Uma Dançarina Para Amar

Capítulo 2 - O ritmo da sedução

## Sakura Haruno ##

Finalmente a apresentação de hip hop acabou e chegou a minha vez, dei mais uma olhada para ver se meus pais já haviam chegado mas eles ainda não estavam ali. Aproveitei para olhar a bancada do júri, haviam quatro jurados, duas mulheres dois homens, mas me arrependi imediatamente de ter olhado porque agora eu estou muito mais nervosa do que eu já estava.

Vejo que o palco está livre e sou chamada pelos alto falantes, as luzes do palco estão apagadas, me posiciono no centro de costas para os jurados e, um único holofote é ligado na minha direção então, eu autorizo para que a música começasse. Ao som primeiras batidas, coloco o meu véu, da mesma cor da roupa, deixando apenas os olhos à mostra, dou batidas leves com o quadril de um lado para o outro de maneira que as medalhinhas se choquem no ritmo da música, fico na ponta dos pés e, ainda remexendo o quadril, vou balançando os braços de forma graciosa e sedutora. Fecho os olhos para sentir a música com mais intensidade e para deixar que ela me guie, curvo todo o meu corpo para trás até mais da metade das costas formando quase uma ponte perfeita, volto lentamente ainda movimentando os braços de forma suave e me viro de frente para a plateia, meu pé direito vai para frente e para trás ao mesmo tempo em que eu "requebro" meu quadril a cada batida mais forte da música.

A música fica mais lenta e as batidas fortes do meu coração se acalmam, faço movimentos suaves com todo o corpo como as ondas mais calmas do mar, abro meus olhos de forma sedutora encarando a bancada do júri e vejo os rapazes suspirarem, dou um sorriso ladino adorando a reação deles afinal, quando estou dançando, eu adoro ter os homens aos meus pés. O rítmo da música acelera novamente e para acompanhar bato o quadril de um lado para o outro de forma que as medalhas do cinto se choquem complementando a melodia da música. Ah como eu amo esse som, fecho os olhos para sentir a música percorrer em minhas veias e de forma leve e sedutora retiro meu véu deixando que o júri finalmente veja meu rosto. Um turbilhão de sentimentos se forma em meu coração e ali, naquele palco sentindo toda a minha paixão pela dança, eu lembrei do sorriso de minha mãe. Uma lágrima solitária escorre pelo meu rosto, eu queria tanto que ela estivesse aqui.

Me concentro novamente na melodia, cada movimento do meu corpo guiado pelo som da música árabe era perfeitamente sincronizado, ondulando todo meu corpo de forma sensual sem sair do ritmo, nada ficava parado. Eu dançava como alguém precisa de ar para respirar e então eu finalmente abro meus olhos e foi aí que eu o vi, sentado na última fileira da arquibancada, um rapaz de cabelos e olhos negros como uma noite escura sem estrelas, a pele alva que destacava ainda mais seus olhos e um sorriso ladino, muito sedutor, nos lábios me encarando intensamente como se pudesse ver através de mim. Após quase cinco minutos a música se encerra mas em nenhum momento eu ouso em quebrar o contato visual com ele.

Depois de alguns segundos nos encarando eu lembrei que meus pais deveriam estar ali, procurei por todo o auditório mas não os encontrei e mais uma vez aquele sentimento de angústia se fez presente em meu peito.

"Onde será que eles estão?"

F

ui retirada de meus pensamentos quando uma moça de longos cabelos negros, que eu logo vi uma enorme semelhança com o rapaz da última fileira, me chamou.

- Muito obrigada pela sua apresentação senhorita Haruno, você receberá a resposta pelo correio no prazo de duas semanas. Boa sorte!

Me curvei agradecendo e sai as pressas daquele palco, precisava achar meus pais e fugir de um par de olhos ônix que me encarava da última fileira fazendo minha pele queimar. Fui em direção ao vestiário para me trocar, a academia liberou os armários para usarmos para guardar nossas coisas. Peguei minha bolsa de dentro do armário e a primeira coisa que eu fiz foi conferir se tinha alguma ligação dos meus pais mas não tinha nada, nenhuma chamada perdida e nem mensagem. Aquela sensação ruim estava crescendo em meu peito, tentei ligar no celular da minha mãe e estava desligado, o do meu pai caía na caixa postal. Decidi me trocar, devem ter tido algum imprevisto e com certeza vou chegar em casa e eles estarão me esperando ansiosos para saber como foi minha apresentação. Vesti minha calça jeans, uma camiseta preta afinal estava calor aqui em Konoha e, quando eu estava calçando o meu tênis, ouço meu celular tocar vejo pelo visor que é minha madrinha Tsunade.

Ela é diretora e dona do Hospital Geral Konoha Senju e agora ela deveria estar de plantão afinal foi por esse motivo que ela me disse que não viria ao meu teste. Penso que ela só queria saber como foi mas eu estava com a ligeira impressão que aquela ligação não me traria boas notícias. Atendo logo o telefone para sanar minhas dúvidas.

- Oi madrinha. Tudo bem?

- Sakura você já terminou de fazer seu teste?

Eu sabia que tinha algo de errado com essa ligação, minha madrinha nunca falou de forma tão direta e séria comigo. E sem contar que ela só me chama de Saky, se ela me chama de Sakura ou eu estava ferrada ou era algo muito sério.

- Já sim madrinha, por que?

- Sakura preciso que você venha até o hospital.

- Vou sim, daqui a pouco estarei ai. Mas aconteceu alguma coisa madrinha? Você está muito séria.

- Quando você chegar aqui nós conversamos, está bem minha querida?

- Tudo bem então. Madrinha, por acaso você tem notícia dos meus pais? Eles falaram que viriam ao meu teste mas não apareceram. Você sabe o motivo?

E ao invés de ouvir uma resposta eu ouço um bip no celular, ela havia desligado o telefone. Minha madrinha só desliga o telefone na minha cara em duas situações, quando está bêbada e quando quer fugir do assunto e eu sei que nesse momento ela não está bêbada.