Capítulo 6

13 12 0
                                    

Izaya revirava-se febril sobre a esteira de palha em que dormia num casebre de madeira que dividia com o pai, localizado nos fundos do terreno da casa do irmão mais velho de Naga, que lhes deu acolhida até que pudessem prover a si próprios.

Não era a febre de alguma doença, mas um fogo que lhe queimava dentro do peito, sobre o Chakra Cardíaco.

O encontro com o soldado no templo a perturbara de tal forma que a figura bela e imponente dele invadia até os sonhos da jovem!

Ela conseguiu despertar, ofegante e suada.

O futon com que se cobria estava jogado fora do tablado onde ficava a esteira, mostrando o quanto ela havia se remexido!

Ouviu a respiração profunda do pai, que dormia ao lado, tendo como divisão de privacidade apenas uma cortina de bambu entre eles.

Agradeceu por ele ter o sono tão pesado!

O rosto bronzeado e anguloso do rapaz, iluminado por olhos dourados, veio novamente à memória de Izaya: era quase como se o visse à sua frente!

Desesperada, chacoalhou a cabeça e oprimiu o choro, pulando do tablado e indo até a cômoda, puxando uma pequena gaveta e de lá retirando uma vareta de incenso e fósforos, correndo para fora do casebre e indo para o quintal repleto de plantas, ficando num pequeno descampado onde melhor incidia a luz da Lua Cheia.

Trêmula, acendeu com dificuldade o incenso, fixando-o na terra de um vaso.

Ajoelhada, Izaya curvou-se, deitando a testa sobre a terra úmida, regando-a com suas lágrimas que se derramavam dolorosas.

Ela ainda não se perdoou por aquilo que não fora capaz de impedir: as mortes dos trabalhadores do templo; a destruição do Templo de Seiryû Wu-ki; o seu corpo maculado.

O que mais doía era ter permitido que seu corpo e sua alma fossem conspurcados, sem ter feito nada para impedir, sem ter resistido o suficiente ou mesmo dado um fim naquilo, dando um fim à própria vida.

Bastaram alguns tapas para quebrar sua resistência e inundá-la de medo. Fora fraca e covarde, e isso jamais poderia ser perdoado!

E agora, como se não tivesse se feito suficientemente indigna, manchando a honra de um dia ter sido uma Noiva de Seiryû, ela se suja mais uma vez, pensando com tanto ardor num homem que apenas viu por minutos!

Sem compreender que o seu coração ainda permanecia puro, mesmo depois de toda humilhação, Izaya se mantinha fechada às influências da Deusa-Dragão da Água, Seiryû Wu-ki, e não ouvia os apelos e consolos de sua madrinha...

•°•°•°•°•°•°•N/A: Se estiver gostando da história, clica na estrelinha e deixe o seu voto

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

•°•°•°•°•°•°•
N/A: Se estiver gostando da história, clica na estrelinha e deixe o seu voto. Isso ajuda na divulgação, fazendo com que se destaque nesse oceano de livros do Wattpad. Obrigada✌🏻😁

K'ien Onde histórias criam vida. Descubra agora