V - A Mente de um Psicopata

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Katie

Vê o Carlos curado não tem preço, confesso que foi muito difícil dormir nessa madrugada assim que cheguei em casa, é difícil, foi difícil. Dormir pensando no Billy, em meu pai que não dá notícias, na morte da mãe da Maggie, parece que tudo de ruim foi separado para acontecer no mesmo dia.

Onde será que meu pai tá? Ele não iria desaparecer assim e não deixar nenhuma notícia, ele não é assim, eu quero encontrar ele o quanto antes e dá um abraço. 

Enquanto estou deitada olhando para o teto, sinto que algo bate debaixo da minha cama, como se tivessem batendo em uma porta.

Toc, toc.

Entendo que foi coisa de minha cabeça, o Bispo me falou ontem que essas coisas não iriam mais acontecer, os demônios não têm poderes quando estão aprisionados. Mas eu sei que a seita continua na ativa. Eu sinto. Não levanto da cama, fico parada até me convencer que foi coisa realmente de minha cabeça. A janela do meu quarto eu nunca deixo aberta para dormir e quando olho para ela vejo que está totalmente aberta e as cortinhas estão voando por conta do vento que está entrando. Isso me aterroriza. Escuto novamente debaixo da cama.

Toc, toc.

O que seria esse barulho debaixo de minha cama eu não tinha a mínima noção do que seria, mas tive coragem de me levantar da cama. Coloquei meus pés descalços no chão frio, respirei fundo e levantei, fique por um momento parada e olhando para a minha janela aberta, como isso poderia ter acontecido? O que eu mais quero nesse momento é escutar que a minha mãe veio no meu quarto e abriu a janela, quero escutar que meu pai ligou e me convidou para almoçar e já está hospedado em algum hotel ou casa por aqui perto. Ajoelho-me no chão e levanto o lençol da minha cama, olho debaixo da minha cama e não há nada, eu suspiro aliviada por não ter visto nada de aterrorizante novamente. Por um segundo eu penso, se isso continuar talvez seria melhor eu ser internada em um hospital psiquiatra mesmo.

Quando levanto, decido ir até a cozinha tomar uma água e depois ir ao banheiro lavar o meu rosto. Quando passo pelo espelho do meu quarto vejo que atrás de mim tem uma mulher toda de preto, com um vestido bordado e um véu na cabeça, suas mãos estão estendidas e ela corre, come se fosse me dá um empurrão. Meu instinto me permite que eu olhe rapidamente por cima de meus ombros e vire meu corpo para trás, mas não vejo ninguém. Nesse mesmo momento a janela do meu quarto se fecha no momento que um passarinho tenta entrar e é morto, o sangue se espalhou por toda região da janela. Não pensei duas vezes e saí do quarto em direção da cozinha, onde minha mãe estava.

- Meu Deus Katie! Como você está pálida. – Fala como se eu não soubesse.

- É! Se vocês soubesse o que eu vi no quarto. – Eu sei que a minha mãe nunca irá acreditar nessas coisas, por mais que ela tenha recebido um olho em uma caixa de presente.

- Meu Deus Katie, você não para mesmo com essas histórias né?

- Se isso não acaba, como eu vou parar com essas histórias? – Mais uma vez lembro da conversa com o bispo, isso tudo já deveria ter acabado.

Minha mãe para por um minuto, pega um comprimido e um copo de água e senta na cadeira da mesa, onde eu também estou sentada.

- Toma.

Bebi a água, engolindo o remédio.

- Melhor? – Pergunta.

- Sim estou.

- Você ficaria bem melhor minha filha se tivesse esses remédios em doses maiores, acompanhamento com um psicólogo, psiquiatra... Sabe?

Uma mistura de fúria e magoa subiu por minhas veias e por um momento eu esqueci que quem estava ali era a minha mãe.

KARMA - A Morte Do Seu Lado Onde histórias criam vida. Descubra agora