capítulo 16

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Passados dois dias, já me sentia melhor. Sem o feitiço de camuflagem, pude ver com a ajuda de um espelho, como estava a cicatrização dos meus machucados. Eram horríveis! Pus minha mão sobre a boca, quando vi Como estava minha pele. Fico em choque.
— finalmente pude ver como a senhorita estava....
Lucas entra na tenda com sinais de felicidades, mais seu sorriso se desfaz ao me ver naquele estado.
Quem era Lucas? Lucas foi resgatado junto com a Rossaro, ela, porque já estava em uma idade mais avançada, e luck, bom, luck, foi um erro bobo. Deve sua liberdade, graças a seu par de olhos azuis acinzentados. Lucas sempre foi inteligente, usou sua condição especial sempre a seu favor, fingia-se de cego, para conseguir suas artimanhas. Sempre foi forte, hoje ele exerce uma função muito importante, ele treina os jovens e crianças do vilarejo. Graças a sua inteligência, soube passar-se de inútil para os exércitos, e assim foi resgatado por nos. Se me arrependo? Claro que  não, ele é alguém extremamente útil, além de bonito claro. O que ele é? lucas é o único híbrido que nos temos conosco, na verdade o único que já vi também. Ele representa poder e determinação, um dos pilares que sustentam tudo por  aqui.


— mais o que houve? — ele se aproximou de mim com receio, eu saio do transe em que estava para cobrir meus seios com o cobertor, que estava próximo a mim.
— você sabia que eu estava aqui? — o perguntei.
— sim, mais não que estivesse nesse estado. — ele olha para minhas costas, e franze o cenho.
— pensei que Erick havia te falado.
— não o vi, estava em um acampamento na mata, treinando com o pessoal. Sinto muito eve. — ele fala retirando meus cabelos para o lado. — seu pai foi muito...
— nem eu esperava por isso. — deixei escapar, o interrompendo antes de terminar a frase. — mais estou sob um feitiço de camuflagem, veja. — fecho os olhos, imediatamente mostro a luck que minha pele ficou totalmente como era antes, luck me toca no local e grito. — ahhhh !
— desculpa! Foi sem querer... Quer dizer, foi querendo, pensei que não sentisse dores?
— sinto sim, elas irão cicatrizar com o tempo, porém ninguém as verá!
— enquanto suas roupas? — ele me pergunta sentando do lado oposto da cama.
— as mulheres daqui, estão produzindo alguns modelos que tenham costas nuas, assim só precisarei evitar que toquem em mim. — eu ri.
— isso foi uma indireta para mim ? — ele sorriu. — irá ficar linda de qualquer forma.
Eu fico sem graça, odeio quando me elogiam, principalmente quando não estou com minhas barreiras de defesa em alerta! Não iria ficar balançada com o que Lucas me falaria, ele era apenas um garoto exótico, e eu? Eu ainda sou a garota fora do contexto. Depois do silêncio, e de olharmos bem um para o outro, eu quebro o silêncio.
— obrigado luck.... — quando iria terminar o que iria falar, Helena entra com um modelo de vestido na mão. Helena era um moça muito bela, acredito que tenha uma queda por luck, não só eu, acho que Erick já percebeu, principalmente, quando ele tentou seduzi-la.
— desculpe interromper, aqui está seu vestido. — me fala sorridente.
— luck! Por favor eu..
— claro! Oi Helena. — Lucas entendeu rapidamente, que eu iria me trocar.
Helena, era bonita, porém tímida demais, nunca conquistaria Lucas daquela maneira. Quem sou eu pra falar sobre conquistas, uma pessoa que só se envolve com alguém quando é pra seduzi-lo, não posso falar mau de Erick. Mais penso que não estou errada em pensar que talvez ela devesse deixar mais claro o que sente.
— é muito bonito! Você que fez? — a perguntei.
— eu fiz o traço, e ajudei na confecção, espero que tenha gostado. — fala pondo a peça sobre a cama.
— eu amei, exatamente como eu gosto. — passei a mão sobre a peça de cor preta, tinha mangas longas, era justo ate minhas coxas e descia calmamente aberto no restante do meu corpo, e claro, possuía uma fenda nas costas. — perfeito!
— Helena! Posso te perguntar algo?
— claro senhora, o que quiser.
— não me chame de senhora por favor!
—  perdão senhora... Digo Evelyn.
—  isso, melhorou. Porque você e Lucas não estão juntos? — a perguntei. A mesma quase dava um treco, que cruel eu fui.
— mais, mais é que... Por que pergunta algo assim?
— acho que, se eu não estiver enganada, penso que você sente algo por ele. Porque não fala para ele?
— não acho que seria correspondida. — ela baixa a cabeça. — acho que ele gosta de outro alguém.
— você já tentou falar com ele sobre esse assunto?
— não, claro que não... Eu não acho que seja coerente... ele me ver somente como amiga.
— como saberá? se nunca tentar falar o que sente para ele?
Ela ficou um pouco pensativa, bom, talvez fosse hora de mudar de assunto.
— venha ajude-me a vestir esse vestido, tenho que voltar para casa, ainda hoje.
— está bem, levante-se. — levantei-me e comecei a me vestir.
Depois de pronta, passei o restante do dia analisando a evolução daquele vilarejo, que já estava com um número bem significativo. Observei melhor os treinamentos e a prática artesã, brinquei um pouco com as crianças. Depois de fazer tudo isso voltei para o castelo.

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