Sentimental

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Junhui não imaginava ver o amigo voltando tão cedo, pois pensou que passaria o Ano Novo ao lado dos pais. Contudo, soube pela forma confiante em que caminhava e pelo singelo sorriso que lançava aos clientes, que algo tinha mudado. E realmente tinha, Jeonghan estava mais radiante e se sentiu aliviado por isso.

Depois que todos saíram da casa dos pais de Jeonghan, ele se deitou em sua cama, enquanto sentia seu corpo inteiro pesar por ter comido mais do que pudesse aguentar. Estava realmente precisando daquilo, se distrair, rir, passar um pouco de raiva e conversar com sua mãe, e foi pensando nisso que acabou sorrindo.

Admirava-a muito, mais do que podia falar ou demonstrar, afinal a achava a mulher mais sábia e compreensiva do mundo. E não era para menos, sua mãe sempre o compreendia e sabia dizer exatamente o que precisava ouvir, da maneira como precisava ouvir, para que fizesse aquilo que dizia entrar em sua cabeça.

Respirou fundo e ao fechar os olhos, permaneceu sorrindo, as palavras dela ainda flutuavam por sua mente e ele sabia, pois aquela verdade sempre gritou dentro de si, mas fingia a ignorar, para não ter que lidar com ela. Ele amava Choi Seungcheol e realmente o causava pânico admitir aquilo.

Nos dias seguintes, se sentiu envergonhado consigo mesmo por ter que ficar tanto tempo separado dele para entender que precisava dele em sua vida. E resumindo, agora teria que achar uma forma de destruir aquela bola de neve que ambos haviam construído, junto com um jeito de abaixar suas autodefesas e parar de o espantar de sua vida.

Quando retornou a Seul, Jeonghan se sentia pronto, mesmo que ainda com medo do desconhecido, para tentar algo com Seungcheol. Sabia que estava mergulhando em um oceano de possibilidades, e mesmo que pensasse em cada uma delas com receio, queria se sentir feliz novamente.

E naquele instante, Jeonghan sentia seu rosto queimar e seu coração quase explodir de tanto bater. A música da boate o fazia ficar zonzo no momento e depois que sentiu a mão de Jun em seu ombro o encorajando, apenas enviou a mensagem e bloqueou o celular, tentando se concentrar no trabalho.

Aquela havia sido a maneira que encontrou de o contatar, e estava realmente surpreso de o outro não o ter bloqueado, tirando um enorme peso de suas costas.

Em outro ponto da cidade, a caneta entre os dedos do professor, batia no caderno freneticamente, enquanto tentava seguir o conselho de Jihoon, e colocar tudo o que sentia em um papel.

No fim só havia conseguido era sentir ainda mais saudade do garoto de cabelos loiros. Obrigou-se a rir de si mesmo, enquanto sentia que lhe faltava algo e mesmo que não quisesse admitir, ele não iria conseguir fugir por muito mais tempo do outro.

Os dias que se sucediam, apenas fazia aumentar o amor que continuava cultivando dentro de si contra sua vontade. E por mais que brigasse consigo mesmo, bebesse e socasse a parede para que a dor superasse a culpa que sentia, ele tinha consciência que estava só mentindo para si mesmo, negando daquela forma a verdade.

E se permitiu se perguntar naquele instante se Jeonghan pensava nele, assim como Seungcheol estava fazendo agora. Se ele o havia superado, ou era apenas uma coisa que sua mente confusa o fazia acreditar. No fundo o que mais gritava era, será que foi especial para o outro como ele ainda é para si?

Quando o celular vibrou e emitiu o som característico de uma mensagem, Seungcheol apenas ignorou, estava com preguiça demais para o buscar do outro lado da cozinha. E não queria quebrar sua linha de raciocínio enquanto escrevia tudo o que vinha em sua mente.

Porém ao finalmente ler, Seungcheol sentiu seu mundo girar e precisou se sentar em sua cama para se acalmar. Não estava esperando e após ler diversas vezes, atordoado demais para conseguir o responder naquele instante, apenas encaminhou a mensagem aos amigos.

Tomou um pouco da água que tinha trazido consigo para o quarto e esperou a resposta do casal de amigos, que não demorou muito a chegar. Porém, não disseram algo para que ele parasse de revirar sua mente a procura do que faria naquele momento, porque no fim, era para ele seguir o coração, que agora a decisão era apenas e unicamente dele.

Ao respirar fundo e se deitar, leu a mensagem mais uma vez, antes de finalmente o responder.

Jeonghan
31/12 - 01:41

Oie, eu estou feliz que não tenha me bloqueado de verdade
Eu não sei como começar isso, porque você
disse que era para te esquecer, mas eu não consigo...
Eu apenas quero me desculpar pelo que te fiz
quero fazer isso pessoalmente e conversar direito com você, se também quiser
Eu entenderei caso não quiser me ver, mas se der uma chance para mim, eu prometo não desperdiçar como fiz da última vez
Vou estar no mesmo café que fomos aquela vez às 15h... desculpa e pense com carinho nisso...

Seungcheol

31/12 - 04:17

oi... tudo bem...

nos vemos mais tarde, Jeonghan


Jeonghan
31/12 - 04:33

Até mais...

Jeonghan
31/12 - 05:02

senti sua falta...

Seungcheol

31/12 - 05:15

eu também senti a sua

Before our SpringOnde histórias criam vida. Descubra agora