12 de dezembro de 2013

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Se na noite anterior não conseguiu dormir, nessa Derek simplesmente apagou, provavelmente por conta do cansaço da noite mal dormida somada com o período de tempo que sua mente ficou funcionando durante o dia no hospital. Acordou pela manhã sentido que seu corpo tinha passado horas petrificado na mesma posição. Aquela cama não era tão confortável quanto a que tinha em casa, e apesar de ter passado anos de sua vida dormindo nela, agora não sentia mais como se fosse adaptado para aquele colchão. Sentia uma dor leve nas costas, que foi desaparecendo aos poucos à medida que ele levantava para sentar e alinhar a coluna. Esfregou os olhos olhando em volta, vendo tudo ao seu redor ficando nítido, tendo a sensação de que havia voltado no tempo; então contraiu os lábios e levantou-se. O relógio continuava em seu pulso, ele olhou constatando que deveria sair pra trabalhar. Ainda não estava atrasado.

- Ah! Bom dia, meu filho! Eu pensei que você fosse dormir mais um pouco _ disse Carolyn assim que o encontrou no corredor, saindo do quarto.

- Não. Preciso trabalhar.

- Você conseguiu falar com a sua esposa ontem? Se entenderam?

- Nós não estamos brigados, mãe _ ele disse adentrando o banheiro.

Só havia um na casa e a sensação de dejavu havia passado exatamente pelo fato de que não havia uma fila para usar o banheiro. Ele abaixou-se para procurar por uma escova de dentes no armário abaixo da pia e assim que encontrou, escovou rapidamente os dentes antes de lavar o rosto pensando na conversa que havia tido com a esposa na noite anterior. Não imaginava porque ela tinha sido tão seca, mas pensou que talvez aquilo poderia indicar que toda aquela preocupação de Carolyn com seu casamento teria algum sentido. Ela não era a única. Mark também parecia preocupado com alguma coisa no dia anterior; como se tivesse esperando que o amigo lhe confessasse algo, mas Derek não tinha ideia do que poderia ser.

Deveria ligar pra ela, mas logo lembrou que o celular estava descarregado, então não teria como. Pensou que deveria voltar em casa para pegar o carregador; mas não teria tempo de sair naquele momento da casa da mãe sem ser direto para o hospital. E foi o que fez, ainda que deixasse Carolyn lamentando por ele não ter comido nada do que ela havia preparado pra ele.

Na noite passada ele não teve tempo de combinar com Eva e Mark onde seria a próxima reunião para que eles falassem do projeto; caminhou até seu consultório, desejando Bom Dia para as enfermeiras que estavam no balcão de enfermaria daquele corredor naquele turno e adentrou a sala já ligando a luz. Havia um telefone lá e perceber aquilo foi quase um alivio pra ele. Sentou-se na cadeira confortável atrás da mesa e pegou o aparelho impulsivamente, para então perceber que havia um post-it azul ao lado.

Dra. Montgomery pediu que ligasse assim que pudesse.

Sra. Johnson.

Não sabia se aquela mensagem era do dia anterior ou daquela manhã. Se fosse do dia anterior, seria uma explicação pro fato de Addison tê-lo atendido tão friamente na última vez que se falaram. Talvez ela tenha passado o dia inteiro esperando pela ligação dele.

Ele tentou ligar para o celular dela do telefone à sua frente, mas não conseguiu. A todo momento a ligação estava sendo encaminhada para a caixa postal. Em alguns segundos ouviu duas batidas na porta e esperou até que alguém entrasse. Era a secretária.

- Bom dia, dr. Shepherd. O dr. Lee está precisando de um neurocirurgião lá na pediatria e todos os outros estão em cirurgia. Eu posso avisar pra ele que o senhor está a caminho?

- Claro _ respondeu sem pensar muito.

O que queria saber da secretária era outra coisa.

- Sra. Johnson, esse recado da minha esposa... Ela ligou quando? _ perguntou.

It's their seasonOnde histórias criam vida. Descubra agora