Me Aceita

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Nervoso?

Em toda a minha vida acadêmica, profissional ou pessoal, eu nunca precisei muito desses termos, eu sou uma fonte de confiança. Menos quando o assunto é Elizabeth Kline, por isso sim, eu posso afirmar que eu estou realmente nervoso.

Eu não queria apressar as coisas, mas não dá mais pra me manter assim sem tê-la ao meu lado dia e noite, é angustiante que ela tenha que ir. Quando tudo o que eu mais quero é que ela fique.
Sei que as coisas não serão assim tão fáceis, mas eu preciso e aos poucos iremos construir tudo.
Olho mais uma vez tudo arrumado do jeito que eu e Anne planejamos, não foi fácil fazer isso sem que Elizabeth desconfiasse de nada, e ainda mais tendo Will de cara amarrada.

Sorrio já imaginado a cara da minha menina, eu sei que eu sou um fodido que tem uma vida perigosa, mas eu faria qualquer coisa para protegê-la, isso inclui dar a minha própria vida.

—Calma Oliver, vai dar tudo certo! —Falo pra mim mesmo, como se isso fosse realmente me acalmar, mas pelo contrário, isso só me deixa mais ansioso.
Escuto o barulho na porta e sei que é ela, meu coração dá um salto exorbitante dentro do meu peito, traidor, se não se controla como espera que eu o faça?

—Olie? -Ela chama com a voz fraca, certamente olhando tudo a minha procura. Me sinto lívido por não saber não prever o que ela me dirá assim que a pergunta que eu estou ensaiando a dias sair da minha boca.

—Aqui minha menina. —Seus olhos vasculham tudo e enfim param em mim, não seria louco de deixar tudo tão estampado assim. Ela é curiosa naturalmente e isso não teria como manter em segredo até que voltássemos. —Estava lhe esperando. —Ela arqueia a sobrancelha.

—Se você não fala querido. —Debocha sorrindo e eu não consigo fazer o mesmo, a tensão não me deixa agir de forma natural.

—Liz. —É uma forma que só eu a chamo e ninguém mais, Elizabeth para os desconhecidos, Beth para os conhecidos, Liza para os mais íntimos, como família, e Liz pra mim, só para mim, assim como eu sou Olie só pra ela. —Vamos? —Ela tira a blusa que cobre seu corpo em um vestido simples, mas muito lindo e delicado como ela. —Você está maravilhosa minha menina. —Ela cora como antes e eu acho que ela nunca irá perder esse jeito dela. Isso é muito bom, não mudaria nada da minha menina.

—Obrigada meu amor! Você também está lindo, agora vamos antes que a gente acabe se comendo aqui! —Dou risada por ser verdade e por ela ficar vermelha assim que termina de falar.

Escolhi um restaurante requintado e simples, ao mesmo tempo que preza o espaço dos clientes, eu quero a minha privacidade essa noite. Eu quero a perfeição e depois terminar essa noite da melhor maneira... na cama com a minha menina.

Ela parece nervosa e até mais do que eu que eu, fiz tudo achando que ela não iria descobrir nada. Bem, pelo menos eu rezava muito pra isso, o jantar foi o clima quase todo tenso e outra metade de risos contidos.

Quando disse que iriamos embora ela se prontificou e ficou de pé, e quanto mais se aproximava mais tenso eu ficava, louco de nervoso e certamente esqueceria de tudo o que ensaiei na frente do espelho, eu sabia que assim que minhas mãos tivessem a caixinha do anel eu tremeria, mas não pelos motivos de dúvidas da minha parte. E me atrevo a dizer que dela também não.

Ela me olha de solasaio quando eu pego um caminho diferente. Já consigo sorrir bem mais relaxado nessa altura do campeonato.

—Onde estamos indo? Não sabia que iríamos esticar a noite. —Curiosa ela questiona.

—Vamos só pegar uma coisa importante pra mim. —Ela sorri compreensiva, dirijo com a sua mão na minha e a cada sinal faço questão de beijá-la.

—Sua coisa importante está em um hotel? —Pergunta abismada assim que paramos em frente a imponente construção.

—Sim! Vamos até lá. —Ela sorri balançado a cabeça e não me contesta em seguir, agradeço mentalmente por isso.

—Tá legal!

Assim que chegamos na suíte que eu arrumei junto com Beth, meus dedos estão a ponto de dar um nó de nervosismo e de tanto que eu os aperto. Ela olha tudo sem entender nada, como a bela curiosa não perde tempo em escrutinar o quarto.

—Oli... Oliver o que significa tudo isso? —Pergunta de costas pra mim. Não perco tempo em me prostar de joelhos no chão com a pequena caixinha azul em mãos. Com o cenário do quarto todo enfeitado com as mais belas rosas.

—Beth eu... Bem ensaiei muitas coisas pra falar, mas eu sabia que esqueceria de tudo, e não estava errado, mas o que eu não me permito esquecer daqui por diante é que quero que você seja a mãe dos meus filhos. —Tenho sua total atenção, seus olhos merejados e os lábios levemente trêmulos.

—Olie... —Um soluço lhe escapa.

—Case comigo? —Ela chora mais, merda eu deveria ter feito isso do meu jeito e enfiando um anel no seu dedo enquanto a fodia, isso sim. —Beth... – Minhas mãos tremulam a espera de uma resposta que parece levar um século.

—É tudo o que eu mais quero. – Ela se joga nos meus braços me fazendo cair sob o meu corpo com todo o peso. —Sim... Sim... Sim. —Repete me fazendo acompanhá-la na emoção. —Eu te amo.
—Eu te amo. —Repito. —Vamos fugir e casar agora. —Convido, ela levanta em segundos.

—Nem pensar, eu quero o meu casamento nos mínimos detalhes. —Começa a falar com orgulho e eu só posso acompanhar seus passos com muito orgulho da minha futura esposa.

Rosa - Concluído Onde histórias criam vida. Descubra agora