Capítulo 01

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Aquilo que é feito pelo amor, está sempre acima do bem e do mal. Era assim que Nietzsche pensava, mas eu poderia facilmente julgar seu ponto de vista se não tivesse olhado para todo o contexto. Eu tinha acabado de sair da minha adolescência para a fase adulta quando conheci Thomas, carregada por uma alma sonhadora, conheci a força que regia Thomas e todo seu ar de superioridade. Não há o que dizer sobre Thomas Shelby, ele era apenas ele, o que já era motivos suficiente para suspirar ou temer ao ouvir tal nome.

__ Essa casa se tornaram vazia quando você partir Jack. __ disse para meu companheiro de apartamento.

Jack era meu amigo desde o colegial, entramos juntos na faculdade, nos mudados para um apartamento no primeiro semestre da faculdade e agora Jack se casara e mudará para Londres, o que é uma pena, já que eu o amo imensamente, sentirei sua falta como as estrelas sentem a falta do sol.

__ Eu também. __ ele sorriu.__ Mas não desanime, um dia estaremos juntos novamente.

__ Prometa sempre virá visitar-me!

__ Claro.

Jack diferentemente de todos os homens dos quais já conheci, era puro, doce e companheiro. Sua noiva Kate teve uma profunda sorte em tê-lo roubado o coração, será eternamente feliz ao lado daquele homem excepcional. Prosperamente, os dias se seguiam pelo verão, seria apenas só mais um verão se não fosse pela ilustre figura de Thomas Shelby, tal que conheci em uma manhã durante um café. Enquanto aguardava tragicamente por Lian Colins, meu parceiro na valsa do casamento de Jack. Sentada em uma cadeira daquelas confortáveis, dentro de uma cafeteria, em uma das mesas próximas as janelas, pude ouvir o sino da porta tocar. Quando arrastei meus olhos até a entrada, avistei a rosto melancólico de um homem carregado de uma forte frieza, seu rosto não transparecia qualquer emoção.

__ Quem é... __ sussurrei para mim.

Thomas era Thomas, nunca haveria de ter outro como aquele. Quando uma figura marcante, tal qual se fez presente no salão, não pude evitar olha-lo, nunca antes haveria encarado um homem que me chamasse tamanha atenção. Seus olhos eram azuis como o céu, carregados de dor, frieza e repugnância. Olhei o cerca de duas a três vezes, foi o tempo que Lian chegou, sentando de uma vez em volta da mesa onde lhe aguardava.

__ Anne! __ exclamou Lian sorridente. __ Me desculpe o atraso, tive um imprevisto.

__ Está tudo bem. __ sorri amigável.

__ Viu quem está aqui? __ ele disse encarando o homem de preto, tal que agora pouco estava admirando.

__ Aquele? __ apontei para o homem.

__ Aquele é Thomas Shelby. __ disse com euforia.

__ Eu deveria conhecê-lo? __ questionei confusa.

__Anne, __ disse ele dando-me um risinho. __ aquele é um dos grande empresários da Inglaterra.

__ Não sou inglesa. __ dei de ombros. __ Além disso, eu não gosto da Inglaterra, não há motivos para conhecê-lo.

Lian não me conhecia como Jack, era só um cara que cursava direito na mesma universidade que Jack e eu, por isso, Jack o escolheu como seu padrinho e agora eu preciso atura-lo em conversas intermináveis nas quais ele fala sobre o código de leis. Com todo aquele espírito de advogado, Lian tentou conversar sobre algo que estava se passando em sua vida pessoal, mas meu pensamento estava longe demais para lhe ouvir, enquanto segurava uma caneta na mão, tentava ter alguma ideia brilhante para meu trabalho de quinta.

__ Com licença, __ disse o empresário inglês __ teriam uma caneta para emprestar -me?

__ Sim. __ dei um suspiro voltando para meu consciente e lhe entreguei minha caneta.

__ Obrigado.

Ele era ainda mais melancólico de perto, seu rosto era pálido e suas mãos eram grossas. Aquele homem tinha olhos ciganos, impecáveis, os mais lindos que poderia já ter visto antes. O mesmo que acabara de pegar minha caneta, escreveu algo em um papel e guardou em seu bolso, devolver para mim a caneta. Nesse momento seus olhos penetraram os meus profundamente, conseguindo me tomar o ar por instantes.

