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Filipa

Depois da minha conversa com o Tiago, foi muito mais fácil conseguir adormecer. Acho que ouvir da boca dele que eu não tinha responsabilidade naquele drama me acalmou porém, não por completo.

Acordo com o som do meu despertador que faz questão de entrar nos meus ouvidos e não sair mais, as dores de cabeça provocadas pela tortura daquele som, quase me impedia de me levantar da cama mas não tinha outra opção, ia ser o último dia antes do início das aulas na faculdade e ia ser um dia corrido.

Tomo um banho de água fria para acordar bem, visto algo rápido e confortável e desço as escadas para a cozinha. Assim que chego à divisão pego apenas numa maçã, deixo comida à Mel e desço para a garagem. Queria ir já à faculdade buscar os horários e informações para facilitar o dia de amanhã e ficar livre para hoje à tarde conseguir fazer outras coisas em casa que eram extremamente necessárias.

(...)

Eram quase 13:30 e estava agora a estacionar o carro à porta de minha casa. Coloco a chave na fechadura, destranco-a e assim que abro a porta sou recebida por uma festa de boas-vindas por parte da minha cadela.

- Ora bom dia - ouço a voz de Tiago que desce as escadas, com mais um dos seus fatos de treino que faz parte da sua coleção

Acho que nunca tinha visto este rapaz com umas calças que não fossem ou de fato de treino ou beje.

- Diz antes boa tarde - digo depois de largar a minha cadela e deixar as chaves no armário da entrada

- Que horas são?

- Quase duas da tarde - respondo passando por ele nas escadas em direção ao meu quarto

- Vais ser uma querida e fazer-me o almoço? - ele pergunta seguindo-me até ao meu quarto

- Deves estar enganado, só porque te ajudei ontem não significa que somos amigos - digo trocando o meu casaco ligeiramente molhado por outro preto da adidas - Por falar nisso, como está essa testa? - pergunto voltando-me para ele

- Está bem senhora enfermeira

- Não sou enfermeira, mas aceito. Agora deixa lá ver isso - respondo entrando na casa de banho e esperando que ele se aproximasse

Ele aproxima-se de mim, coloca cada uma das suas mãos num dos lados da minha cintura e rapidamente sentimos as respirações aumentarem

- Ora senhor Tiago - digo desviando os nossos olhares enquanto tento concentrar-me em outra coisa que não fosse a nossa distância - Parece-me bastante bem, mas não o suficiente para desaparecer até amanhã. Já pensaste o que é que vais dizer ao clube? - faço a pergunta olhando novamente para os olhos dele que se encontravam exatamente na mesma posição

- Não consegues mesmo evitar, não é? - ele responde com outra pergunta mudando de conversa

- Evitar o quê?

- De te preocupares comigo - ele responde convicto deixando-me sem palavras

- Não estou preocupada contigo, só não quero que a minha irmã ache que essa coisa é culpa minha - respondo rapidamente afastando-me dele e retirando qualquer contacto visual entre nós

- Sei... estou a ver que também não sabes mentir. Podes parar com esse teatro porque a verdade está estampada na tua testa

- Oh miúdo, qual teatro? Não estou a mentir..., mas isso também não importa. Acredita no que quiseres - digo passando a mão no cabelo irritada e caminhando até à minha cama - Sai do meu quarto que eu tenho mais que fazer

- Vou dizer a verdade - ele fala respondendo à minha primeira pergunta antes de sair

Ele sai, fecha a porta e deixa-me a pensar na sua resposta e na nossa conversa mais uma vez estranha.

(...)

Estava agora a sair de casa para ir jantar com a minha irmã e desde o nosso pequeno desentendimento que não tinha visto o Tiago. Ele saiu antes de almoço e não tinha voltado nem dito nada até agora, só espero que não se tenha metido em mais problemas.

" Tu não gostas dele Filipa, não é tua responsabilidade", o meu subconsciente repete vezes sem conta no entanto, era me impossível não pensar em vários cenários hipotéticos do que poderia estar a acontecer.

Chego a casa da minha irmã acompanhada pela nossa cadela e espero que ela me abra a porta após tocar à campainha

- Oi mana - ela diz abrindo passagem para que entrasse

- Não esperava um convite tão cedo, já com saudades minhas? - pergunto brincando com a situação enquanto a Mel a enche de beijos

- O João foi jantar com os amigos e eu não queria jantar sozinha

- Então eu sou a segunda opção, bom saber maninha, bom saber...

- Não é nada disso, mas vamos falar de coisas interessantes, então como estão as coisas com o teu amigo novo

- Amigo novo? - pergunto confusa mas assim que olho para a cara dela percebo o que ela queria dizer com aquilo - NÃO, NÃO MESMO.

- Ainda bem porque o tio não ia achar piada a ter outra sobrinha enrolada com um jogador da equipa dele

- Ele pode estar descansado que eu não querilo nada com jogadores, ao contrário da minha irmã que se atira a todos

- Respeitinho menina - ela fala já mais alto da cozinha enquanto preparava a mesa para a nossa refeição

Continuamos a conversa, os risos e a boa disposição que era habitual sempre que estávamos juntas, até que o meu telemóvel toca.

"Tiago: Estou a jantar com uns amigos e vou chegar tarde, não te preocupes que não vou andar ao soco com mais ninguém"

"Deves estar enganado na pessoa, não tenho de saber onde estás"

" Tiago: Podes admitir que estavas preocupada"

Sorriu, enquanto abano a cabeça negativamente, este rapaz deve se achar mesmo a última bolacha do pacote.

- Não quero nada com jogadores - ouço a minha irmã a tentar reproduzir a minha voz, assim que vê a minha cara, fazendo com que lhe atire uma almofada à cara - Só para que saibas eu e o João também éramos assim antes de tudo

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Não era suposto  ||  Tiago DantasOnde histórias criam vida. Descubra agora