Sinopse
A vida de Diana poderia ser igual à de muitas meninas criada na roça. O diferencial é que ela sempre sonhou. Acreditou. Batalhou. E por fim, conseguiu chegar a tão sonhada universidade e a formatura.
Foi fácil? Não. Ela enfrentou dificuldad...
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Final da tarde, troquei de roupa e fiquei esperando a senhora Nancy, ela percebeu minha ansiedade e falou:
— Fique tranquila, quero apenas te fazer uma proposta.
— Proposta?
— Sim.
Ela elogiou meu trabalho e disse que os padrões estavam muito satisfeitos, principalmente, porque passei a deixar água gelada e um café fresco em cada sala.
Na cozinha, dentro do armário encontrei garrafas térmicas, bandejas, xícaras de vários modelos, tudo guardado e sem uso. Selecionei conjuntos que combinavam e montei em bandejas, destinei a cada uma a cada sala. Na copa ficava uma térmica maior para o restante dos funcionários.
E eles começaram a sentir falta disso nos dias em que eu não estava na empresa.
— O que você acha de vir todos os dias? — Olhei para ela assustada, que sorriu e continuou. — Acho que seu cafezinho faz muita falta. Os padrões reclamam o dia que você não está por aqui. Eles não gostam dessa cafeteira elétrica, dizem que o café fica frio muito rápido. E vou te confessar — Aproximou. —, o meu é horrível. Já tentei de tudo, mas não acerto, por isso, prefiro a elétrica. Fazer igual você não dá certo, porque esqueço fervendo e a água seca, outras vezes deixo passar e esfria do mesmo jeito.
Dei risada dela, mas era de puro nervosismo. Pois não tinha intenção de ter todos os meus dias ocupados trabalhando. Precisava estudar, por outro lado, não poderia arriscar perder o emprego. O dinheiro daria para pagar o cursinho e ainda sobrar para contribuir em casa.
— Senhora Nancy, como sabe estudo de manhã e quero começar o cursinho preparatório para o vestibular à noite...
— Entendo... não precisa responder agora. Pense, — ela me interrompeu — se trabalhar todos os dias o seu salário irá dobrar e sem falar que terá a sua carteira assinada com todos os benefícios de transportes, vale alimentação e o bônus de final de ano.
— Vou pensar — falei simplesmente.
E como pensei!
Era uma oferta e tanto, mas não poderia colocar o dinheiro à frente dos meus objetivos. Era bom ter um dinheiro a mais? Sim, claro, mas como ficariam os meus sonhos? Que horas teria para estudar? Assistir somente as aulas, eu já tinha concluído que era insuficiente, o cursinho ajudaria na revisão, mas que horas teria para estudar?
Não! Eu não poderia mudar meus planos.
Como ela me deu um tempo, este mês para decidir, fiquei quieta e não dei nenhuma resposta. Para compensar, eu saia da escola e passava no escritório, deixava o café, a água e lavava a louça suja. Talvez isso já resolveria. O que eu precisava era manter meu emprego.
