Capítulo 18

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RICARDO

Não sei quantas horas fiquei sentado a porta dela. Bati, gritei, liguei-lhe tantas vezes que perdi a conta.  Com muita tristeza fui embora depois de sozinho me convencer que ela não estava em casa.

Cheguei a casa dos meus pais me sentindo miserável. Dei um beijo na testa da minha mãe e um aperto de mão nos restantes e sentamo-nos a mesa. Comi calado ouvindo os outros conversarem animados. Felizmente todos dicidiram ignorar o meu estado de espirito e agiram como se eu nem estivesse ali.
Seguiu-se o ritual de sempre, levantamos a mesa e arrumamos tudo no lugar.  Fui sentar no sofá pra ver o jogo e meu pai me olhava pelo canto do olho.

- Quando será o funeral?
- Hum....
- Estas com cara de quem esta de luto.

Encolhi os ombros e encostei-me mais no sofá.

- Falar ia ajudar. Mas tudo bem.
- Fiz uma estupidez e não sei como resolver a confusão que criei
- Detalhes???

Respirei fundo e contei ao meu pai tudo que aconteceu.

- Hum...estas num grande sarilho.
- Diz-me algo que eu não saiba.
- Gostas dela?
- Claro. Nunca me senti inseguro e não estou a saber lidar com isso.
- Não poderei ajudar-te com a parte da insegurança mas se gostas dela teras que fazer um esforço redobrado pra não deixar que isso te afecte. Todas as coisas boas da vida são dificeis de alcançar.
- Ela nem sequer atende minhas chamadas.
- E o que tu estas aqui a fazer?. Devias estar sentado a porta dela. Uma hora ela vai aparecer.

Olhei pra ele surpreso. Levantei e fui despedir minha mãe.

- Preciso ir mãe.
- Esta tudo bem contigo e Luana.
- Não . Mas não deacansarei ate ficar tudo bem.
- Ok. Me liga se precisares de um ombro pra chorar.
- Obrigado mãe.

Dei-lhe um beijo carinhoso no rosto e sai. Não via a hora de a hora de voltar pra porta dela e ficar la até ela se render e me abrir a porta.

Quando olhei pro relogio eram 10 da noite e não se ouvia som nenhum do outro lado da porta. Estava sentado ha mais de 6 horas e nem sinal da Luana. Começava a ficar preocupado. Mandei-lhe uma mensagem na esperança qie talvés a raiva ja tenha passado e ela finalmente fosse ne responder.

Ricky: por favor me da uma chance pra explicar. É tudo que peço.

E como aconteceu com todas as outras mensagens , esta também não teve resposta.  Esperei até quase duas da manha mas acabei indo embora. Preciso pensar noutra forma de conseguir falar com ela.

Três dias passaram e eu alternava entre a casa dela e a lanchonete. Cheguei até a pedir contacto da amiga dela aos funcionários da lanchonete mas todos se recusavam a ajudar. Deixei recados d mais recados mas Luana continuava sem querer falar comigo.
Estava com a cabeça enterrada em papeis quando Leo entra em minha sala e senta na cadeira a minha frente.

- Estás com péssimo aspecto. Tens certeza que não estas doente?

Continuei a olhar pros papeis ignorando-o completamente.

- Ricky, acho que precisas dar um tempo a ela. Pra raiva passar.
- Eu não quero dar tempo nenhum. Eu mal me aguento. Sinto falta dela
- Nunca te vi assim...

Respirei fundo e tentei me concentrar no que estava a fazer.

- Eu conversei com a Daisy e ela me confirmou que não aconteceu nada. Ela te ajudou a subir as escadas e tu caiste na cama e durmiste no segundo seguinte. Ela despiu-te apenas pra te deixar a vontade e durmiu do teu lado porque estava cansada.
- Ela estava nua Leo.
- Ela diz que so consegue durmir assim. Quem sou eu pra negar. Em outros tempos estarias feliz em acordar com uma miuda como aquela. O que se passa contigo?
- Eu não quero uma miuda qualquer. Eu quero a Luana. E não estou a culpar a ninguém além de mim mrsmo por ter me colocado nesta situação.
- Alguma coisa que eu possa fazer pra ajudar? Daisy também se ofereceu pra ajudar a desfazer o mal entendido.

Olhei pra ele a tentar entender o que ele acabou de dizer.

- Eu expliquei a ela que tu estas em uma relação e que a pessoa  viu voces dois na cama.  Ela esta quer ajudar.
- Não custa nada tentar. Vou tentar marcar com a Luana pra vir aqui e falas com a Daisy e tiramos a historia a limpo.
- Vês...ha solução pra tudo. Relaxa.

Pela primeira vez depois do incidente vejo uma luz no fundo do túnel.  Até consegui me animar pra trabalhar e terminar os contratos pendentes que tinha que rever.

LUANA

As lágrimas finalmente pararam de cair. E eu precisava me recompor. Ja estava ha tempo demais em casa da Beth mas não queria voltar pra minha e ficar sozinha. Beth não ia reclamar, mas eu estando ali ela se sentia obrigada a me fazer companhia.

- Tens certeza que estas bem? Podes ficar mais dias Luana. Até te sentires preparada pra voltar.
- Tenho certeza. Também não vou poder evitar o Ricky pro resto da minha vida. Preciso trabalhar.
- Ok. Mas sabes que estarei sempre aqui pra ti.
- Eu sei amiga.

Abraçamo-nos e despedi- me dela. Quando cheguei a casa , me senti mais miseravel. Fui directo pro quarto e deitei na cama olhando pro tecto.
Meu celular vibra e uma mensagem do Ricky aparece no ecrã

Ricky:  So te peço uma oportunidade pra explicar. Venha ao meu escritório amanha as 10 da manha. Se depois quiseres que te deixe em paz assim farei.

Li a mensagem pelo menos umas 4 vezes pensando se respondia ou não. Não sei se gosto da ideia de estar em um espaço fechado com ele. Sou capaz de ter uma recaida. Mas não posso arrastar isto por mais tempo.

Luana: Não vejo o que podes querer explicar. Eu sei o que vi.
Ricky: Foi um mal entendido. Mas eu quero que olhes nos meus olhos quando  eu te contar o que se passou.
Luana: Ok. Amanhã as 10.
Ricky:   Nunca senti tanto a tua falta como agora.

Não consegui responder mais. Decidi durmir pra parar de pensar nele. Sem sucesso pois ele esteve em meus sonhos a noite inteira.

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