Sarah #Wattys2019

Capítulo 17

Oi queridxs!!!!😍😍😍😍😍😍

Estou de volta. Estava morrendo de saudadesssss.

Mil desculpas pelo atraso. Capitulo quentinho para vocês. Ouçam a música enquanto leem. É linda e eu ouvi enquanto escrevia.

Beijinhos e até  breve.

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Rixon

A primeira coisa que eu senti, antes mesmo de abrir os olhos, foi o cheiro de morango dos seus cabelos. A noite estava fria e silenciosa, mas o calor do corpo da Sarah em contato com o meu quebrava a sensação desagradável que a temperatura baixa trazia e o som baixo da sua respiração cortava um pouco do silêncio.

Quando abri os olhos e vi seu  rosto virado para mim, eu senti meu coração  dar uma cambalhota dentro do peito.  A Sarah dormia tranquila, ela estava encolhida contra mim e seus braços circulavam meu tronco em um abraço aconchegante. Eu sei que deveria acordada- la, para que ela entrasse para casa,  mas não consegui.    Muito pelo contrário,  eu me sentei na cama que ela havia improvisado com os colchonetes e tirei minha jaqueta, cobri a Sarah com a peça tomando cuidado para tampar a maior parte do seu  corpo. Não foi difícil conseguir cobri-la, e quando eu voltei a me deitar do seu lado, puxei seu corpo para mim e a apertei nos braços.

Eu queria sentir ela comigo, sentir de verdade, e quando ela voltou a passar os braços em volta de mim e suspirou ainda dormindo eu tive uma sensação estranha, porque passei minha adolescência inteira com medo de me deixar chegar naquele ponto,  e naquele momento,  estando abraço com ela,  não me parecia que existisse coisa mais certa.

   Eu passei os dedos pelos seus lábios carnudos e sorri amargurado. Aquilo era de certa forma engraçado, mas um engraçado ruim. Eu tinha tanto medo de gostar da Sarah como homem,  que tinha fechado os olhos para verdade que estava escancarada na minha frente. Os sinais estavam ali, desde sempre,  e eu fingi não ver. A sensação estranha que eu tinha sempre que ela me abraçava  quando estávamos a sós, o desconforto e fisgadas no peito quando nos olhávamos nos olhos por tempo demais, os pensamentos que eu sempre tentava abafar quando me perdia no desenho da sua boca... Como era possível eu não ter enxergado que toda aquela culpa que eu senti quando fiquei com a Ana pela primeira vez, todo aquele medo que me fez procurar pela Sarah quando perdi minha virgindade, que me fez ter deixado a Ana na casa dela para dormir abraçado com a Sarah pela primeira vez, era porque eu sempre tinha sido dela. Eu me sentia errado, porque era realmente errado. Nunca tinha sido a Ana.

Na verdade, eu acho que no fundo eu sempre tive medo de enfrentar aquilo que eu sentia, era mais fácil projetar meus sentimentos na Ana durante todos aqueles anos, do que admitir que eu amava a Sarah. Porque a Sarah era uma garota especial, não que a Ana não tivesse as qualidades dela,  mas a Sarah era diferente. Ela era vibrante,  autêntica, ela tinha um brilho que eu não conseguia explicar e eu...eu não tinha nada. Admitir o que eu sentia era mais doloroso que sonhar  com uma projeção de qualquer outra garota, porque eu sabia que nunca seria o suficiente para Sarah.

Ela sempre dizia que eu era especial,  mas aquela era a Sarah. Ela via coisas boas e dons em todo mundo. Eu me conhecia, eu não tinha nada a oferecer para ninguém, muito menos para ela.  A Sarah merecia alguém melhor,  alguém que resplandece como ela.

Eu respirei fundo e beijei sua testa, eu queria ter algo melhor para dar a ela, mas naquela noite o unico gesto que eu poderia fazer para agradecer pelo seu aniversário era estar ali por inteiro. Na verdade aquela noite estava sendo um presente para mim. Eu havia deixado a minha casa tão destroçado, e estar ali estava me fazendo sentir melhor. A sensação que eu tinha era a de que eu era uma bateria desgarrada que havia acabado de ser  ligada em uma tomada. Eu estava carregando as minhas forças e naquela noite não me preocupei com mais nada, voltei a dormir abraçado com ela sem culpa, sem vergonha. Me despi da armadura e na medida que cheirava o topo da sua cabeça, fui colocando a minha cabeça no lugar. Eu precisava organizar minha vida, criar forças de novo,  aquilo ficou claro na minha mente, mas a luta podia esperar pela manhã. Naquela noite eu não queria mais pensar em guerra, não enquanto estivesse com a Sarah....