BRASIL 2000 - MINHAS PRIMEIRAS MADRUGADAS

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Moramos na Rua Dom Joaquim de Mello, na Mooca, uns vinte anos, eu minha mãe, minha avó, meu tio e meus cinco irmãos.

A casa foi construída pelo meu avô, passei lá toda a minha infância, aliás, uma infância muito feliz.

Quando eu estava na adolescência que comecei a passar minhas primeiras madrugadas acordado fui notando que naquela casa havia algo de estranho.

Às vezes eu estava na sala e tinha a impressão de que estava sendo observado, era uma coisa que me deixava irritado.

Mas isso foi só o começo, com o passar do tempo comecei a escutar passos, houve uma vez que eu estava com um amigo conversando na cozinha, era de madrugada, ele em uma ponta da mesa e eu na outra, de costas para a porta de entrada.

E tinha também uma porta de tela verde, só essa estava fechada, e conversa vai e conversa vem, quando de repente escutamos passos de sapato masculino andando bem depressa em direção à porta da cozinha.

Meu amigo e eu demos um pulo da cadeira, meu amigo bateu no bule de café que estava em cima da pia e derramou tudo no chão, corremos os dois pra sala, eu olhei para ele e vi que estava branco, apavorado, esse gogó que a gente tem na garganta nele subia e descia, eu devia estar do mesmo jeito.

Ele só foi embora da minha casa quando meu irmão mais velho chegou e o levou, quando a gente estava contando pra ele um gato deu um miado tão alto que quase sai correndo os três.

Muitas outras coisas parecidas com essa aconteceram, mas teve uma que foi diferente, essa que eu vou contar agora foi a segunda vez que aconteceu e havia muito mais gente em casa.

Era dia das mães e estava tendo uma festa, era de tarde, mais ou menos umas duas ou três horas, fazíamos uma churrascada, aí, não me lembro bem quem, foi ao banheiro que ficava fora da casa, no quintal e percebeu que estava fechado e já fazia tempo.

Logo pensamos na minha avó que era idosa, chamamos e não ouve nenhuma resposta, olhei por debaixo da porta e vi algo no chão, quando acabei de falar um dos meus irmãos, o Ricardo, foi de encontro à porta e a arrombou.

Para a nossa surpresa, não havia ninguém lá dentro, e o que eu tinha visto no chão era uma calça que caiu de um cabide que ficava atrás da porta.

Teve gente que falou que a porta podia ter batido e fechada sozinha, os céticos né?

Porque isso era impossível, o vento não ia entrar por trás da porta, o trinco era daqueles que ficava encaixado entre dois ferrinhos.

Alguém podia pegar a porta e ficar batendo mil vezes que isso nunca iria acontecer, eu mesmo pra ver a possibilidade fiz algumas tentativas, e como já tinha acontecido comigo outros fatos dessa natureza, pra mim e para outras pessoas da família e um ou outro amigo, isso era fantasma e ponto final!

Obs. Minha avó estava no quarto dela e nem percebeu o que aconteceu. E essa história estava apenas no começo. Outro mundo eu via nascer diante de meus olhos fascinados.

*INTEGRAÇÃO ENTRE OS MUNDOS*  A MAIOR BATALHA DE ESPÍRITOS DA HISTÓRIAWhere stories live. Discover now