Parte 8

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Não foi nada fácil convencer à família de Foluke a deixá-la passar uns dias com o pai. Igualmente difícil foi fazê-los se convencerem da sua história, que ele teve de apelar para uma inverdade sobre sua saúde.

Mas, sem o auxílio da Espiritualidade – que estava ali presente, embora ninguém além de Jorge tenha percebido – ele sequer teria conseguido ver a filha.

Esse atrito da família com ele era um caso muito antigo, afinal ele jamais foi aceito, por questões étnicas e religiosas.

E depois da morte da esposa, que adoeceu e morreu repentinamente, a família se voltou totalmente contra ele, tirando-lhe até mesmo a própria filha.

Mas, no momento, evitava a custos direcionar os seus pensamentos para esse assunto.

Havia outros mais urgentes e graves exigindo sua atenção.

Um deles era o remorso por nunca ter lutado severamente pela guarda de Foluke, acreditando, ingenuamente, de que aquilo era uma provação a que deveria passar.

E o outro assunto era a angústia por imaginar que, talvez, estivesse levando a filha para um perigo mortal.

— Não desperdice suas energias com essas bobagens, Babalaô! Se continuar a descer seu nível vibracional com esses pensamentos negativos, logo estará rodeado de Espíritos vampirizadores.

Repreendeu a Pombogira, que se manifestara na outra noite.

Jorge se sobressaltou pela repentina aparição. Como da outra vez, a Entidade se mostrava curta, grossa e direta.

— Desculpe, mas não tenho como evitar o sentimento de que eu esteja pondo minha filha em perigo! – Respondeu mentalmente.

— E você acredita que nós arriscaríamos um colaborador precioso como ela?! E acredita que ela seja apenas uma mocinha indefesa, como aparenta? Não a subestime!

Foluke se aproximou, vinda de seu quarto aonde arrumava a sua mala, desconfiada de que o pai não estava tão sozinho na sala.

Ela ainda não tinha suas capacidades mediúnicas desenvolvidas, apenas a intuição, mas logo sofreria um violento desencadeamento de suas faculdades.

Por ora, apenas pressentia que havia alguém se comunicando com seu pai.

—Pai, gostaria de mostrar algo... – Falou, um tanto arisca e sem jeito.
Jorge apenas assentiu e seguiu a garota para fora da casa.

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