Os dois dias passaram-se rápidos como vento. Que saco! Meu pai estava voltando. Então o que me restava era esperar seu desdém, logo que me visse. Velho insuportável. Ainda não saiu da minha cabeça o que ele fez comigo. E aqueles dois guardas? Nem que passe toda minha vida, mais antes de morrer, irei descontar aquela "ajudinha" que deram a meu pai. Eu já estava praticamente curada. Já vestia minhas roupas de treino como de costume, já pretendia voltar as atividades de sempre. Vou até a cozinha do palácio, preciso ver nana. Quando chego lá, a encontro separando alguns legumes. Vou lentamente até ela sem que perceba:
— buhhhhhhhh !!! — grito perto da mesma que solta um grito ridiculamente engraçado.
— ahhh não Evelyn, já falei que não gosto quando me assusta assim! Por Deus! — levou as mãos até seu peito. Enquanto eu me acabava de ri.
— é irresistível nana, sinto muito. — falei rindo.
— é irresistível... Que nada mocinha... Mais reparando bem, o que faz vestida assim? — perguntou apontando para minha roupa.
— vou para o salão de treinos!
— nem pensar! Ficou maluca garota?
— não, não fiquei. Eu não posso parar meus treinamentos. Você sabe muito bem disso.
— não, não sei. Alem do mais a senhorita deveria se recuperar antes de voltar aos seus treinos.
— não me venha com esse papinho, por favor, já estou ótima, veja! — fiz gestos exagerados, quase explodindo com vontade de ri.
— se eu fosse você voltaria para o quarto. Seu pai já está chegando.
— não me importo com meu pai.
— deveria minha menina!
Olhei para nana, que como sempre me olhava com preocupação. Eu não sou má pessoa, mais se tem algo que me incomoda, é pessoas se metendo na minha vida, se bem que eu tinha muitas delas se preocupando comigo, eu que sempre fecho meus olhos para esse tipo de sensibilidade.
— está bem! Eu vou tomar mais cuidado. Mais mesmo assim vou treinar, é para isso que meu pai me quer.
— você não vai desistir mesmo não é?
— não,não! — sorri, dando um beijo em seu rosto. Saindo em seguida.♥♥♥
Chego no salão de treinos. Bom o que há de diferente? Ah... Sim o general substituto. Tenho que admitir! Erick era realmente um colírio para os olhos! Quem olhasse nosso comportamento, certamente tiraria conclusões precipitadas. A maioria daqueles soldados, obviamente pensavam isso. Se me incomodava? Claro que não, até me ajudava. Como algumas pessoas ali, preferiam obedecer ao meu pai, a falta de respeito as vezes surgia. Claro, que eu acabava com ela em dois passos. Eu poderia até tentar ser boazinha, mais o hábito de ser cruel em ataques, raramente falhava. Eu era assim, e não mudaria tão facilmente. E se perguntarem a mim o que acho de mim? Eu adoro ser forte. O tempo em que fui fraca, se não fosse Erick, não seria quem sou hoje.
Mais os sentimentos aqui são irrelevantes.
Erick vem em minha direção.
— o que faz aqui? — me perguntou, parando diante de mim.
— não está na cara?
— mais como você é teimosa! Claro que você não vai treinar.
— claro que eu vou!
— você ainda está machucada.
— claro que não estou! E você não vai me fazer voltar para o quarto!
Erick suspira fundo, e, vendo que eu não iria ceder, fala.
— está bem! Mais não irá treinar combate hoje.
— o que então?
— vamos!
Nós dirigimos para a sala de arco e flecha. Não era um treino ruim, eu particularmente adorava.
— quero treinar junto com você! — Erick me fala. Ele fica ao meu lado. Com seu arco.
— o que vamos fazer? — segurei o arco, pondo a flecha, a espera do comando de Erick.
— vamos! Conecte-se a mim.
Fecho os meus olhos. Quando os abro, Erick direciona meu olhar, para um único alvo, de difícil acesso.
— está vendo aquele alvo?
— estou sim! Como atingi-lo?
— tente acertar o alvo com sua flecha! Mire e tente atingir o mais próximo.
Eu volto minha flecha, e a solto, mesmo sabendo que é quase impossível atingir aquele alvo escondido. No mesmo momento em que lanço minha flecha, percebo que Erick lança a sua calculadamente em seguida, e antes que a minha desviasse do orifício em que aquele alvo estava, sua flecha atinge a minha, com o impacto, sua flecha impulsione a minha para o lado com toda sua força, fazendo com que atinja aquele alvo impossível.
— mais o que ? — falo perplexa com aquela atuação de Erick.
— pode aplaudir gracinha! — me falou todo convencido. — queria experimentar isso com você.
— isso foi bem legal.....como..
De repente palmas soltas no ar, me impedem de dar continuidade em minha pergunta.
— foi realmente incrível Erick!
— alteza! — Erick fala devagar. Mais meu pai interrompe qualquer comprimento.
— minha amada filha, vejo que está muito bem! — fala murchando seus olhos em minha direção. — não vai falar com seu pai?
— alteza! — Arthur fala.
— o que houve Arthur? — meu pai o respondeu.
— não gostaria de incomoda-lo, porém devemos tratar de assuntos relevantes. — Arthur se direciona até nós dois. — como estão ?
