Park Jimin: Blood Sweat and Tears |2

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Capítulo 2

A dor que eu sentia, desde o dia anterior, não levara uma única lágrima. Minha suposição era de que me conter estava me deixando completamente acabado. Não foi intencional.

— Você está bem? — perguntou a diretora da escola Mayer, no intervalo da aula. — A sua cara de cansado está assustando seus alunos. Alguns me perguntaram se você está doente. Não sei o que está acontecendo com você, mas talvez seja melhor tirar o dia de folga.

— A senhora não precisava ter dito nem metade disso pra eu entender a mensagem.

Com um sorriso, que intermediava entre o profissional e amigável, ela pôs a mão no meu ombro.

— Descanse um pouco. Não é um pedido.

Embora eu sentisse o grande peso das últimas surpresas nas minhas costas, tirar o dia de folga estava bem longe das minhas pretensões. Portanto, me sentei à mesa de uma lanchonete, pedi um café e esperei o tempo passar. Assim que desbloqueei o celular, uma notificação de mensagem de Jinah chegou.

"Bom dia, meu amor. Vamos nos ver no fim de semana? Quero fazer um jantar pra você."

Era estranho. Continuar com a Jinah passou a doer muito de um instante para o outro, mas... deixa-la doía mais. Assim que esse pensamento se formulou na minha mente, também soube que eu não devia fazer nada do que eu decidia fazer com relação a ela.

"Tudo bem."

Respondi a mensagem e retornei à minha ambição de tirar um minuto para pensar em nada... durante aquela hora inteira. E, pra variar, eu falhei. 

Tentando não pensar na Jinah, acabei por não conseguir parar de pensar na situação da Freestyle, nas opções que ninguém mais considerava.

Em vinte minutos, eu estava na prefeitura. Claro que eu não estava isento de passar por toda burocracia antes de ser atendido, se eu fosse atendido. Da minha parte, não havia tempo ou paciência. Quando encontrei o ministro de estado, furei a fila e entrei no escritório sem ser convidado.

— Quanto vale o terreno da Escola de Dança Freestyle?

Sentado atrás daquela mesa, assinando alguma coisa, ele não teve pressa para parar e olhar para mim. O revirar de olhos era uma dica de que estava a par do assunto.

— Segurança...!

— Só me dá um número.

Os seguranças entraram, prontos para me arrastar, com olhos de cirurgião removendo um tumor. Contudo, eles se interromperam, quando o ministro começou a falar:

— O terreno não é negociável. Mas se quiser tentar brigar por isso, arrume um advogado, aguarde como todo mundo e não invada o escritório de mais ninguém.

— Tudo tem seu preço. Me diz um número e eu paro de te encher o saco.

— Sete milhões.

Não discuti por conta do valor alto. Ao receber a resposta, eu saí do edifício com a mesma pressa que entrei. No meio da correria, fiz uma ligação para um colega de trabalho na Freestyle, que estudou e se formou comigo. Se eu tivesse sorte, ele nem questionaria minha impulsividade.

— Dae-yoon, mande uma mensagem coletiva pedindo para todo mundo comparecer esta noite, quem for da tarde ou da manhã também. Junte todos alunos num lugar só.

— Jesus finalmente trocou a lâmpada queimada na sua cabeça?

Apesar de aquilo ser uma pergunta, me fez sorrir.

Dope: Professionals | Bangtan Boys [HIATUS]Onde histórias criam vida. Descubra agora