Amor de irmã

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O resto do dia passou rápido como um cometa. Depois que saiu do quarto, Gaz não disse uma palavra sobre Zim, mas cada vez que ele passava ela o seguia com os olhos, como se pudesse matá-lo com um olhar.

Clem parecia extremamente desconfortável com a presença de Zim, provavelmente pelo fato de ter sido criado por ele para substituir o Professor Membrana.

Enquanto isso, Dib ainda tentava decidir se deveria dar uma chance a ele, mas como poderia de repente virar amigo de alguém que odeia? Era complicado.

No momento, Clem e Foodio estavam na cozinha preparando o jantar (o robô estava o ensinando a fazer algo além de mingau), enquant Dib, Gaz e Zim esperavam na mesa, com um silêncio constrangedor.

Gaz havia deixado o videogame de lado e emcarava Zim incessantemente. O alien não parecia se importar, pelo contrário, ele apenas sorriu e acenou para ela.

Repentinamente, ela se levantou e puxou Dib pela gola do sobretudo, arrastando-o para a sala. Chegando lá, simplesmente o soltou, fazendo com que ele batesse a cabeça no chão.

—Ai! — Ele protestou se sentando e passando a mão na cabeça — Precisava mesmo fazer isso?

—Por que ele ainda tá aqui? — Gaz questionou, ignorando completamente a pergunta do irmão.

Sem saber como responder, Dib desviou o olhar e se calou.

—Dib — Ela repetiu, se aproximando — Por que ele ainda tá aqui?

—Bem… Ele disse que mudou… — Gaguejou.

Gaz ergueu uma sobrancelha.

—E você acredita nele?

—Não! Quer dizer, sim! Quer dizer…

—Você, o cara que passou anos tentando desmascarar o Zim, que viu a Terra quase ser destruída por ele, que odeia ele com todas as suas forças, realmente acredita que ele possa mudar?

Dib suspirou.

—Olha, Gaz, eu sei que ele é do mal, mas… As pessoas podem mudar, não é?

—E não vai nem tentar mandar ele pra um laboratório pra ser estudado ou algo assim?

Ele não tinha pensado nisso. Tinha uma chance única de fazer o que planejava desde que pôs os olhos no alien. Mas se ninguém acreditou no quase fim do mundo, por que acreditariam nele? Não valia a pena. Além do mais, se Zim estava disposto a mudar, entregá-lo seria maldade, e Dib não queria ser o vilão da história.

—Ninguém acreditaria em mim — Murmurou.

Então, Gaz o agarrou pelo colarinho e o levantou do chão, com o punho erguido.

—Quem é você e o que fez com o meu irmão?

—Espera! Eu sei sei que parece loucura, mas… Eu realmente acho que ele pode mudar. Ele parece disposto a se redimir, e além disso, enquanto ele estiver na nossa casa, podemos ficar de olho nele.

Gaz apertou o punho e Dib fechou os olhos, se preparando para a surra que viria. Mas, ao invés disso, ela apenas o colocou de volta no chão delicadamente.

—Beleza — Disse finalmente.

Ele abriu os olhos e olhou para a irmã, surpreso.

—"Beleza"? Não vai me insultar, me socar ou algo do tipo?

—O que você é? Um masoquista? Eu posso não gostar dele ou acreditar nessa baboseira, mas você tem razão. Se ele fizer alguma besteira, vamos poder impedir. Mas se ele encostar nas minhas coisas, eu vou dar um sacode em vocês dois.

O garoto sorriu.

—Valeu, Gaz.

—É, tanto faz. Vamos voltar, eu tô faminta.

-

Zim se recusou a comer a comida humana repugnante dos Membranas, então deu para Gir quando não estavam olhando. De qualquer forma, ele não precisava comer, já que o PAK em suas costas providenciava tudo que ele precisava para viver.

Depois de todos irem dormir, Zim foi para o quarto de hóspedes seguido de Gir e trancou a porta.

Zim empurrou o criado-mudo para o lado, revelando um buraco circular no chão. Ele desceu pelo buraco, caindo diretamente na plataforma flutuante que o levaria até sua base subterrânea. Mais cedo, ele havia usado uma broca para criar um túnel ligando a casa de Dib à base, assim atrairia menos suspeitas.

Assim que chegou, Zim desceu da plataforma e andou até o centro da base.

—Computador, temos muito o que fazer.

Invasor Zim: Vivendo Com o InimigoOnde histórias criam vida. Descubra agora