— estamos bem general. — o respondi.
— que ótimo. Vejo que está se saindo muito bem meu filho.
— não achei que fosse concordar com o senhor pai, mais não é tão ruim.
— claro que não iria nos decepcionar! Você é um garoto brilhante, se o destino tivesse me dado um filho, com certeza estaria me dando o mesmo gosto que dá a seu pai!
Como o esperado, meu pai não perderia a chance de jogar minha condição natural contra mim.
— não é pra tanto senhor, só estou cumprindo com minhas obrigações! — Erick fala.
— continue assim rapaz! Você vai longe. — vamos Artur! — falou sem se despedir. O general o acompanhou em seguida.
— você viu isso? — perguntei a Erick.
— nossa.
— o que será que os dois tem pra conversar? — o perguntei.
— não sei vamos continuar, depois eu pergunto ao meu pai. — Erick pegou seu arco.
— Erick, preciso que entre em contato com Lucas.
— ah sim! Como vai fazer?
— ainda não sei! — ri. — não sei como vou, agora meu amado pai está de volta. E não sei se você percebeu, mais pelo visto ele voltou pior!
— deve ser pra mostra sua superioridade ou pra te intimidar, Relaxa. — Erick pisca para mim. — afinal ele já te puniu não é mesmo?
— eh, pode ser.
— eu vou no vilarejo hoje à noite. Me espere pela madrugada no quarto.
— esperarei, mais como vai fazer para ir até lá? tipo, sem portal será bem mais difícil.- seria mais difícil. - erick riu convencido. - durante esses dias que você passou fora, eu estive pesquisando sobre algumas tecnologias do tipo, protótipos necessariamente! no laboratório do castelo, existem pessoas que estão evoluindo em umas pesquisas sobre o assunto.
- pesquisas sobre portais, é isso?
- sim, eu não entendi muito bem no início, mais conclui que esses experimentos já vinham sendo feitos, nós sabemos o quanto evoluímos, durante centenas de anos, o mundo vem tentando estar em frequente evolução.
- O mundo evoluiu tanto, que voltou a era medieval. - eu ri.
- não acho que tenha sido tão ruim. -erick olhava fixamente para a ponta afiada de sua flecha. - o mundo só resolveu tentar essa metódica de vida, porque foi obrigado a adotá-lo. Como você mesmo falou, ele evoluiu tanto, que saiu do controle, guerras frequentes, pessoas se matando sem motivos, a única diferença da nossa era para a que passou, talvez seja a liberdade para alguns!
-liberdade! nós não sabemos o que significa, nós vivemos sobre uma falsa liberdade, ao contrário do povo lá fora, nós só nascemos com mais dinheiro.
- blá, blá, blá. - erick riu, virando-se para mim. - nós já sabemos disso, nós sabemos também, que ainda não podemos fazer muito a respeito.
- mais ao menos tentamos!
- bom,ao menos tentamos. Como eu ia falando, antes desse discurso, quando fui ao laboratório, pude ver que estão evoluindo nessas pesquisas em alta escala, então peguei um dos protótipos e levei para Hunter da uma olhada, e como você já sabe, o cara achou uma solução antes dos pesquisadores.
- fascinante, então como funciona?
- é o seguinte, como você já sabe, thandera não possui nenhuma fonte de cristal, não por fontes naturais.
- isso todos nós sabemos.
- é realmente, todos sabem, más não quer dizer que a gente possua. Então, como você já deve saber, eu consegui um cristal de luz.
- como você roubou?
- simples, eu não roubei, eu peguei, não sei se você esqueceu, mais eu tenho poder de livre acesso agora. - erick se vira para mim, tocando meu queixo de leve. - em quase todos os lugares. - piscou para mim.
- meu Deus, criaram uma cobra. - eu estava perplexa com o que acabava de ouvir. - então, como é esse aparelho?
- é assim. - ele tira do seu bolso um relógio, comum, não um relógio comum, mais o que ele tinha ganhado no seu aniversário de quinze anos.
- você ta de brincadeira ner? - eu o perguntei debochada.
- por quê ?
-esse relógio é mais velho que nos dois erick, cade o portal?
- sabe gata, as vezes você me faz ter vergonha da nossa parceria, não importa se o relógio é velho ou não, alias ele não é tão velho assim! agora para de me interromper por favor olha para ele. - ele abre o relógio, aparentemente é o mesmo relógio, até começar a girar seus ponteiros fazendo pequenos círculos dourados subirem.
- erick que louco isso. impressionante, mais você não precisará disso por muito tempo, você sabe não é?
- não é porque consegui aquela vez, que poderei conseguir novamente, mesmo assim, é melhor prevenir. Eu só ando preocupado com uma coisa.
- o que?
- o por quê desses portais? ou portal, sei lá, me parece estranho esse interesse, ainda mais sem que ninguém saiba.
- eu não sei, mais seja o que for a gente vai descobrir!
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ellos
RomanceEm uma vida sem muitas escolhas, a Princesa eve encontra-se diante de seu principal desafio: manter-se casada, com o herdeiro do trono de Tharon e salvar o mundo dos planos terríveis de seu pai. Em uma humanidade reinventada e futura, pessoas fazem...