O Maior dos Planos

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-Obrigado, uh... Clem - Agradeceu Dib quando o clone de seu pai serviu uma concha de mingau por cima do seu cereal.

Ao menos o mingau que ele fazia estava ficando melhor. Não exatamente bom, só melhor do que antes.

Sua irmã, Gaz, já não parecia se importar tanto com essa mania, estava ocupada demais jogando videogame para prestar atenção no que estava comendo.

-Café da manhã é a refeição mais ciência do dia! - Respondeu Clembrana, animado, antes de ir para a sala.

-Realmente não acha nada disso estranho? - Dib perguntou ao seu pai, que lia um jornal do outro lado da cozinha. - Já faz meses, como ainda não acredita em mim?

O cientista coçou a cabeça, pensativo.

-Realmente, a batida que levei foi mais forte do que eu pensava.

O garoto olhou para sua irmã em busca de apoio.

-Não olha pra mim. Não é como se eu ligasse se ele acredita ou não que passamos por um quase fim do mundo. Consertamos as coisas, pra que se preocupar?

Dib suspirou desapontado e voltou a olhar para o seu cereal. Como depois de tudo que aconteceu as pessoas ainda duvidavam dele? O mundo todo viu aquilo e mesmo o tratavam como se fosse louco. O que estavam pensando? A imprensa literalmente anunciou que tudo havia sido uma alucinação causada pelos membraceletes. O quão estúpida a humanidade pode ser?

Mas o que mais o preocupava era Zim. O alienígena era realmente estúpido, mas ele conseguiu tirar vantagem dele e quase destruiu o planeta inteiro por isso. Talvez ele estivesse ficando mais esperto, e isso era perigoso. Que tipo de plano maligno ele poderia bolar da próxima vez?

Com tantas perguntas, Dib acabou perdendo o apetite. Isso e o fato de que seu café da manhã estava coberto com o mingau horrível do Clem.

-

-GIR! - A voz do Irken ecoou pela casa. Já estava há mais de meia hora gritando pelo seu servo robô, mas não havia resposta, então, contra sua vontade, Zim subiu com o elevador de sua base subterrânea para o andar da casa. Ao pisar na sala, se deparou com Gir chorando escandalosamente enquanto se enchia de nachos no sofá, assistindo um filme.

-GIR - Repetiu - O que está fazendo? Eu chamei você mais de cinquenta vezes! Há meses não recebo notícias dos Altíssimos, quando ligarem quero surprendê-los com um novo e incrível plano!

-Ooh! E qual é? Qual é?? Qual ééé??? - Perguntou Gir parando de chorar instantâneamente e dando pulinhos, animado.

-Bem... - Zim começou a falar, mas logo que abriu a boca se deu conta de uma coisa: ele não tinha um plano.

Seu último e mais brilhante plano havia sido mais uma vez impedido pelo humano Dib, e, desde então, ele não conseguia pensar em nada. Além disso, depois do incidente com o Florpus, passara a maior parte do tempo tentando entrar em contato com os Altíssimos, sem sucesso. Depois de muitas tentativas e de ponderar por um longo tempo, chegou a conclusão de que aquilo era um teste. Com certeza esesperavam que ele lhes apresentasse um plano tão estupendamente grandioso que o faria o mais prestigiado invasor que já existiu, mas a troco de que ele fizesse tudo sozinho, sem a ajuda de seus sábios conselhos.

-Uhm... Antes pôr meu plano em prática, preciso dar um jeito de impedir que o Dib e o resto da sua gangue de estragar tudo outra vez.

-Por que não faz ele virar uma cadeira? - Sugeriu o robô.

-Não, Gir. Ele pode ser estúpido, mas não cairia no mesmo plano duas vezes.

-Então faz ele virar uma privada, como você!

-EU NÃO ERA UMA PRIVADA! - Zim levou uma mão à testa e suspirou, se acalmando - Gir, isso é sério. Esta pode ser a minha chance de fazer algo tão incrível que até mesmo os Altíssimos vão me adorar, talvez até me fazer um grande líder como eles! Eu não posso falhar. Não desta vez.

-Ooooooh - Gir exclamou em um tom maravilhado. Zim olhou para ele, estudando sua reação.

-Você não entendeu uma palavra do que eu acabei de dizer, não é?

Gir negou com a cabeça.

O irken suspirou.

-De qualquer forma, não temos tempo a perder. O que poderia mantê-lo ocupado o suficiente para não interferir nos meus esquemas?

-Ah! Eu tenho uma ideia!

-Se ela envolve pizzas de novo, eu juro que vou até o buraco negro mais próximo e deixo você lá.

-Aw... Ah! Ah! Eu tenha outra!

-Tá legal, Gir. Qual é a sua ideia?

-E se você virasse amigo dele? Amigos não brigam!

-Isso é completamente insano! Dib é meu arqui-inimigo, não existe a menor chance de virarmos "amigos"! Então, não. Nunca. Nem em um zilhão de anos.

Os olhos do robô se encheram de lágrimas e ele se atirou ao chão chorando como uma criança birrenta.

-Urgh... - Zim grunhiu, incomodado. Porém, no fundo, pensava sobre a ideia.

Sua última experiência com a tal amizade humana havia sido extremamente desagradável. Mesmo assim, fazia algum sentido. As pessoas eram estúpidas a ponto de fazer de tudo por outra sem esperar nada em troca.

Era estranho admitir isso, mas Gir tinha razão. Se conquistasse a amizade de Dib, teria ele aos seus pés. Ele não teria coragem de atrapalhar os sonhos de seu querido amigo.

-Meus parabéns, Gir. Foi uma ótima ideia.

-Foi? - Gir o encarou confuso, parando de chorar.

-Com certeza. Talvez você não seja tão estúpido afinal. Se continuar assim talvez eu o nomeie meu braço direito quando me tornar um grande lí- - Zim foi interrompido pelo som da campainha.

Gir se levantou e correu até a porta.

-O cara da pizza!

Zim revirou os olhos, porém se sentia ótimo, mais vivo do que nunca.

Finalmente tinha um plano, e não um qualquer, mas o maior plano de todos.

Invasor Zim: Vivendo Com o InimigoOnde histórias criam vida. Descubra agora