Katie
Bolas brancas, velas acesas, flores, fotos, cadeiras, palco montado, uma orquestra de violinos se organizando no palco, barraquinhas vendendo mais flores, pessoas chorando outras conversando tristemente, algumas já sentadas, todas vestidas de forma social e bem apresentável. Era uma noite bem fria, porém, linda e estrelada. A praça de minha cidade só ficava cheia assim em pouquíssimas ocasiões e claro que nessa iria está repleta de pessoas. É meio trágico, digo, é totalmente trágico a cidade se reunir para uma cerimônia dessas, o clima era de grande pesar, apesar de diversas pessoas só estarem ali para fofocar.
- Filha! - Era minha mãe, me chamando para sentar.
- Mãe essa fileira não é perto de mais do palco? Eu odeio violinos!
-Katie não seja mal criada. Lá trás não dará para escutar quase nada!
Na real?... Qual o sentido dessa cerimônia? Só para lembrar que ainda tem um psicopata solto pela cidade? Ou uma entidade né? Eu nunca acreditei nessas coisas de espíritos e maldições, mas algo estava mudando. Os últimos acontecimentos mexeram de mais com minha cabeça e com os meus ideias, só queria o Carlos naquele momento para conversar e perguntar a ele se tudo que eu vi naquele dia na biblioteca ele também tinha visto, como pode aquilo ter mesmo acontecido? E o velho já morreu como é possível que eu tenha visto ele lá? Perguntas frequentes que eu sempre me deparava, mas sempre fugia por não ter respostas adequadas e confiáveis. Eu sabia que o Xerife nunca iria tirar todas as minhas dúvidas, ele não sabe de tudo que eu senti, vi e passei. Quem iria acreditar em tudo isso? Eu estou vivendo um dilema, não posso contar essas coisas, vão achar que eu sou louca, mas se eu contar e alguém acreditar seria até melhor para a investigação, mas ninguém vai acreditar em uma história fantasiosa dessas, algo me diz que eu terei que resolver e investigar por mim mesmo tudo que está acontecendo ou aconteceu nessa cidade. Tenho que dá um jeito de ir até a biblioteca novamente, não sei se eu teria essa coragem, mas preciso pegar um livro daqueles e investigar, não posso perder mais ninguém que eu amo e estou motivada a usar todas as minhas forças e vontades contra isso.
- Boa noite povo de Stiller. - Era o prefeito, falando no palco. Estava vestido com um terno branco, ridículo - Estamos aqui nessa noite, nessa cerimônia, para fazer jus as pessoas que perdemos nos últimos meses, foram meses difíceis para nossa cidade. Graças ao nosso bom Deus, já faz 3 semanas que não tenho nenhum acontecimento desse tipo, e devemos esse sentimento de segurança ao nosso memorável Xerife. -Todos que ali estavam bateram palmas - William, meu povo, fez um trabalho esplêndido, mesmo com o risco de novos assassinatos estarem zerados - MENTIROSO! QUEM GARANTE ISSO? - Encerro minhas palavras dizendo que, a nossa cidade sempre será feliz, sim, terá seus momentos de angústias, mas sempre voltaremos a ter paz. - mais palmas. - Vamos aproveitar essa noite para as nossas orações, homenagens e eternizar esses nobres jovens e profissionais e também rezar pela recuperação de nosso querido Carlos que ainda se encontra em estado grave no hospital.
Os violinos começam a fazer barulho e as pessoas se dirigem ao centro da praça, onde está a foto de todas as vítimas dos acontecimentos. Os professores, minhas amigas, o guarda de trânsito... E mais distante tem a foto do Carlos e uma frase em cima: "Rezem pela minha recuperação". Não aguentei olhar para aquelas fotos e não chorar é muito pesado ter alguém sempre do teu lado e vivendo sua vida com você e vai embora de uma forma totalmente cruel e de maneira inesperada. Lembro que uma vez a Norman postou um artigo em seu blogger sobre amizades e destacou a nosso como referência, e realmente era.
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KARMA - A Morte Do Seu Lado
Horror+18 Em 1924, Stiller, uma pequena cidade no interior canadense, sofreu uma série de assassinatos não desvendados pela polícia local. Noventa anos se passaram, mas a pequena "Stiller" volta a se aterrorizar com um suposto novo psicopata. Será que tod...