Capítulo 4

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Capitulo 4

Os dias foram passando e tudo tem se tornado melhor. Novos amigos, novas rotinas, digamos que tenho mudado para melhor. Ter começado a sair mais com a Mia fez-me tão bem, conheci pessoas incríveis que do nada se tornaram meus amigos, amigos estes que eu nunca tinha tido antes. Agora posso dizer que tenho amigos, claro que me dou melhor com uns do que com outros, mas todo o tempo que passo com eles faz-me uma rapariga feliz, faz-me esquecer as coisas que aconteceram no passado.

O Nash tem sido o meu melhor amigo, não sei como é que isto aconteceu, mas ao longo destas semanas ele tem-me surpreendido tanto – pela positiva, claro -, sei que com ele posso falar de tudo, tenho vindo a saber muitas coisas sobre a vida dele, assim como ele tem vindo a saber muitas coisas sobre a minha.

Oiço alguém a bater à porta e digo para que a pessoa entre.

- Lexi!

- Ah… Mia, olá! – Fiz um pequeno sorriso.

- Está tudo bem? Estás… estranha.

- Sim, é impressão tua.

Ficamos ali na conversa um bom bocado, ela contou-me que tem saído com um rapaz e perguntou-me pelo Nash, penso que ela acha que estou interessada nele. A verdade é que ele tem a sua piada, mas acho que não sinto nada e espero nunca vir a sentir.

O telefone tocou, era um número que eu não conhecia.

- Boa tarde. Menina Alexis Smith?

- Boa tarde, sim, sou eu. – Disse receosa, pois não sabia quem era nem o que queria.

- Ah, muito boa tarde, fala do hospital de San Diego.

- Passou-se alguma coisa? – Aumentei o tom de voz, pois fiquei assustada.

- Mantenha a calma. A sua mãe deu entrada no hospital, ela sofreu um acidente de automóvel.

- Eu vou já para aí. Mas como é que ela está?

- Está em estado grave nos cuidados intensivos, mas os médicos dizem que está a recuperar. Venha com calma, tudo vai ficar bem.

- Ok, muito obrigada.

Era estranho tudo andar a correr bem. Isto era o pior que me podia acontecer, eu não quero entrar num hospital e ver a minha mãe deitada numa cama em estado grave, eu não a posso perder.

Chamei um táxi e cheguei rapidamente ao hospital.

- Boa tarde, a minha mãe teve um acidente e está nos cuidados intensivos, ligaram-me para vir aqui, pode ajudar-me a chegar lá por favor? – As minhas mãos tremiam e os meus olhos enchiam-se de lagrimas que eu tentava conter.

- Boa tarde, tenha calma. Venha comigo.

Segui aquela enfermeira até chegar ao quarto onde estavam varias camas de hospital, separadas por cortinados. Procurei onde estava a minha mãe e fui a correr para ao pé da cama onde ela se encontrava deitada.

- Mãe… Não acredito que estou aqui porque estás assim. Mãe por favor, acorda e fala comigo. Mãe!

- Menina Alexis? – Ouvi uma voz de homem e virei-me para trás, logo me apercebi que era o médico.

- Sim, diga-me. Diga-me, como está a minha mãe? – As lagrimas começaram a cair pelo meu rosto, tinha medo de ouvir o pior.

- A sua mãe está em coma, mas temos a certeza que ela irá recuperar, pode não ser já hoje, mas em breve tê-la-á de volta em vossa casa.

- Eu… eu não acredito. – Soluçava muito, estava muito nervosa. – Mas o que aconteceu afinal? Como é que ela teve um acidente?

- Ela estava num carro com uma outra senhora, quando o carro se despistou, ambas ficaram assim, gravemente feridas.

- Quem era a senhora?

O médico apontou para a cama ao lado. Não acreditei no que vi. Era a mãe do Shawn. Ali, deitada, inconsciente, tal como a minha.

