Toda Forma De Amar.

noiva?

Maze.

- como é que é? - praticamente gritei me levantando da mesa.

- querida, a empresa da nossa família está falindo, queira ou não. É por uma boa causa, sacrifícios são parte da vida.

- sacrifícios?? Sacrifícios são fáceis quando não se tratam da SUA vida. Você só se importa com você - gritei, não sei quando começaram mas as lágrimas já molhavam todo o meu rosto - sempre soube que você era ambiciosa, mas não imaginei que você fosse capaz de vender a sua própria filha!

- Maze se acalme, por favor - meu pai disse suavemente.

- me acalmar??! Você acha que tem alguma droga de direito de me pedir alguma coisa???, quando literalmente ta me vendendo para esse monte de abutres??? - gritei histérica enquanto Roberta digeria o meu xingamento, se não fosse a pose de dona poderosa acho que ela já tinha avançado meus cabelos - porque você não manda uma das suas amantes??

Agora é a vez dele é da minha mãe de ficarem pasmos. O garoto ao meu lado começou a segurar o riso. Do que ele acha graça?? Pervertido do inferno. Meto um soco no meio da boca aberta dele, o sangue correu rapidamente, aí percebi que o dente do garoto havia sido arrancado.

Antes que quebrasse todo mundo na paulada sai correndo, chorando de raiva.

Peguei meu celular na sala e corri para rua, enquanto minha mãe gritava meu nome lá de dentro e corria atrás de mim - o que deve ter sido horrível porque o salto dela é maior do que meu dedo do meio. - corri até a outra esquina e chamei um uber. A uns bons metros de mim minha mãe me procurava. Com certeza ela não conseguiria me ver no lado escuro da rua onde eu estava.

Percebi que sua maquiagem estava borrada e que chorava feito um bebê, provavelmente do jeito escandaloso que eu chorava segundos atrás. Eu sabia que ela não chorava por minha causa ou arrependimento do que fez, mas sim porque agora sem nenhuma ficha para vender a empresa estava de dias contados.

O uber passou na rua até que eu me revelei a luz de um dos postes, ele parou na minha frente. O Scarpin quebrou e eu quase caio. Arremesso um deles na janela de casa, que quebrou claro - e sim aonde estou agora está perto de casa, e minha mãe ainda grita meu nome - entrei no carro antes que ela me alcançasse. Mandei o motorista dirigir e ele obedeceu.

- próxima parada..? - ele pediu, prestando atenção no meu rosto, certeza de que ele acha que eu vim de uma festa de Halloween.

Não tinha pensado aonde iria, só queria sair daquela casa. Pensei na casa de Bia, proavelmente a mãe dela me perguntaria o que aconteceu e agora que eu estava prestes a assumir minha relação, tenho quase total certeza que não passaria uma boa impressão indo lá aos trapos. Pensei em Rafael, o pai dele claramente ia ligar para minha mãe. Nati devia estar na balada, se tratando de uma sexta-feira. A única opção foi a casa do Natan.