ellos

Ethan

Observar o mundo ao meu redor, sempre me pareceu atrativo. Eu estava agora de frente ao grande retrato de meu avô, espalhado entre cada centímetro daquela moldura larga de ouro e madeira. Impressionante! Como o tempo passou e eu nunca soube os motivos que o fizeram cair em demência profunda. Giro o polegar sobre o topo do copo de conhaque e trago mais um gole.
- Por que não me falou que viria ? - perguntou meu pai entrando no escritório.
- Pensei, que já não precisa-se mais tomar essas precauções! - fecho meus olhos de vagar. - por que nunca nós contou a história verdadeira por traz da doença do nosso avô?
- Não há história! - responde meu pai.
- Todos nós temos uma pai! - viro o último gole em minha boca, viro-me para vê-lo.
- Sim! E a dele é a que sabemos. Sente-se! - estendeu a mão me indicando a velha cadeira predatória de sempre! - como estão as coisas com ela?
- não há... coisas entre a gente! - falo virando o rosto.
- Não enquanto você agir como se não houvesse!
- impossível... impossível você agir com tanta naturalidade, mesmo sabendo que não há casamento algum aqui! Não de verdade. - o observo começar a organizar a pilha de papéis sobre a mesa.
- o que pretende então?
- Não sei... mais com certeza, não pretendo continuar com essa mentira... não por uma vida toda!
- está bem Ethan! Não posso obrigá-lo a ama-la, por mais que essa fosse minha vontade... porém respeitarei sua decisão desta vez e não intercederei no seu pedido de divórcio. - eu me aproximo do gabinete intrigado.
- como ? - pergunto ainda perplexo.
- isso mesmo que ouviu! Sua mãe jamais concordaria em ti ver assim, tão infeliz e eu concordo! Por mais que eu tenha solicitado isso a você... você é meu filho. E se for reinar sozinho ou ao lado de alguém, eu espero que se sinta feliz ao chegar a hora!
- ainda não entendi. - digo.
- mais eu peço que faça dar certo... ao menos até o próximo sanhain.
- daqui a seis meses? Por que ? - tento analisar a proposta a minha frente.
- quando ganhamos força! - ele levanta e vai em direção a janela. - quando a fenda abrir... teremos força de contra atacar.
   

                      

Depois de ouvir cada palavra que meu pai havia falado, saio daquele escritório com mil pensamentos na cabeça. Então realmente havia algo maior por trás dos últimos acontecimentos e não falo apenas na minha vida particular,mais também ao redor de todo o nosso reino. Todos eles na verdade.

Meu dia se passou rápido, na verdade procurei o máximo de afazeres fora do castelo possível. Não queria encontrar minha esposa tão cedo.  Então decidi por fim ir ate o lugar mais interessante do castelo.

- olha só quem vemos por aqui, logo tao cedo!- o patético do meu irmão começa a destilar suas palavras cheias de desdem contra mim. - pelo visto a vida de casado não lhe caiu muito bem irmãozinho!- finaliza com seu sorriso torto.

- acredito eu que para você também não!- retruco com o mesmo sarcasmo. - pelo visto sua vida de casado também não é la esses exemplos, afinal o que está fazendo aqui? - sento do seu lado,já pegando minha caneca de cerveja. 

- ao contrário do que você acha, eu tenho total controle do meu casamento. estou comemorando mais uma conquista!- ele levanta seu copo em direção a mim. 

- e eu posso saber qual foi ? - o pergunto curioso.

- Claro que sim irmãozinho! afinal foi graças a você que eu consegui. Com a sua ausência na semana que passou fora, nosso pai me deixou sob o comando das tropas ! resolvemos da maneira correta alguns problemas que você vinha fazendo vista grossa. - ele arqueia uma sobrancelha com o olhar cheio de malícia que só ele possui.

Nesse exato momento saio da minha cadeira e vou pra cima dele no mesmo instante! 

- o que você fez ? - o pergunto já o sufocando. - anda! fala logo o que você fez! - o pressiono mais uma vez. Quando um de seus capangas malditos nos afastam. 

- Era só um casebre podre onde aqueles malditos ratos praticavam feitiçaria ilegal.