Sandcastle's Prince [Jikook]

Chapter O2.

Jungkook havia decidido não procurar mais por Jimin, tampouco frequentar os lugares que ele frequentava, então imagine sua surpresa quando o rapaz simplesmente parou ao seu lado em uma cafeteria totalmente diferente da qual conheciam, em um horário totalmente diferente também. Jimin deveria estar no trabalho, do outro lado da cidade, mas ao invés disso estava ali e Jungkook não pôde deixar de esconder a surpresa.

Jimin riu ao notar, mas aquilo de forma nenhuma o ajudou a recuperar a compostura. O som da sua risada tinha um efeito totalmente calmante sobre Jungkook, o fazia querer sorrir, ou rir junto, mas ainda assim, vê-lo ali naquele lado, na vida real, era assustador de certa forma. Jimin representava seus sonhos, era como vê-los acontecer diante de seus olhos e não importava quanto tempo passasse, Jungkook imaginava que jamais se acostumaria com aquilo, até porque, a intimidade que tinham nos sonhos era muito maior, obviamente, já que lá o loiro sabia quem ele era. Ali Jungkook podia até tentar, mas a sombra ao seu redor jamais permitiria que chegassem a tanto.

— Eu ia perguntar se estava me seguindo, mas pela sua surpresa mais parece que estava fugindo. — Jimin riu novamente, olhando para o painel com o cardápio de bebidas na parede pouco mais adiante. Quando Jungkook não respondeu, no entanto, o loiro se voltou para ele, uma sobrancelha erguida como se perguntasse se era mesmo verdade, se ele estava fugindo.

— Uhm... Um trabalho, aqui perto. — mentiu ele, já que sim, ele estava ali apenas porque Jimin não frequentava o local. — Você que não deveria estar aqui.

— Como não? — o loiro perguntou, e havia um certo tom de desafio em sua voz, fazendo com que Jungkook imediatamente se desse conta de que Jimin nunca havia contado aquilo para ele. Sim, já haviam se visto mais de uma vez, e conversado, mas estavam sempre limitados em assuntos banais como tempo, atendimento do café, qualidade do local. Eram estranhos afinal, e Jimin sabia daquilo ainda melhor do que ele já que era Jungkook quem conversava com o loiro em sonhos e não o contrário. — Não tem como você saber. — continuou, colocando ambas as mãos na cintura enquanto esperava uma resposta.

— Estamos longe da editora. — Jungkook respondeu, decidindo que fingir que ele havia contado era a melhor solução. Já haviam se encontrado vezes o suficiente para que Jimin não pudesse ter certeza que de fato nunca havia dito.

— E como você sabe que eu trabalho lá? — ele questionou, exatamente como o mais novo esperava.

— Você me disse. — respondeu sem vacilar, apesar da confusão que Jimin causava dentro dele, a euforia em seu peito. — Não é como se eu tivesse outra forma de saber.

— Não sei, seus trabalhos sempre envolvem rostos cobertos com máscaras. — disse ela, mas seu tom não denunciava real desconfiança. Ela falava mais como se fizesse um jogo e Jungkook ficava satisfeito porque, bom, com aquilo ele podia lidar. — Você pode ser um maníaco me perseguindo.

Em provocação, Jimin puxou sua máscara sem tirá-la, mas apenas isso foi o suficiente para que o coração de Jungkook viesse a boca. Não só pela possibilidade dele vê-lo de verdade, sem nada que escondesse quem Jungkook realmente era, mas como também seu toque. Aquela era outra coisa com a qual não poderia se acostumar. Não quando algo de ruim sempre acontecia em seus sonhos sempre que Jimin o tocava, mesmo o menor dos contatos.

Como se notasse o constrangimento de Jungkook com a atitude, Jimin riu, e o mais novo desviou o olhar para o mesmo painel que o loiro olhava a pouco, para disfarçar.

— Mas eu cheguei primeiro. — respondeu sem encará-lo, mas precisou fazê-lo novamente quando Jimin não respondeu. Apenas quando Jungkook o olhou outra vez, o loiro voltou a falar.

— Sabe o que eu acho, desconhecido mascarado? — ele começou, dando um passo em sua direção, mas Jungkook recuou. Não precisava daquilo para tornar tudo ainda mais difícil para ele. Nem deveriam estar conversando, estar na presença dele já deixava seu coração enlouquecido, em completa euforia e apenas faria com que a realidade fosse pior quando voltasse a se cair sobre ele. — Eu acho que você me segue sim, tipo um stalker que não tem coragem de se aproximar.