La llorona - Parte 2

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Dib decidiu começar a investigação pelo local onde a mulher misteriosa havia sido avistada da última vez: Delícias Marinhas, uma lanchonete que fazia tudo com frutos do mar, inclusive o milkshake.

O caminho todo foi silencioso, com apenas breves explicações sobre o que iriam fazer. Apesar disso, parte da animação havia voltado.

Chegando lá, Dib empurrou a porta e imediatamente se sentiu enjoado com o cheiro de peixe. Haviam poucas pessoas nas mesas, o que não era de se estranhar, considerando o menu: Tacos de enguia, espetinho de peixe espada, sanduíche de algas, sorvete de camarão, refrigerante de lula… Dib ouviu Zim segurando o vômito atrás dele.

—A comida do seu povo é repugnante — Ele conseguiu dizer antes de levar a mão à boca novamente.

—Acredite, você não é o único que acha isso.

Zim prendeu a respiração e eles seguiram até o caixa.

—Bem-vindos ao Delícias Marinhas, lar das mais deliciosas delícias… Marinhas — Disse o atendente sem um pingo de entusiasmo — Posso anotar seu pedido?

—Na verdade, eu… — Dib se interrompeu e olhou para o alien verde de enjôo (no caso, mais verde que o normal) ao seu lado — Nós estamos aqui atrás de informações.

O atendente ergueu uma sobrancelha e olhou em volta antes de se inclinar para frente e encarar ambos com um olhar ameaçador.

—O que sabe sobre a origem da mercadoria? 

Dib piscou, confuso.

—É o quê?

—Nada — Disse recuperando a postura imediatamente — O que querem saber?

—Bem… Ouvi dizer que a tal mulher misteriosa foi vista por aqui. O que pode dizer sobre isso?

O atendente nada disse, apenas apontou para cima com o indicador. Dib ficou confuso, mas seguiu a direção com o olhar. Acima dele estava o menu, e, com letras pequenas, havia algo escrito. "Informações: 10 pratas."

—Tá de brincadeira?

—É o preço.

O garoto suspirou e tirou a quantia exata do bolso, colocando em cima do balcão.

O homem começou a falar enquanto contava o dinheiro e colocava na caixa registradora.

—Eu vi ela quando estava tirando o lixo. Ela estava revirando uma das latas. Usava um vestido branco e uma máscara estranha.

Dib pegou um bloco e uma caneta e começou a anotar.

—Vestido branco, máscara… Anotado. Mais alguma coisa?

—Quando tentei expulsá-la, ela começou a gritar comigo em uma língua estranha. Não sei o que ela disse, mas com certeza não foi nada legal.

—Certo — Dib terminou de anotar e guardou o bloco — Sabe pra onde ela foi depois?

—Correu direto para a floresta com a metade de um sanduíche de algas na boca. Pelo menos alguém gostou do sanduíche.

—Acho que é o suficiente por enquanto. Obrigado pelo seu tempo — Ele se virou para sair, mas o atendente chamou sua atenção e apontou novamente para o menu.

Dib estreitou os olhos e conseguiu ver algo abaixo da última frase, com letras ainda menores. "Se eu tiver a resposta: +5 pratas." 

Ele olhou para o homem e franziu a testa, indignado.

—Fica com o troco — Disse colocando 10 pratas no balcão e saindo do restaurante.

Do lado de fora, Zim correu para a lata de lixo mais próxima e vomitou. Dib precisou desviar o olhar para não fazer o mesmo.

Pelo menos haviam conseguido algumas informações. Não ajudava muito, mas já era um começo.

Depois de acabar, Zim se aproximou dele, com sua cor voltando ao "normal".

—Me lembre de nunca mais seguir você em uma dessas "investigações".

Dib não esboçou nenhuma emoção, mas ver Zim se dando mal era estranhamente satisfatório.

—Bom, pelo menos sabemos a aparência e a localização dela. E também que ela gosta de frutos do mar.

—E vamos fazer o quê? Montar uma armadilha e usar comida nojenta como isca? — Zim ironizou.

Dib pensou um pouco.

—Na verdade é uma boa ideia.

Zim imediatamente se arrependeu de abrir a boca.

Invasor Zim: Vivendo Com o InimigoOnde histórias criam vida. Descubra agora