ellos

capítulo 3❤

Era noite de lua cheia. E como de costume, subia ao topo do castelo, ao alto da masmorra, cinco andares acima do meu quarto. Estávamos de folga essa noite.
- porque tanta demora? - perguntei já impaciente.
- você nunca vai me deixar te surpreender, não é gracinha?- Erick ficou atrás de mim, as vezes odiava seu deboche.
- não me surpreendo com tão pouco. -Erick tocou meu ombro, já sentia o peso do que viria a seguir.
- olha só eve, sobre o que aconteceu ontem, você não acha que exagerou de novo?
- claro que não! Eu fiz o que tinha que fazer, como sempre.
- você não pode agir daquele jeito, Evelyn, olha só, matar tudo bem, mais qual a necessidade de trazer a cabeça de alguém ? O que você ganha com tanta crueldade?
- não é crueldade, eu... Bom eu, eu havia pedido informações sobre aquele homem.- respirei relutante.
- informações?- Erick ficou ao meu lado e respirou fundo. - você não acha que aquilo deveria ficar no passado?
- Erick eu não tenho culpa... É mais forte que eu, mais eu não consigo me conter, eu...
- que informações?
- ele abusava das mulheres do reino. Mais não foi só isso! quando cheguei no seu quarto, na noite passada, ele estava com uma garota. - baixei minha cabeça. Erick era o único que me entendia, era meu melhor amigo e confidente.
- eu sei que é difícil para você, mais lembre-se, de que você não pode ser descoberta, lembre-se de que, vários homens dependem de você no campo de batalha, e eu me preocupo com você porra!
- eu sei, é que, eu lembro de tudo que já passei, e eu...- uma pequena sombra de arrependimento pairou sobre mim, mais por questão de segundos foi removida como se não fosse nada. - por mim jamais deixaria alguém passar pelo que eu passei, se não fosse você, aquele dia, eu não gosto nem de pensar no que poderia ter acontecido. ontem eu revivi aquelas cenas de novo.
- ei, eu faria tudo de novo. Eu não vou deixar nunca alguém te machucar, e você também é meu ello. - falou sorrindo. - você é a irmã que eu não tive.
- obrigado. - o abracei. - eu vou tentar mudar te prometo.
- está bem, Evelyn Catarina. - sorriu, ele sabia me fazer odia-lo e ama-lo, eu odiava meu nome do meio, e ele usava pra me provocar. Eu dei um soco de leve em seu braço.
- aiiiiiiiii. - falou rindo. - que foi? Você não gosta do seu nome?
- detesto, e você sabe. - parei para sentir o ambiente a nossa volta.
Fechei os olhos, respirei fundo, e então pude ver os soldados vindo, há cerca de um quilômetro do território de nosso reino, com as pessoas do reino recém dominado. Eram vinte homens, fazendo a guarda. Trazendo dezenas de pessoas. Não podia deixar meu pai fazer daquele povo escravos. Então como sempre nós os resgatava-mos, crianças, idosos, mulheres, pessoas com alguma deficiência, e pessoas com capacidades de lutarem futuramente. Era o mínimo que poderia fazer por eles, depois de tomar seus lares e destruir suas famílias.

As vezes a bondade se disfarça de deveres.