Mara estava no chão sangrando, suas pernas ainda estavam na escada e o resto do seu corpo no chão, sem vida, os olhos dela pareciam querer contar alguma coisa, mas a cada momento se tornava mais indecifrável.
Morta. Morta. Morta.
O grito preso na garganta se tornou em ódio, olhou em volta dando de cara com a figura com a máscara de Unicórnio. Se levantou apontando para aquele monstro, ninguém ouvia, foi apunhalada, encarou os olhos de Joana, demoníaca, caiu segurando o corte, vendo o sangue sair do seu corpo e então conseguiu soltar o grito preso na garganta.
O grito quase fez o rapaz cair da cama e Helena se sentou tão bruscamente que seu cabelos voaram para frente, estava suada e levou as mãos ao rosto, apenas um pesadelo.
- Amor? - Ele vasculhou a cama tentando encontrá-la seguindo sua respiração pesada - Um pesadelo de novo?
Helena encontrou as mãos dele e o puxou para perto em um abraço desajeitado, ela sentiu que a respiração de Otávio também estava acelerada, tinha o assustado realmente dessa vez, passou a mão por ele, segurando-o o rosto e o acariciando.
- Desculpa.
- Você sabe que não precisa. - Otávio a abraçou mais apertado - Quer alguma coisa?
- Eu tô bem... só preciso tomar um ar... - ela se soltou do abraço, ficando de pé por um tempo encarando o chão - Eu deveria voltar para as consultas com a psicóloga.
- Sim amor, vai fazer bem para você e para o bebê.
Helena passou a mão na barriga sentindo a pequena elevação que começava a aparecer, três meses, e a cada dia parecia ficar mais sensível, o Unicórnio voltava a mente com uma certa frequência. Andou em direção a janela, não via nada de interessante, e então se voltou para olhar a cama, Otávio se ajeitava entre as cobertas, apalpando o travesseiro dela para que ficasse confortável, Helena não podia negar que tinha encontrado o homem perfeito, educado, gentil, bonito, o futuro que ela tinha traçado não era nada do que ela esperava, sabia que teria que pausar o curso de direito quando o bebê nascesse, teria outras responsabilidades, mas conseguia ver o futuro como positivo. Ela, Otávio e o bebê, ninguém mais, ninguém a menos.
Voltou a cama, se deitando e buscando o calor do corpo de Otávio, enquanto o Unicórnio continuasse somente na cabeça dela, tudo estaria ótimo para Helena.
------------------------------------------------------------Já eram quatro e meia da tarde e a lanchonete continuava movimentada, Giovana e David estavam sentados em uma das mesas, o movimento começava a aumentar, a universidade tinha um espaço grande mas apenas uma lanchonete, todos passavam por ali quando a aula acabava, Gi esperava encontrar com Índia do jeito mais casual possível, afinal ela estava planejando tudo a uma semana.
— Com quem você tanto conversa? — David quase arrancou o celular da mão de Giovana
— Estou firmando uma oportunidade única... com um pouco de mentira.. Mas os fins justificam os meios, não?
— Não entendi?
— Ai amor... — Ela esperou que ele sorrisse mas apenas continuou a olhando sério
— Me conta agora!
— Talvez eu tenha criado uma falsa Giovana... E tenha conversado com o Daniel... O suficiente pra conquistar a amizade dele...
— Essa história de novo? Achei que tínhamos prometido deixar a Índia e ele em paz!
— Você prometeu, eu não.
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Laços da Discórdia
HororSequência de Laços da Morte O que acontece na universidade fica somente na universidade? Por dois anos a maré de calmaria reinou, agora existe um novo mundo para ser explorado, a universidade, onde tudo é tão tranquilo e as maiores preocupações se...