{Narrado por Camila}
Michael estava fodendo com a nova secretária. Ele estava sentado em sua cadeira executiva de couro com encosto alto, mãos cruzadas atrás da cabeça com os pés apoiados na sua enorme mesa de madeira escura.
E Bambi, (sim, ela alegou que esse era o nome dado a ela no nascimento) estava montando nele e rindo. Eles não tinham me ouvido entrar, ocupados, sentindo um ao outro. Coloquei minha bunda na cadeira de visitante.
“Elegante. Posso assistir?”
Michael riu da maneira como Bambi pulou do seu colo. Ela pediu desculpas enquanto corria de volta para sua mesa. Peguei uma lixa da minha bolsa grande e tentei salvar uma unha que tinha lascado no caminho até o escritório.
“Sabe, poderia ter sido um cliente, em meu lugar.”
“Não é como se tivéssemos uma loja de chá. As mulheres vem até aqui porque seus maridos estão fodendo por aí. Aposto que algumas delas gostariam de me ver cutucando Bambi.”
“Você é um porco. Não tenho ideia de porquê trabalho para você.”
“Porque eu te pago bem.” Ele tirou as botas da mesa e bateu-as encontrando o chão. “E eu aguento você ser uma vadia. Agora que eu estou pensando bem, não tenho certeza de como eu trabalho com você."
Eu sorri.
“Você vai sentir minha falta quando eu partir, não é?”
“Você conseguiu o emprego? Aquele para cuidar da garota do figurão?”
Suspirei.
“Não.”
“Por que não?”
“Houve um pequeno incidente.”
Michael levou a caneca de café à boca.
“O que você fez? Derramou algo nele, ou o repreendeu?”
“Bem, na verdade não.”
“Então, por que você está sentada na minha frente e não em alguma exagerada cobertura extravagante?”
“Sofri um pequeno acidente.”
“Outro? O que é isso agora? O terceiro dos últimos dezoito meses? Seu seguro deve ser uma maldita fortuna.”
“Estacionamento paralelo é impossível. Porém, desta vez eu nem estava retornando nisso. Eu, simplesmente não entendo por que eles não podem aumentar as marcas na rua, então as pessoas poderiam facilmente entrar.”
“Porque o setor imobiliário tem quase dois mil metros quadrados aqui, querida.”
“Talvez eu tenha que começar a pegar o transporte público.”
“Estou lhe dizendo isso desde o dia em que você começou aqui. Ninguém dirige. Aprenda usar o sistema de metrô já.”
Suspirei. Michael colocou sua caneca de café vazia na mesa e juntou as mãos atrás da cabeça novamente, recostando-se na cadeira.
“O que diabos o seu acidente tem a ver com você não conseguir o emprego que queria? Você estava atrasada ou perdeu o compromisso, ou algo assim?”
“Oh. Eu tive um acidente estacionando no quarteirão onde era minha entrevista. Acontece que o motorista, que não admitiu que o acidente foi culpa dele, era, na verdade, o cara que me entrevistaria.” M