𝐂𝐫𝐨𝐬𝐬𝐢𝐧𝐠 𝐭𝐡𝐞𝐬𝐞 𝐰𝐚𝐥𝐥𝐬 {𝐚 𝐬𝐡𝐢𝐫𝐛𝐞𝐫𝐭 𝐟𝐚𝐧𝐟𝐢𝐜}

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⚠️ Pensamentos de suicídio ⚠️

Gilbert sempre acordava ao nascer do sol, mantinha suas cortinas abertas para que pudesse sentir a luz contra o seu rosto e por fim ter a certeza de seu despertar. Enquanto seu acompanhante, que muita das vezes era Bash dormia, o garoto gostava de imaginar que estava de volta à vida normal que vivia.

Imaginava que estava acordando às 7 da manhã, que deveria correr, pegaria uma maçã na cozinha, rolaria entre os dedos e a morderia, sentiria o sabor doce em seus lábios, se despediria de Bash e correria para a escola, encontraria seus melhores amigos, estudaria e responderia as atividades sem dificuldade alguma, cerca de 14:30 iria para casa e no final da tarde, quase ao anoitecer,  se encontraria novamente com os amigos para comer S'mores na beira de uma fogueira no quintal de Moody Spurgeon, já que seus pais raramente estavam presentes. Ele voltaria para sua casa ao alvorecer e tudo começaria de novo.

Mas sua realidade estava sendo o oposto disso, ele sentia que o Gilbert que costumava ser era apenas uma ilusão ou um sonho bem longo, que quando acabou deixou nada mais que um garoto doente e fraco.

Sua mãe havia morrido de câncer a cerca de 8 anos antes do garoto descobrir sua própria doença, o pai também havia falecido um tempo após a morte de sua esposa e se não fosse por Sebastian que lutou pela guarda do menino, ele teria sido mandado para um lar adotivo.

Certa manhã, Gilbert levantou-se cuidadosamente e com agora os poucos fios ligados ao corpo, apoiou-se na janela e deixou se levar por seus devaneios.

O sol que lentamente chocava-se contra as cortinas, fazia a janela parecer algo tão simples e fácil, ela estava ali, como uma passagem para o além. Ele pensou se pouparia a si mesmo e a Bash se simplesmente entrasse naquele "portal". Os gastos com o hospital já estavam pesando, apesar do mais velho nunca dizer nada, o garoto conseguia perceber. Se ele se jogasse não acabaria apenas com sua dor, mas também acabaria com o peso que Bash carregava por conta do menino, ao menos era isso que Gilbert pensava.

Ele abriu a janela tentando fazer o mínimo de barulho possível, sentiu a brisa fria da manhã contra o seu rosto, fazendo seu nariz gelar. Ele apoiou-se firmemente no batente da janela, mas não a ponto de se levantar do chão e completar o processo de uma vez. Sentiu seu braço chocar contra o metal frio da janela, o que o causou calafrios, sua visão estava turva, ele respirou fundo e pensou: "É agora ou nunca".

Mas ele não pulou.

No momento certo Sebastian o chamou.

— Blythe, sai dessa janela, você pode pegar uma gripe ou um resfriado. — O mais velho disse sonolento.

— Eu estava apreciando a vista Sebastian. — Mentiu.

— Aí fora deve estar uns 5 graus, melhor apreciar outro dia. — Bash disse e riu discretamente.

Gilbert voltou para sua maca, deitou-se, ficou olhando para o teto e pensando no que quase havia feito.

Minutos depois, Winifred Rose, enfermeira do garoto, adentrou no quarto explicando o projeto das cartas e colocando papéis sobre a escrivaninha.

Assim que enviou sua primeira carta e recebeu a sua resposta, Gilbert Blythe percebeu que aquele não era um bom dia para morrer.

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Não ficou tão bom quanto eu esperava, mas ao menos eu atualizei.

O que acharam do pobre Gilberto?

Votem e comentem!

Carinhosamente, isa