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Depois de horas, deitada naquela cama enorme  olhando pro teto negro e suas luzes embutidas, decido que é hora de finalmente aceitar minha situação atual. Levanto da cama em  direção ao banheiro, ao passar para o mesmo, luzes começam a ascender acompanhando meus movimentos, fascinante!  aquilo tudo, era muito fascinante e novo para mim. Me direciono a grande banheira de mármore negro a minha frente, ligo a torneira e começo a preparar meu banho. Olho para o espaço em volta, vejo um boxe, no outro lado da porta, com os mesmos detalhes em mármore negro, isso me intriga, pelo simples fato de a vida toda, preferir a acomodação e a doce embriaguez, que uma boa banheira poderia me trazer, desperdício! mais isso logo deixa de tomar espaço em meus pensamentos. 

enquanto a banheira era preenchida com o azul celeste da água fluída que ali aparecia, eu volto para o quarto, e diante do espelho aprecio minha imagem cansada e indisposta. Começo a desmanchar aquele penteado, enquanto meus cabelos caiam sobre meus ombros, começo a despir-me, despir-me de corpo e alma, nem que seja por breves instantes, ou longos, a calmaria da água invadia meu ser, o álcool do vinho, cuidava do resto! assim, por breves instantes eu me sentia leve, leve de tudo. 

Deixo minhas roupas para trás, na mão direita, trago meu velho Romanée, a esquerda vinha acompanhada da minha taça de cristal favorita, deixo minhas duas companhias ao lado da banheira e começo a despejar meu óleo de banho na água que parecia cintilar, aquele cheiro de liberdade invade meu ser de imediato! começo a lembra daquelas pessoas que havia libertado, o quanto estavam felizes, das crianças brincando comigo, a margem do largo rio de águas claras, próximo a vila, o quanto eu era livre, até mesmo feliz!  uma lagrima desce lentamente em meu rosto, pesando uma tonelada! dor invade meu peito, então, me sirvo a minha primeira taça de vinho, a coloco na margem da banheira, entro lentamente, deixando a água me banhar, pego a taça e começo a degustar, pássaros feitos com aquela água da banheira começam a subir sobre mim, imagens da floresta, criavam vida sobre mim, a paz que sentia, sempre quando estava em contato com a água era assim, incontrolável! e ali, depois de estar leve o suficiente, afundo naquela paz, momentaneamente sem fim! 

" Era isso que eu pensava!"

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