__ Você é o Sr. Shelby, correto? __ questionou Lian.

__ Lian, __ tentei repreende-lo.

__ Sim. __ respondeu friamente. __ Agora se me derem licença, precisarei me retirar. Obrigado pela caneta, senhorita...

__ Anne Austen. __ sorri para ele.

__ Srta. Austen.

Não havia se passado cinco minutos, ele já estava fora do café, seu guarda costas abriu para ele a porta do carro e ele seguiu, a caminho de algum lugar. Por fim, minha conversa com Lian sobre a dança e nossas vestes para o casamento acabou, e eu pude finalmente sair daquele lugar e me dirigir pela estrada, caminhando em direção ao meu trabalho que ficava há duas quadras do café. Trabalhava no Hotel Ackles, era um daqueles hotéis caros, onde grandes empresários e famílias ricas se hospedava. O trabalho pagava relativamente bem, além disso, trabalhava apenas seis horas por dia. Ficava na recepção, atendendo o telefone e recebendo os novos hóspedes, ao meu lado fica Jones, um veterano, estava aqui há mais de dez anos.

__ Bom dia Sr. Jones! __ disse com um largo sorriso para o meu companheiro de trabalho.

__ Bom dia Anne. __ ele disse sem tirar a cara do livro de reservas. __ Temos mais trabalho do que nunca hoje.

__ O que tem de tão importante? __ questionei curiosa.

__ Ricos Anne, __ ele riu de minha ingenuidade. __ muitos poderosos chegando por aqui, nosso senador estará chegando para se hospedar.

Sr. Jones era um grande homem, diferente de todos os outros empregos que já me detive, era leve trabalhar ao seu lado. Não importava o quanto aqueles hóspedes chatos pudessem trata-lo mal, ele estava sempre sorrindo e me enchendo de alegria, sem dúvida merecia muito mais do que tem neste lugar. Faziam dois meses que estava a trabalhar naquele lugar e apesar de não me encaixar, era tudo que tinha naquele momento.

__ Bom dia. __ disse uma voz masculina.

__ Bom dia, __ disse levantando a vista para enxergar tal figura a minha frente. __ Como posso ajudá-lo?

Quando meus olhos encontraram o rosto da figura masculina a minha frente, pude ver nitidamente que se tratava de Thomas Shelby, aquele homem de pele fria, olhos ciganos, mãos grossas e rosto simétrico. Ele tinha um rosto tão lindo, usando um sobretudo preto e um terno também preto, ele era frio, sem emoções. Congelei ao vê-lo novamente, bem a minha frente, era impossível não me sentir intimidada com seus olhos dentro dos meus.

__ Em que posso ajudá-lo?__ repeti mais uma vez, nervosa com sua figura.

__ É a moça do café, __ ele disse surpreso. __ nos encontramos mais cedo.

__ Sim. __ disse quase em sussurro.

__ Fiz uma reserva neste hotel, __ ele encarou o livro de reservas. __ Thomas Shelby.

__ Eu sei o seu nome... __ falei apressadamente, tomando ar de silêncio já no fim da frase, pois, parecia para mim muito grosseira tal fala. __ Só um momento senhor Shelby.

__ Aqui está.

Achei seu nome na lista de reservas, ele ficaria num dos melhores quartos do hotel, o que demonstrava que ele tinha uma conta bancária excepcional, além disso, carregava consigo uma pequena mala de mal, que demonstrava pouco interesse em bens. Tomei distância do balcão, pegando as chances do quarto atrás de mim e entreguei-o ligeiramente.

__ Obrigado, senhorita Austen. __ ele disse dando-me a sombra de um sorriso.

__ Disponha. __ sorri. __ Caso precise de serviços antes do horário, é só telefonar pelo aparelho telefônico do quarto.

__ Tenha um bom dia. __ disse gentilmente em partida.

MODERNIDADE E THOMAS SHELBYOnde histórias criam vida. Descubra agora