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Seungcheol estava sentado na mesa da casa de Jihoon, o observando preparar o café da manhã enquanto lidava com a carência extrema de Soonyoung, que parecia o ter ignorado ali. Contudo, não ligou, tentava manter sua cabeça ocupada enquanto o assunto da noite passada percorria sua mente e se visse obrigado a lembrar-se de tudo o que tinha vivido nas últimas semanas, procurando em quem acreditar.

Depois de ter contado aos amigos o que havia acontecido na noite anterior, teve que os escutar falando asneiras sobre o Jeonghan para si. O que resultou em uma semi-briga.

― Ainda pensando no que te dissemos? ― Jihoon perguntou servindo uma xícara de café para ele.

― Não tem muito como esquecer... ― disse mais ríspido que o necessário.

― A gente só achou que você deveria saber, Cheollie. Você sabe que a gente mais do que tudo só quer te ver bem e feliz ― a voz do mais alto do casal diminuiu o tom em seguida ― mas não sei se o Jeonghan é a pessoa pra isso...

― Soon eu conheço o Jeonghan, mesmo que a pouco tempo, sei que ele é o melhor pra mim nesse momento.

― Não somos contra isso, só não queremos você se machucando novamente. ― Jihoon interveio ― sabemos o quanto foi difícil superar seu último término e o quanto isso te machucou. Não queremos te ver aos cacos novamente.

Choi apenas se calou, não queria brigar, muito menos com seus melhores amigos, principalmente se o motivo fosse por conta da sua vida amorosa. Apenas bebericou seu café enquanto organizava seus pensamentos.

― Como descobriram essas coisas? ― Cheol perguntou intrigado.

― As pessoas falam. Assim que souberam que tinha saído com ele alertaram a gente do tipo de pessoa que ele era. ― o mais baixo falou apreensivo, recebendo mais silêncio do mais velho em troca.

― E ele não pode ter mudado?

― Cheol, eu não sei... as pessoas só disseram o que te falamos ontem; que o Jeonghan não consegue ser fiel e mal se mantém em relacionamentos...

― As pessoas sempre falam, Jihoon! Falavam que você odiava e só queria brincar com o Soonyoung, falavam que você, Soon, estava sendo idiota de correr atrás de quem não te queria. Inventaram um monte de coisas pra separar vocês e agora estão fazendo o mesmo comigo! ― Seungcheol não aguentou.

― Não! A gente não está fazendo o mesmo com você! ― Soonyoung se pronunciou depressa.

― Não parece! Incrível que as pessoas sempre falam, mas cuidar da porcaria de vida que elas têm, não cuidam. Eu to cansado disso, de fofocas, de gente se intrometendo, ninguém ao menos se prestando pra conhecer alguém.

― Cheol se acalme...

― Não me peça pra ter calma, Soonyoung! Por que também não vão cuidar da porcaria da vida de vocês e me deixam em paz?

O professor respirou fundo, passou a mão pelos cabelos com raiva e se levantou da cadeira. Frustrado demais para dizer qualquer coisa, ou ao menos esperar a resposta deles para o que tinha acabado de dizer. Os três sabiam que ele apenas precisava de um tempo para esfriar a cabeça e que tudo voltaria ao normal, como sempre acontecia quando discutiam. Mas ver Seungcheol sair, sem ao menos se despedir, havia doído mais do que esperavam.

Naquele dia tentou aproveitar sua folga para cuidar de si. Avisou que não poderia ver o Jeonghan, pois tinha trabalho acumulado para fazer. Na verdade ele não queria o ver, pois era como se ao fazer isso corresse o risco de brigar com ele, e estragar uma das únicas chances que estava tendo para recomeçar.

Encarar o teto e ouvir música no último volume, apenas o lembrava de sua adolescência, sentia-se voltando no tempo e pensando que era tudo mais tranquilo quando agir por impulso era apenas uma coisa da idade e culpa dos hormônios. Tornar-se adulto nunca havia o deixado animado. A ideia de ter que tomar conta de si mesmo, e não poder simplesmente fazer nada sem ser chamado de infantil e imaturo o irritava.

Nem mesmo amar alguém parecia possível.

Ele confiava em Jeonghan, ele sentia que estava o amando de verdade, mesmo com toda a dificuldade que tinha para quebrar as barreiras que o outro construira. Sentia que precisava saber mais dele, mas ainda assim acreditava que ele nunca o faria mal algum, e que havia alguma coisa estranha em toda aquela fofoca.

Before our SpringOnde histórias criam vida. Descubra agora