O Destino Nos Trouxe Aqui

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Hyunjin

Às vezes, a vida consegue ser realmente surpreendente e, para minha felicidade, isso pode ser algo bom, de vez em quando.

  Estava andando distraidamente pela praça da cidade, admirando as crianças brincando, quando avistei um garoto sentado em um banco.

  A princípio, não consegui distingui-lo com clareza, visto que ele estava de costas. Então, minha curiosidade exacerbada levou-me até o garoto, pois ele se parecia com alguém, mas não conseguia lembrar quem.

  Quão surpreso fiquei ao deparar-me com ele. Contudo, não consegui ficar contente por muito tempo, uma vez que seu semblante era abatido e triste. Outrossim, temia não ser reconhecido.

  "Olá." Disse com cautela após me aproximar dele, afinal não queria assustá-lo.

  Lentamente, ele levantou o rosto ao escutar minha voz. "Oh!"

  "Lembra-se de mim? Te ajudei naquele dia." Questionei. Por algum motivo, estava nervoso.

  "Lem-lembro sim, mas não achei que fosse encontrá-lo de novo."

  "Bem, parece que o destino desejou que isso ocorresse." Brinco com um sorriso, o qual, de forma tímida, ele retribui. "Aproveitando a oportunidade, me chamo Hyunjin. E você?"

  "Jeongin." O nome dele era tão bonito quanto ele.

  Eu precisava voltar para casa logo. No entanto, nunca perderia a oportunidade de passar um tempo na companhia de Jeongin. Além disso, quem iria me garantir que nos veríamos outra vez. À vista disso, não hesitei em convidá-lo para ir à sorveteria do outro lado da rua.

  Quando já estávamos acomodados em uma mesinha com nossos pedidos,  fiquei sem saber como agir, o que não era algo comum para mim. Jeongin parecia um gatinho assustado, e eu não sabia como deixar o clima menos tenso.

  "Você se mudou há pouco tempo?" Tentei iniciar uma conversa baseado no pouco que sabia sobre ele.

  "Sim."

  "E aonde morava antes?"

  "Busan. E você, sempre morou aqui?"

  "Para minha infelicidade, sim."

  "Por que para sua infelicidade? Não precisa dizer se não quiser."

  "Não, tudo bem. Eu apenas gostaria de poder me mudar e conhecer novos lugares, novas pessoas, novas culturas, novos ares. Enfim, desvendar o desconhecido." Conto-lhe com um ar sonhador.

  "Então você possui em espírito livre e aventureiro, ao contrário de mim, que daria de tudo para voltar para casa."

  Escutá-lo dizendo isso deixou-me intrigado e com vontade de entendê-lo.

  "Não está gostando de morar em Seoul?"

  "Para ser sincero, não muito."

  "Mas você chegou a andar pela cidade?"

  "Hm, não?"

  "Nesse caso, então, ouso dizer que não viu o melhor de Seoul e isso influência na sua opinião sobre morar aqui." Talvez, só talvez, eu estivesse tentando influenciar Jeongin a gostar de morar na cidade.

  "Pode ser que tenha um pouco de razão, mas não sei se devo concordar com você."

  "Por quê?"

  "Você disse que deseja se mudar."

  "Touché, bom argumento! Porém, no meu caso, eu resido aqui desde que nasci. Já você, não."

  "Ok, agora você tem um ponto. De qualquer forma, não tenho coragem de me aventurar por aí."

  "E o que te impede?"

  "Promete que não vai dar risada e nem caçoar de mim?"

  "Eu nunca faria isso."

  "É que tenho medo de me perder e alguém fazer algum mal para mim." Conforme admite seus receios, as bochechas de Jeongin ganham uma tonalidade rosada que deixa-o ainda mais fofo.

  "E se você tivesse um guia?"

  "Não acho que alguém seria meu guia de graça, Hyunjin."

  "Eu seria!"

  "Jura?"

  "Claro! Conheço essa cidade como a palma da minha mão e poderia te levar para conhecer os melhores pontos turísticos. Então, garanto que não irá encontrar guia melhor. Isso se você quiser, claro."

  "Não iria te atrapalhar?"

  "De forma alguma."

  "Então, acho que tudo bem." Ok, Jeongin aceitou sair comigo e isso não é um teste. Estou muito animado.

  Após marcarmos um dia específico para realizarmos nosso passeio, continuamos conversando e descobrindo coisas sobre o outro. Felizmente, aquele clima tenso dissipou-se e consegui fazer Jeongin se sentir confortável. Aquela expressão triste que outrora estampava suas feições também desapareceu.

  Quando tivemos que nos despedir, uma vez que já estava escurecendo, trocamos nossos números.

Te Quiero (𝚑𝚢𝚞𝚗𝚒𝚗) - hiatus Onde histórias criam vida. Descubra agora