- Conhece? – Perguntou o médico.

- Sim… sim, claro que sim. É uma das melhores amigas da minha mãe.

- Ainda não conseguimos contactar ninguém, pois ela não tinha documentos nenhuns com ela.

- Ah, eu sei quem é o filho dela, posso ligar-lhe e dizer para ele vir cá.

- Agradeço muito, caso não consiga diga-me alguma coisa. Se conseguir, quando ele vier, chamem-me para que eu lhe possa explicar o que aconteceu.

Teria então de ligar para o Shawn. Claro que nem pensei duas vezes em fazê-lo, era a mãe dele, e eu , melhor que ninguém sei o quão mal ele se vai sentir quando souber, e ele tem todo o direito de saber onde a mãe está e a única pessoa que neste momento lhe pode dizer sou eu.

Peguei no telemóvel e procurei o número dele.

- Lexi? – Ouvi do outro lado.

- Shawn… Não tenho boas noticias. As nossas mães tiveram um acidente e estão ambas nos cuidados intensivos no hospital. A tua mãe não tinha documentos com ela mas o médico mostrou-me quem era e eu disse que tinha alguém para contactar.

- Mas… Lexi? Oh meu deus, eu… eu não acredito. – Ouvi um ligeiro tremor na voz dele. – Eu estou a caminho.

Passaram alguns minutos e vi o Shawn a correr pelos corredores, até que me viu e veio ter comigo.

Chama-mos o médico e ele explicou o que se tinha passado, o Shawn tinha lagrimas a escorrer pela sua cara, algo que nunca tinha visto antes. O médico voltou ao que estava a fazer e o Shawn olhou para mim e disse: ‘’ Vai ficar tudo bem, anda cá.’’, e abraçou-me. Ambos chorávamos muito, ambos tínhamos as nossas mães em coma numa cama de hospital, ambos partilhávamos a mesma mágoa, a mesma dor.

As horas foram passando. Nós, sentados na sala de espera, cansados, tristes, esperávamos por notícias, noticias essas que nunca mais chegavam. Mas, finalmente, passado horas e horas de espera o médico veio falar connosco.

- Meninos, deviam ir para casa, não vale a pena estarem aqui. Sabem que isto é um processo demorado e sabem também que mal tivermos noticias avisar-vos-emos.

- Lexi, queres ir embora? Podes ficar lá em casa, se quiseres, para não ficares sozinha.

- Sim, mas eu vou para minha casa, não há problema.

O Shawn como já tinha carro ofereceu-se para me levar a casa e eu aceitei.

- Tens a certeza que queres ficar aqui sozinha?

- Sim, eu fico bem. Mas podes entrar, se quiseres.

Ele disse que entrava, pois não me queria deixar sozinha neste momento porque sabia bem o que eu estava a passar.

Este não parecia o Shawn que eu conheci há um tempo atrás. Este Shawn era meigo, carinhoso e preocupava-se comigo.

- Shawn, posso fazer uma pergunta?

- Sim, diz.

- Ah… o teu pai?

- Oh… - vi nele uma cara de desespero, de tristeza, vi os olhos deles carregados de lagrimas. – O meu pai já não está cá.

- Desculpa. Lamento muito.

Abracei-o sem pensar, ouvia-o a soluçar, parecia que a dor se estava a transmitir e acabei por chorar também.

Perdi-me nos pensamentos por um bocado e lembrei-me de tudo o que tinha acontecido.

#FlashBack

- Aquela rapariga.

______________

Continua....

Espero que tenham ficado com curiosidade! Peço imensa desculpa por não ter publicado nada durante mais de um mês, mas não tenho tido tempo. Vou tentar começar a escrever mais apesar de ser um bocado dificil, por causa dos estudos.

Queria pedir que deixassem nos comentários o que estão a achar e aspetos em que posso melhorar. Obrigada!

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⏰ Última atualização: Nov 19, 2014 ⏰

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