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Sol estava parada com os braços cruzados encarando os dois rapazes discutindo fervorosamente, não ia aguentar mais nenhum segundo, só estava esperando o momento certo para explodir. 

— VOCÊ É UM FILHO DA PUTA! 

— EU NÃO VOU FICAR ESCUTANDO DESAFORO SEU! 

— CALEM A BOCA! — Sol berrou, ficando vermelha — Eu quero um dia de paz na porcaria da minha casa! Todo dia, todo santo dia vocês estão em pé de guerra... 

— Mas Sol, não sou eu, é ele! — Guto argumentou como uma criança, implorando que Sol concordasse com ele 

— ELE NÃO QUER COOPERAR! — Alex gritou novamente, as veias do pescoço estavam alteradas e seu olhar era de puro ódio

Sol analisou o irmão de Vanessa, os mesmos olhos verdes, a sobrancelha falhada, assim como a irmã era irritante e impulsivo, ele havia praticamente se mudado para o antigo quarto de Vanessa, querendo ficar mais perto o possível da investigação, liderando grupos e pedindo por agilidade na internet, só tinha dezoito anos, mas parecia que nada disso adiantava já que passava metade do tempo discutindo com Guto. 

— Vocês dois não são investigadores! Não tem como achar mais informações, eu entendo que você tá estressado Alex, mas o Guto já contou tudo que sabia, toda vez ele conta a mesma história, tintim por tintim! 

— Então eu tenho que deixar barato toda essa história da minha irmã? 

— Adora distorcer as palavras. — Guto ironizou — Ela tá falando o mesmo que eu, deixe na mão dos profissionais! O investigador tá fazendo o trabalho dele! 

— Não confio naquele sujeitinho! Nem sequer olhou na minha cara direito da última vez! 

— O investigador Lucas Carlo tem um nome de renome! Foi ele quem pegou o Unicórnio! 

— Eu não me importo com essa coisa do Unicórnio, só a minha irmã, e ele não está mostrando serviço. Ou você acha normal ter recebido a mão dela em uma caixa?

— Mas não chegamos em lugar nenhum! Temos que aceitar que a Vanessa estava no lugar errado na hora errada! Vem ver Sol! — Guto a puxou pela mão até o antigo quarto de Vanessa, logo de cara dava para ver algo que se assemelhava a um quadro — Ele é doido! ATÉ AGORA ACHA QUE EU SOU UM SUSPEITO!

Sol andou para perto da parede, Alex tinha se esforçado ao máximo para parecer um investigador profissional, ou pelo menos aqueles que aparecem em seriados com seus quadros repletos de fotos e linhas vermelhas, havia um mapa da cidade com pontos indicando os últimos lugares que Vanessa tinha ido, fotos de todos que ela tinha contato, com uma breve descrição embaixo.

— Você realmente acha que foi alguém próximo a ela? — Sol manteve os olhos cravados nas fotos — Porque a Giovana tá no centro? 

— Três pessoas morrem e tiveram seus dedinhos levados. — Alex se aproximou da parede — Coisas toscas assim não são simplesmente coincidência, todos conheciam a Giovana, ela tem aquele blog tosco e recebeu a mão da minha irmã, então dos dois um, ou ela é o alvo, ou ela é o assassino.

— A Giovana? Não... Gente, olha... — Sol cruzou os braços e o encarou 

— Aliás, onde você estava na noite em que minha irmã desapareceu Sol?

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— Certo, vamos começar a nossa gravação... — Giovana botou o celular sobre a mesa em que estavam sentados — Estamos aqui com Daniel Antunes, um dos sobreviventes do massacre do Unicórnio, pela primeira vez ele aceitou falar com o nosso blog. 

Laços da DiscórdiaOnde histórias criam vida. Descubra agora