Antonella
O grito fica preso em minha garganta e meu coração bate tão rápido que parece fogos de artifícios em noite de réveillon explodindo no céu, no impulso puxo meu braço e olho para o lado já me preparando para correr, e então dou de cara com Lucca que me olha atentamente.
- O que foi amor? Parece assustada. - ele diz e respiro aliviada, olho para trás e não vejo mais o homem e nem o carro, será que era só coisa da minha cabeça?
- Eu? Assustada? Impressão sua. - digo forçando um sorriso. - Só estava com presa, veio me buscar ou só estava passando por aqui e me viu? - pergunto olhando para trás mais uma vez.
- Vim te buscar. - responde e pega em minhas mãos. - Você está tremendo, o que está acontecendo? - pergunta e puxo minha mão.
- Não está acontecendo nada. - passo a mão no cabelo para disfarçar. - Vamos então, estou cheia de fome, deve ser por isso que estou tremendo. - minto, nem fome estou sentindo pois comi antes de sair do trabalho.
- Deve ser isso então, quer parar em algum lugar para comer? - pergunta e começa a andar em direção ao seu carro.
- Não precisa, minha mãe deixou minha comida separada. - falo e dou uma corridinha para acompanhar seus passos.
- Tudo bem então, se quiser parar para comer é só me falar. - diz e entra no carro, dou a volta e entro já colocando o cinto de segurança. - Pensou sobre nós querida? - balanço a cabeça confirmando.
- Pensei Lucca, acho que por termos muito tempo juntos que resolvi relevar essas suas grosserias sem fundamento, é a última vez que relevo isso, só para deixar tudo bem claro. - falo e ele desvia os olhos da estrada e me olha. - Eu te amo mas não me faça perder a confiança que tenho depositada em você não.
- Obrigado, prometo que não irei lhe decepcionar. - ele diz pegando em minha mão e beijando a mesma. - Hoje fui ver nossa casinha, está pronta já, só falta mobiliar ela, podemos fazer isso essa semana, o que acha?
- Pode ser, estou curiosa para ver como ela ficou. - digo sorrindo. - Sábado meus pais vão fazer um jantar para comemorar meu aniversário, você vai? - pergunto não me empolgando tanto, pois das outras vezes ele sempre dizia que tinha compromisso.
- Claro que vou, esse ano estou livre, vou poder comemorar o aniversário do amor da minha vida. - diz sorrindo e dou um sorrisinho amarelo. - O que quer de presente? - pergunta e dou de ombros.
- Talvez que você seja mais presente em minha vida e mais honesto. - digo sem pensar e ele me olha assim que paramos em um semáforo.
- Achei que já havíamos encerrado esse assunto, tem certeza que quer voltar a discutir isso? - pergunta sério e reviro os olhos.
- Falei sem pensar Lucca, não precisa me dar nada de presente e não, não quero voltar nesse assunto. - olho para frente seria, fico em silêncio até chegar em minha casa, ele também não faz questão de conversar, melhor assim, pelo menos não iremos discutir como estamos fazendo direto.
- Estou com uma dúvida. - Lucca diz assim que me preparo para descer do carro. - Sua confiança em mim ainda é a mesma que antes ou você deixou de confiar em mim por causa dessas nossas brigas sem motivo?
Respiro fundo e olho para ele.
- O que você acha Lucca? Ainda confio em você mas com um olho aberto e outro fechado. - respondo e vejo seu semblante endurecer. - Pequenas atitudes nos fazem questionar as coisas, confio em ti mas não como antes, e para ser como era vai demorar um pouco. - falo e saio do carro.
- Desculpa se fiz coisas que abalaram sua confiança. - ele me segura pela cintura colando seu corpo ao meu. - Espero reconquista-la antes do nosso casamento, porque relacionamento é a base da confiança, amor, companheirismo, respeito, e se um falta a estrutura fica abalada. - alisa meu rosto e suspiro.
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O Don da Máfia [DEGUSTAÇÃO]
RomanceO tempo deixa perguntas, mostra respostas, esclarece dúvidas mas, acima de tudo, o tempo traz verdades. Crime de Violação aos Direitos Autorais no Art. 184 - Código Penal, que diz: Art. 184. Violar direitos de autor e os que lhe são conexos: Pena...