Amar Dói

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Hyunjin 

Toda vez que encontro Jeongin nos corredores da escola sinto meu coração apertar dentro do peito. Evito ao máximo olhar para ele, e é sempre difícil. Ele também parece se esforçar muito para não olhar para mim, e quando nossos olhares se encontram, decepção é o que enxergo. Isso me enche de tristeza, porém sei que é melhor assim. Quanto mais Jeongin se decepcionar comigo, mais rápido ele irá me superar e seguir em frente, e assim meu pai não fará nada consigo e nem com sua família.

Em casa as coisas não poderiam ser piores — se eu ao menos pudesse falar com Anna, talvez fosse menos difícil passar por isso. Às vezes sinto que não vou aguentar por muito mais tempo, pois já estou chegando ao meu limite. Não sei por quanto tempo vou conseguir suportar viver dessa forma, contudo pensar em Jeongin me motiva, e assim consigo sobreviver a um dia de cada vez.

Eu tenho tanto medo de machucá-lo outra vez. De colocá-lo em perigo caso me aproxime. Outra pessoa em meu lugar agiria diferente. Não seria tão medrosa, ao contrário, teria coragem em demasia correndo por suas veias, e então agiria como um herói, mas eu não sou um herói, tampouco tenho coragem em abundância para enfrentar meu pai e colocar ainda mais em perigo aquele que amo.

Eu posso ser medroso, mas também sou racional. As chances de tentar me aproximar de Jeongin de alguma forma e explicar porque estou agindo assim e ele entender, independente se me perdoaria ou não, sem que meu pai descobrisse e surtasse, são praticamente nulas, para não dizer impossíveis. Sendo assim, como diz o velho ditado, é melhor prevenir do que remediar.

Eu já magoei o Jeongin demais, não suportaria machucá-lo mais do que já o fiz. Sei que não é minha culpa ser filho de um homem completamente fora de si, narcisista, arrogante e insensato ao extremo, ao extremo mesmo, mas também não é culpa dele. Então, que direito teria eu de pedi-lo para passar por sabesse lá o que, apenas para que pudéssemos ficar juntos? E como ele reagiria e lidaria com isso? Ninguém gostaria de receber a notícia que possui um sogro soberbo, capaz de coisas horríveis apenas para impedir a felicidade de seu próprio filho, e tudo isso por quê? Porque é um homofóbico narcisista que ama apenas a si próprio e ao dinheiro e a fama.

Eu não sei que escolha faria se estivesse no lugar de Jeongin, mas sei que escolho faço estando no meu próprio lugar, na minha própria pele, e a escolha que faço é fazer tudo o que estiver ao meu alcance para protegê-lo e impedir que meu pai chegue perto de si e de sua família. Essa é a minha escolha, e a manterei firmemente.

Sou tirado de meus pensamentos por Anna, a qual veio me chamar para alguma coisa a mando do meu pai — só assim para ela poder falar comigo agora.

"Com licença, Sr. Hwang, seu pai me pediu para que viesse avisá-lo que a senhorita Choi e sua família virão jantar aqui essa noite, então o senhor deve preparar-se para recebê-la." Anna diz com uma formalidade desnecessária, visto que nossa relação não é apenas a de empregada e filho do patrão, mas sim de amigos, de família. Ela sequer sorri quando fala comigo, suas expressões faciais são sérias e neutras, como se ela fosse desprovida de sentimentos, restando-lhe apenas o profissionalismo. Isso me incomoda tanto! Sei, acredito verdadeiramente ao menos, que Anna não quer agir assim comigo, porém assim como eu ela não tem outra escolha. Nós somos como reféns do meu pai, precisamos agir como marionetes que são controladas por ele.

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Te Quiero (𝚑𝚢𝚞𝚗𝚒𝚗) - hiatus Onde histórias criam vida. Descubra agora