— Prazer. – Estendeu uma das mãos, apertei-a sem nem pensar duas vezes.
— O prazer é meu. – Falou. Seu sorriso era tão bonito.
— Acho melhor entrarmos. – Adam fitou-nos sério.
Assentimos, e entramos. Adam sentou-se no sofá mais proximo, e nós fizemos o mesmo, eu e Lucky.
— Alyssa vai começar a trabalhar aqui, ela faz leituras. — Adam comentou, esperando a reação do irmão.
— Não tem cara de quem faz leituras. — Lucky fita-me, com seus olhos intensos, quase parecia que ele via minha alma, quase.
— Já ouvi isso antes. – Ri de leve.
— Agora que já se conhecem, Alyssa, que tal se preparar para seu primeiro dia?
Só eu que notei que Adam está tentando me afastar de seu irmão?
— Tudo bem. Prazer em conhece-lo, Lucky.
— O prazer é meu.
E eu saio dali, vou para a sala de trás. Olho em volta, as paredes são azuis, bem claro, com uma mesa bem bonita e duas cadeiras, suponho que é ali que vou fazer as leituras. Apoio minha bolsa em um dos sofas que tem no canto e retiro minha peruca da bolsa, arrumo ela e a ponho. Ela é ruiva, bem diferente de mim, até que parecia real. Sento-me na cadeira de frente para a mesa, e espero.
Não ouço nada, vozes, pensamentos, nada. Fico nervosa por um momento por pensar que estou sozinha. Então caminho até a parte da frente da loja e vejo Adam e Lucky, discutindo. Eles param imediatamente assim que notam minha presença.
— Achei que... Pudesse esperar aqui. – Engulo em seco.
— Tudo bem. – Lucky diz, sorrindo.
Por que eu não conseguia ouvir eles "conversando"? Será que tem algo de errado comigo? Que irônico.
— Uma peruca? — Lucky ri e vira um pouco o pescoço.
— É. – Sorrio.
— Você não tinha um compromisso? – Adam diz.
— Claro, irmão. – Lucky fita Adam por um momento, depois direciona seu olhar para mim, e sorri. – Até logo, Alyssa.
— Isso quer dizer que vamos nos ver mais? – Digo, soa mais como um desafio.
— Não. — Adam diz, rápido de mais. Fitei-o sem entender.
— Desculpe, Adam, mas acho que quem decide isso sou eu. – Lucky retruca.
— Só vai ficar por uns dias, lembra do que disse? Que ficaria para resolver umas coisas e ia embora?
— Querendo me expulsar, Adam?
Acho que é pessoal. Fico ali, parada, sem saber o que fazer ou dizer.
— Jamais.
— Até logo, Alyssa. – Lucky repete, apenas aceno com a cabeça. Adam trava seu maxilar.
Então ele sai, deixando para trás o clima tenso.
— Não verá mais ele. — Adam diz, a forma que ele fala soa tão possessiva que chega a assustar.
— Sou eu quem decido. – Repito.
— Não verá ele. – Afirma.
Ele caminha até mim e me empurra contra a parede, agarra meus pulsos, e contrai a mandíbula, o encaro assustada. Ele me olha de volta, com aqueles olhos, com expressão indecifrável.
— Que droga. – Grito.
— Ele não é o que aparenta ser.
— Não vou saber se não me deixar ver por mim mesma.
— Se eu permitir isso, você não..
— Não... – Repito esperando que ele continue.
— Ele não é bom.
— Você não é bom. – Digo.
Ele solta meus pulsos imediatamente e se afasta. Vira-se de costas para mim e trava o maxilar novamente.
— Me desculpe... – Fala, baixo.
— Só não faça isso novamente, tudo bem? – Digo, tentando manter toda a calma possível. Ele apenas assente.
— Prometa.
— O que? – Pergunto sem entender.
— Prometa que não o verá novamente. – Diz, ainda de costas.
— Mas... – Me interrompe.
— Confie em mim. – Agora ele se vira, e me olha nos olhos.
— Tudo bem. – Digo.
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A Bruxa
RandomO que faria se tivesse uma vida cheia de julgamentos, cheia de duvidas e incertezas? Com várias pessoas em cima de você. Em um mundo em que a maioria das pessoas te chamam de "bruxa" sem provas? Se eu sou grossa, ignorante, fumo, bebo e faço todo o...