rosto pálido. Ange deu dois tapinhas nas bochechas da mais nova.

✓ Fix You¹ • Bucky BarnesOnde histórias criam vida. Descubra agora