1° CAPÍTULO VIAGEM

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ANY

Estava em meu quarto, preparando minhas malas, junto com minha irmã, pois iríamos à Los Angeles, visitar minha família.

Como a férias havia chegado, decidimos passar o Reveillon e o Natal em Los Angeles, logo depois, passaríamos em San Diego para aproveitar um pouco mais à Califórnia e enfim, voltar para a casa.

Moro com minha família em São Paulo.
Eu estava muito ansiosa para a viagem, minha mãe não iria desta vez pois seu chefe é muito rígido e exigente.

Priscila:Vocês estão prontas?

Minha mãe questiona entrando no quarto.

Belinha:Prontissíma mamãe.

Any:Igualmente, o vovô sabe sobre nossa viagem?

Priscila:Sim querida, o tio Charlie irá buscar vocês no aeroporto e as levarão até a casa de seus avós!

Any:Tudo bem, nosso vôo é as 10:00, certo?

Priscila:10:20, aconselho corrermos para o aeroporto pois são quase 10 horas.

Belinha:Eu estou super feliz! Essa viagem será incrível...quero tanto conhecer San Diego.

Priscila:Uma pena que não posso ir com vocês, mas em breve, nos encontraremos.

Damos um abraço em grupo, em seguida, pegamos nossas malas e saímos do quarto.
Caminho pelos corredores e vejo algumas fotos nos porta-retratos, entre elas, de meu pai.

Ele era um homem forte e guerreiro! Um verdadeiro pai, me sinto triste por não estar mais entre nós.

Na foto, estávamos eu, meu pai e minha mãe, grávida de Belinha.

Quanto tempo já se passou?
8 anos?
Nessa época, eu tinha apenas 11 aninhos...Me sentia animada nos braços de meu pai, que afirmava me amar mais do que tudo!

Mas era uma mentira...pois eu que o amava mais do que tudo!
Como sentirei a falta desse abraço...
Como sentirei a falta de alguém dizer para mim: "Como foi o dia hoje, princesa?" ou "Você sabe que eu te amo daqui até a lua, né?"

Sinto falta de seu nariz relando no meu e me dando uma guerra de cócegas...sinto a falta dele.

Priscila:Querida, vamos?

Minha mãe não era uma pessoa brincalhona, mas quando eu perdi meu pai, ela tentou ser como ele...porém ninguém o substituiria! Ele era único.

Any:Sim. Vamos!

Belinha não o conheceu como eu conheci, ela era ainda um bebê

Seguimos em frente, caminhando para fora da casa e colocando nossas malas no carro.
Durante o percurso até o aeroporto, fiquei olhando as paisagens embaçadas que se destorciam através do vidro gelido.
Gotículas de água caíram sobre o carro, causando inúmeros barulhos irritantes, porém baixos.

Priscila:Poxa, está chovendo.

Belinha:Vamos viajar durante a chuva?

Any:Parece que sim.

Pisco seguidas vezes, imaginando como eu sairia encontrando meus parentes...

O que eu diria?

O que eu faria?

São perguntas tolas que não contém alguma resposta útil.

Minutos depois, saímos do carro correndo, pegando nossas malas e entrando para dentro do aeroporto molhadas pois não tinhamos guarda-chuva.

TRAGEDYOnde histórias criam vida. Descubra agora