44. - Último

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Pois é meus amores, chegou a fim de mais uma história. Foi mais uma vez um prazer ter-vos a acompanhar este casalinho, mas penso que estava na altura de colocar um ponto final no drama. Não quero, de forma nenhuma, continuar uma história sem conteúdo e continuar apenas para o número de capítulos continuar a aumentar.

Por ser o último capitulo, e por estar publica com um dia de atraso, este é maior que o normal, mas espero que compense a espera.

Quanto a novos projetos, nada está planeado. Neste momento preciso de fazer uma pausa na escrita, focar-me e ganhar inspiração, pois não quero chegar ao ponto de escrever por obrigação. Assim sendo, não sei quando voltarei a escrever, nem se voltarei de facto algum outro dia. Podem continuar a mandar-me mensagens e se tiverem algum tema que queiram que eu escreva podem também deixar a vossa sugestão, nunca se sabe quando irá surgir inspiração.

Muito obrigada por todo o apoio e até um dia! 

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Tiago

Os dias passaram, continuei a trabalhar com a Filipa e entretanto a equipa voltou. Falamos com o Diogo, fizemos a avaliação e concluímos que a minha recuperação tinha sido um sucesso, por isso hoje entraria em campo com a equipa para o primeiro jogo do campeonato.

O nervosismo que ia tomando conta de mim ao longo do dia era nítido, não só por ser o meu primeiro jogo oficial com a equipa que sempre sonhei mas também por ser o dia em que ia avançar com a decisão que tinha tomado nos últimos dias.

Desde o momento no balneário com a Filipa que percebi que o que ela tinha dito era a maior verdade de sempre, eu estava apaixonado, completamente apaixonado e não havia como negar ou voltar atrás. Por isso falei com o Nuno e decidi que hoje seria o momento de dar o próximo passo; e a verdade é que esse era o maior motivo para o meu nervosismo, queria que tudo corresse tal como idealizei.

Reconheço que não me imaginava a fazer isto tão cedo, muito menos com a pessoa que inicialmente apenas iria dividir uma casa comigo e depois com a qual teria uma relação sem rótulos, não só para ser algo natural mas também para tratarmos das feridas que nos foram feitas nas últimas relações.

Agora, embora nem todas as feridas estejam cicatrizadas, quero que seja dado um rótulo à nossa relação e que todas as incertezas que passavam tanto na cabeça dela como na minha tenham um ponto final.

- Calma mano - Nuno tirar-me dos meus pensamentos assim que saímos do balneário e entramos no túnel que daria acesso ao relvado do estádio da Luz

- E se eu não consigo marcar? - questiono quando passo o plano na minha cabeça

- Não tens essa hipótese, tiveste a semana toda a treinar com o mister - ele tranquiliza e logo é chamado para o banco - Vai correr tudo bem

Cumprimentamo-nos como habitualmente e ele subiu para o relvado com o resto dos rapazes que ficariam no banco durante, pelo menos, a primeira parte, enquanto eu volto aos meus pensamentos durante os dois minutos que nos restavam até mandarem o 11 inicial subir ao relvado.

De facto, tudo teria que dar certo, porque fiquei toda a semana a treinar com a equipa técnica os lances de bola parada para marcarmos mais um golo feito em laboratório. Até porque foi durante esses treinos que eu decidi que esse seria o momento para o meu plano.

- Rapazes concentrem - o mister fala passando por nós e para ao meu lado - Quero aquele golo perfeito - diz num tom autoritário e logo se afasta

- Também eu mister, também eu - sussurro de forma que só eu consiga ouvir

Depois de alguns instantes somos chamados a subir ao relvado, respiro fundo, caminho com a restante equipa e olho para Nuno, sentado no banco duas cadeiras ao lado de Filipa, que assente com a cabeça indicando que estava tudo pronto e de certa forma, incentivando-me a ir em frente com o acordo.

As equipas cumprimentam-se normalmente, os capitães de equipa escolhem os campos defensivos e logo o árbitro faz ouvir o som do apito no estádio da Luz.

O jogo foi iniciado..

(...)

A primeira parte do jogo decorreu e estávamos agora nos primeiros 10 minutos da segunda parte. Embora a equipa tivesse a ganhar já pela diferença de dois golos e os nervos de estreia tivesses ido embora, o receio de não ter a minha oportunidade começava a entrar em palco.

Até que finalmente temos um canto marcado a favor da equipa das águias, era o terceiro do jogo mas o nosso treinador de bolas paradas não tinha dado o sinal para fazermos a nossa tática de laboratório. Porém quando vi a sua mão fechada em forma de círculo sabia que era a minha deixa, não podia falhar por vários motivos, por isso não ia sequer colocar essa hipótese.

" Não há dificuldade Tiago, é só entrares no meio dos dois defesas e encostar a bola" ouço a voz do treinador adjunto vezes e vezes sem conta.

Pizzi coloca a bola da sua forma, eu dirijo-me para a minha posição e solto o ar preso nos meus pulmões enquanto esperava o sinal sonoro do árbitro.

Filipa

A tensão no estádio era nítida e percebi, assim que vi o adjunto do meu tio, que estava prestes a sair uma tática de laboratório.

Passava os olhos em todos os jogadores tentando perceber alguma lógica no posicionamento e rapidamente notei que o João e o Rafa se movimentavam na ponta da grande área, do lado que o canto seria batido, atraindo consigo os defesas enquanto Tiago se posicionava na ponta inversa quase de baliza aberta.

" Ele era o responsável por este momento" pensei e nesse momento instantaneamente consegui sentir um pequeno nervosismo dentro de mim.

Levanto-me apenas o suficiente para ter uma visão total da baliza adversária e o árbitro finalmente apita. 

Todo o estádio fica em silêncio e assim que o canto é batido para os pés de Tiago, este não hesita e marca o terceiro golo da equipa encarnada.

Os adeptos gritam, comemoram e o estádio vibra com tanta euforia e os jogadores correm até ao treinador adjunto, comemorando mais um golo tático.

Tiago

Assim que vejo a bola entrar, corro até ao banco da equipa técnica e enquanto a equipa se direciona ao mister, eu passo por Nuno que coloca o objeto na minha mão e vou até Filipa, tendo a certeza que ninguém reparava pois os festejos tinham consumido todas as atenções.

- Conseguiste - ela fala feliz e logo nos abraçamos

- Filipa - sussurro ainda no abraço não a deixando afastar-se de mim - Só depois da nossa conversa é que eu percebi que tinhas toda a razão, sempre tiveste. Eu estou totalmente apaixonado por ti. Queres namorar comigo? - pergunto afastando-me um pouco e abrindo a mão mostrando-lhe o anel

- Sim, sim, sim.. - ela responde sorrindo e voltando-me a abraçar 

Sinto os rapazes voltarem para dentro de campo e por isso, deixo o anel na mão de Filipa, dou-lhe um rápido beijo na testa e afasto-me.

- Tiago - ouço a sua voz correr atrás de mim - Amo-te - ela sussurra ao meu ouvido antes mesmo de eu me virar na sua direção e volta para o seu lugar.

Volto também para dentro de campo e antes mesmo do arbitro voltar a apitar para continuar os restantes minutos de jogo, olho na sua direção e sorriu. Naquele momento, tive a total certeza de que ela sabia que eu também a amava.

 Fim


Não era suposto  ||  Tiago DantasOnde histórias criam vida. Descubra agora