.A esperança matou o gato.

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Se colocar a minha Pós graduação e o Donghyuck um do lado do outro, certamente eles iriam competir seriamente pra saber qual dos dois vai me internar num hospício primeiro.

Normalmente eu diria que o garoto ganharia a competição e me internaria fácil, fácil. Mas nesta tarde em específico eu tenho a plena certeza de que se eu passar mais cinco minutos me resolvendo com a minha Pós eu vou acabar endoidando de vez.

Por isso, caminho lentamente pelo meu apartamento em busca de minhas chaves para sair um pouco de casa e esfriar a cabeça. O clima de Seul está bem ameno, afinal estamos em um fim de tarde em plena terça-feira.

Coloco um casaco fino e saio em busca de um ar fresco. Respiro fundo e aprecio à vista de meu novo bairro, afinal ainda não me acostumei com a mudança. Coloco os meus fones de ouvido e procuro uma playlist que me agrade, ainda meio sem sucesso.

E é quando me preparo para ouvir uma playlist de Natal — mesmo que estejamos em abril —, que escuto uma voz conhecida. Procuro descobrir de onde vem e ao encontrar percebo que a minha busca por paz se tornou mais do que falha.

Não muito longe de mim pude encontrar um Donghyuck, aparentemente meio bêbado, cambaleando pela rua. Ele cantava umas músicas de corno manso e choramingava alto, atrapalhando e incomodando as pessoas que caminhavam.

— Hyuck? O que você 'tá fazendo? — Pergunto ao garoto e tento o segura-lo para que não caia.

Oh, Hyung! Você é um colírio 'pros meus olhos. — ele fala alegremente e alto demais para o meu gosto, mas mesmo assim sua face doce me anima, mesmo que eu não considerem isso um bom sinal.

Ele estava claramente alterado, o que sinceramente não fazia sentido nenhum pelo horário e pelo dia da semana. E por mais trouxa que eu me achasse ao tomar essa decisão, segurei seu braço sobre meus ombros eu o levei em direção a minha casa, pois não poderia deixá-lo aqui. Na realidade, não faz ideia alguma de como ele veio parar tão longe de sua casa, já que o garoto mora do outro lado de Seul.

O carrego com dificuldade para dentro de meu apartamento, mas infelizmente percebo a cagada que eu fiz logo que digo em voz alta para o garoto que ele precisa de um bom banho.

— Vai me dar banho, Hyung? Não vou negar, adoroo. — Ele diz me abraçando e quase jogando seu corpo sobre mim.

— Hyuck, por favor, não começa. Por que caralhos você tá bêbado numa terça feira? — Eu pergunto indignado e a única resposta que eu tenho é um risinho e uma mordiscada na minha orelha.

Sinceramente, o que esse garoto quer de mim?

O afasto e levo até o meu banheiro, ajudo o garoto a tirar sua camiseta e o equilíbro para que o mesmo retire sua calça.

Quase entro em pânico, por sinal, quando o vejo prestes a tirar a cueca também. — Hyuck, de cueca! Não tira isso, para com essa porra. — O repreendo desesperado e o escuto rir do meu desespero.

— Mas Hyung, como é que você vai me lavar se eu tiver de cueca?

— Toma vergonha na cara, Hyuck. Você não tem dó de mim não? — Eu pergunto indignado e ele, novamente, apenas ri.

O coloco debaixo do chuveiro e começo a jogar água sobre sua cabeça. O garoto resmunga alto e a fazer birra o que apenas dificulta o meu trabalho que, na realidade, sequer realmente deveria ser meu, mas cá estou eu.

Parabéns, além de bunda mole eu ainda sou coração mole. Que vida miserável.

O menino segura minhas mãos — e com bastante manha —, me puxa com força para baixo do chuveiro, o que sinceramente me estressa um pouco já que eu estava lá plenamente vestido e sem nenhum plano de me molhar.

My Baby Don't Like It ✧ HyuckilOnde histórias criam vida. Descubra agora