.Não quer dizer que não sejam reais.

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O som do forno toca e Tae logo segue para pegar o prato que estava cozinhando. Eu suspiro um pouco, olhando para a porta, pois me pergunto onde Donghyuck está. Respiro fundo e sigo ajudando meu amigo com a janta, mas logo escuto alguém descer as escadas. Ironicamente, tanto eu quanto Taeyong, ficamos surpresos ao perceber que era Hyuck descendo junto a Mark.

— Vocês estão aqui desde quando? — Tae questiona desconfiado.

— Mark dormiu aqui. A gente saiu ontem. 

— E não saíram hoje de novo? — O Lee mais velho pergunta novamente.

— Não. Por quê? 

— Nada não. — Finaliza, como quem não quer nada.

— Fiquei surpreso que ele preferiu ficar de bobeira em casa ao invés de ir ver o Lucas. — Mark solta e eu tenho a leve sensação de que Hyuck não gostou do comentário. 

— Máquinas de sexo também tem amigos, né seu otário. Fazia tempo que a gente não saía. — Ele responde com desdém se sentando na mesa. 

— Lee Donghyuck! — Escutamos uma voz da porta e enfim vejo o pai do garoto de braços cruzados. — Máquina de sexo?! Você deveria ter vergonha. 

— Você também deveria ter vergonha de tanta coisa, mas prefere fingir ser o homem de família que você não é. — Ele rebate sem nem o olhar nos olhos de seu pai. 

— LEE DONGHYUCK! — Taeyong é quem o repreende e senhor Lee parece extremamente desapontado. 

Belo momento para estar aqui. Onde eu aperto pra sumir?

— Tudo bem, Taeyong. Deixa pra lá, é uma pena que a gente de amor para uma pessoa que não sabe apreciar. — O pai dele comenta suspirando e eu percebo que, aparentemente, essa é uma situação frequente na casa. 

E Donghyuck ri, não apenas um pouco, ele gargalha. — Falar de amor já é uma piada, ainda mais vindo de você. 

— Donghyuck, chega. Isso não é jeito de falar com o papai! 

— NÃO É JEITO? POR CAUSA DELE NOSSA MÃE NUNCA MAIS QUIS VER A NOSSA CARA! — Ele explode e seguro a respiração, torcendo para que ninguém me notasse ali.

 — ISSO FOI ESCOLHA DELA! — Taeyong rebate e eu apenas me encolho na cadeira, olhando para Mark, quem também estava cada vez mais encolhido.

— E POR QUE ELA ESCOLHEU ISSO? HEIN? — E o silêncio se instaura por alguns segundos, porque aparentemente nenhum dos dois queria responder. — Porque alguém tinha fogo no cu demais pra conseguir manter o pau pra dentro de casa. Ela escolheu porque percebeu que essa ladainha de amor é história pra boi dormir. — Ele termina de dizer e se retira, pisando forte, para seu quarto, deixando um silêncio constrangedor no cômodo. 

— Sinto muito que vocês dois tenham que ter visto isso... — Taeyong é que comenta e Mark apenas suspira. 

— Tudo bem, não foi a primeira vez que ouvi essas coisas dele. Sempre dói, mas de certa forma já me acostumei. — O canadense se apoia na mesa e parece tão abalado quanto os membros da família. 

Porque deve doer tanto quanto. Ouvir seu amado melhor amigo, e parceiro desde a infância, falar que amor é algo que não existe. Na sua frente. Como se você mesmo não o amasse. Como se nenhum de nós aqui o amasse. 

— Será que eu tento ir falar com ele? — Tae desaba na cadeira e Mark apenas diz que é melhor não. Que ele não deve estar querendo olha para cara de nenhum dos três. 

My Baby Don't Like It ✧ HyuckilOnde histórias criam vida. Descubra agora