capítulo 11

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Passadas as horas do dia, rapidamente veio até nós o comunicado que já era aguardado por todos. Meu pai estava esperando há todos no salão de treinamentos, pois a equipe de buscas já haviam chegado. Não teve nenhuma reunião sem a presença de todos.
Não houve tempo, na verdade. Quando todos estavam em enormes filas diante de meu pai, que estava sentado em seu trono. A equipe de buscas começou a passar no centro das enormes filas de soldados, até ficarem frente a frente com meu pai.
- então! O que conseguiram ?  - falou, com sua frieza e calma, as duas calculadas.
- analisamos toda a área senhor, mais não foi encontrado nada tão significativo! - Arthur fala direcionando seu olhar ao seu rei.
- como assim, nada significativo? - falou de forma analítica. - o que encontraram afinal?
- senhor! Analisamos toda a área, como o soberano já sabe, não estamos lidando com qualquer inimigo. Passamos horas revistando o local e só encontramos, isto! - entregou-lhe o colar.
- mais como! - olhou com fúria, para o pingente. - quem encontrou isto?
O perguntou severamente. Arthur então, tornou a responder meu pai.
- Eric encontrou senhor.
- claro! Saiam! Saiam todos. - gritou meu pai.
- mais senhor, quais conclusões podemos ter, sobre o caso?
- já tenho minhas próprias conclusões, agora me deixem sozinho!
  
Meu pai com certeza, estava feito de  ódio, desprezo, decepção, raiva, enfim, suas expressões assustaria até os mais fortes dos guerreiros. Eu saí dali, o mais rápido que pude, era uma mistura de medo é insegurança, subi diretamente para meu quarto. Ao chegar no meu  quarto, Nana entrou logo após de mim.
- então, como está meu pequeno botão? - perguntou Nana.
Nana era minha babá, minha segunda mãe claro, era uma senhora de quarentena e poucos anos, era muito vaidosa, por isso não  aparentava. Tinha lindos  cabelos compridos, eram negros, porém já estavam ficando com alguns poucos fios brancos. Era a pessoa mais doce, que já conheci, a única que talvez me acolhesse de coração, não tinha muitos segredos com nana, ou melhor não conseguia esconder nada dela por tanto tempo.
- nana, não me sinto bem, por favor me deixe sozinha.
- mais o que houve minha menina?
Antes que pudesse responder sua pergunta, ouvi alguém bater na porta.
- saia! - disse meu pai.
- mais senhor estávamos ocupadas, com assuntos de mulheres...
- saia da minha frente criatura insignificante, saia agora. - meu pai falou aos gritos.
- mais senhor...
- cale a boca! - meu pai falou furioso levantando a mão para acertar o rosto daquela pobre criatura.
- não!! - gritei, tomando a frente de nana, e caindo sobre a cama, com o impacto do tapa de meu pai.
- senhor por favor! Eu lhe imploro, tenha piedade!
- saia nana! Agora! Eu ordeno. - falei.
A pobre criada, saiu dali assustada. Como poderia ser tão tola, a ponto de tentar enfrentar meu pai. Olho fixamente, para o homem na minha frente.
  Seu olhar de impiedade, reluzia, de repente, ele me ordena.
- levante-se!
Me levantei, me dirigindo até ele.
- como teve a ousadia, de achar que eu não descobriria que era você? - me falou jogando o colar em mim. - como você, pode achar que se sairia dessa? Me fala! - gritou. - vamos me fala! Ou quer que eu te obrigue.
- eu não achei que te enganaria papai. Eu realmente pensei que fosse impossível, mais olha pra você? - sorri de canto. - o grande rei, foi sim enganado.
- garota imunda! - pegou pelos cabelos, fazendo com que arqueasse minha cabeça para traz. - você vai me pagar, por cada palavra que falou, e vai me contar onde estão meus escravos!
- que escravos? Eles não te pertencem mais! - falei entre os dentes.
- o que? Pra onde você os mandou?
Sorri para ele, ele sabia que a única possibilidade de ele não conseguir recupera-los, seria manda-los para as fronteiras perdidas. Seria imaginar um local que ninguém pensaria, onde houvesse liberdade. Foi difícil, no início, mais nada é tao impossível assim, não quando se tenta.
- sua imprestável! Como pode fazer isso, eu vou te matar!
Meu pai, me puxou pelos cabelos. Como posso ser tão fraca diante dele, mesmo sendo que sou? Porque ele  oprime tanto minha força, me fazendo ficar tão indefesa, diante dele? Ele me arrastou pelos corredores, não se importando com meus gritos, me levou até aquele lugar horrível, novamente. Me jogou no  chão.
- guardas! - ele começa a gritar.
Chegaram dois homens.
- acorrentem-na!
- sim senhor!
Os guardas me pegaram, me esperneei, eu sabia exatamente porque estava tão fraca, meu pai estava com o coração de atlas, a me chantagear. Os dois homens, me acorrentaram, naquela espécie de tronco.
- saiam!- ele ordena.
- como pode ser tão cruel? - o perguntei.
- minha crueldade não importa, quantas vezes você vai querer me enfrentar?
Meu pai, me perguntou frigidamente.
- eu não estou te enfrentando. Você não percebe que não existe necessidade, de escravizar aquelas pessoas!
- o que você entende de governar um reino? Diga-me! Você foi treinada esses anos todos, tem uma vida, que ninguém poderia ao menos sonhar em possuir! e sempre age assim!
- que vida? Você não sabe o que é ser um pai, seu monstro!
- cale a boca! - ele grita, chegando próximo á mim.
- me bata! Vamos logo! Me puna! Por ter ao menos sombra de algum sentimento, seu monstro horrível! - cuspi no seu rosto.
- chega! - bateu em meu rosto. - o que fez com seu parceiro?
  Fiquei calada. Quando de repente,ele me lança outro golpe.
- vamos! Diga!
- ahhhhhh! - gritei de dor.
- não me obrigue, a te torturar.
  Meu pai me deu vários golpes.
- onde está? - quando olhei para o chicote em sua mão, nao puder deixar de perceber, era feito de uma espécie de aço, estava em um tom de vermelho brasa, como ele era capaz de fazer algo tão terrível?
- vamos fale! - e começo a chicotear minhas costas, com aquele pedaço imundo de aço aquecido.
- ahhhhhh! - como aquilo doía, por que ele faria algo tão cruel como aquilo.
- ele morreu! - gemi.
- morreu? - cessou as chicotadas. - claro!  você não seria capaz de se juntar com alguém a sua altura!
Estava quase fora de mim, quando respondi, como ele foi capaz, nunca me castigou assim, como foi tão cruel, será que me mataria?
- os guardas falaram em portais! Como conseguiu?
- eu não sei! - falei em tom baixo.
- não minta para mim! - gritou me dando mais chicotadas.
- eu não estou mentindo! Ahhh aiii... Não sei!
- chega! Estou farto! Se você não quer falar por bem!
- não! - eu pedi, antes que me batesse novamente.
- magia negra! - foi a resposta mais rápida que pude falar.
Era a única resposta lógica, em que poderíamos chegar, já que nós não possuímos tanta magia.
- espero que aprenda que não vale a pena ter piedade de ninguém! Pessoas fracas não merecem piedade!
  Depois de falar aquilo, meu pai continuou a mim bater, queimando minha pele. Por mais profundas que fossem as marcar que ele deixava em mim, sua falta de amor por mim sempre seria minha pior lembrança. Eu fiquei inconsciente. Acreditei que por fim tivesse me matado.

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