A Primeira De Muitas

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Abro os meus olhos e sinto o cheiro e o barulho da chuva, o clima já estava dando indícios de que haveria uma grande chuva pela frente e bem, não foi nenhum engano. O cheiro que eu sinto mais além, não é só da chuva é comida, meu estômago protesta, olho por entre as janelas e vejo a escuridão, não por ser tão tarde, mas pela chuva.

-Acordou. -Me viro pra ver Oliver me olhando com uma bandeja nas mãos, meu estômago reclama mais ainda por sentir o cheiro tão perto, minha boca enche de água. -Trouxe algo pra você comer. -Fala dando risada e eu não me sinto envergonhada por estar com fome, algo que eu amo fazer é comer, mesmo que eu pretenda ser uma grande bailarina nunca tive problemas com o meu corpo. E não acho justo a gente se privar do que gosta pra caber nos padrões, que se dane os padrões.

-Eu estou mesmo com fome. -Falo também rindo, ele me observa atacar a sopa que ele preparou, que está divina e o tempinho está pedindo, mas a alguns minutos não precisávamos de nada pra esquentar, muito pelo contrário, aqui estava quente até demais. Fico vermelha com as lembranças e com os olhares que ele me dá nesse momento, parece até que sabe o que eu estou pensado.

-Eu sabia que iria acordar assim, afinal, você perdeu muita energia. -Fala dando um sorriso de lado, um verdadeiro cafajeste, mas muito lindo. E eu ainda quero muito ser dele, será que ele desistiu e por isso está fazendo isso? Paro a colher em direção a minha boca, ele alça a sobrancelha em minha direção. -Não pense bobagem, eu não vou voltar atrás, estou alimentando você pra não desmaiar, por que eu não vou parar quando eu estiver dentro de você...
Puta merda, engulo em seco e trato de entupir a minha boca de comida antes que eu fale alguma coisa vergonhosa.
-Não precisa ter medo, ou vergonha e sabe disso pequena Beth. -Concordo, mas é impossível segurar as minhas expressões em uma hora dessas. Ele pisca o olho para mim e se levanta, puxo os lençóis um pouco mais pra me aquecer já que estou ainda totalmente sem roupa.

-Beth eu... Avisei na sua casa que não iria hoje, eles acharam uma boa ideia por causa da chuva. -Fala, mas sei que não foi assim tão fácil então o questiono:
-Assim do nada?

-Beth.... Tenho certeza que Will desconfia, agora sim, mas olha, iremos falar com ele depois de hoje. Eu não tenho dúvida do que eu quero e você? -Questiona com as sobrancelhas arqueadas em minha direção.

-Nenhuma.... Nunca mais terei dúvidas.

Assim que eu termino a minha sopa feita por Oliver, ele me empresta uma camisa sua pra que eu tome um banho, meu coração vai palpitando mais a cada segundo, não é medo totalmente ou... Talvez seja!
Assim que termino vejo a minha cor em seu espelho, completamente corada, é assim que eu me encontro. Ter feito o que fizemos, talvez tenha ajudado nisso.

Sorrio com as lembranças, não me assusto ao ver no banheiro dele coisas que eu costumo usar e não são as minhas, ele deve ter comprado, ele sabia que eu iria precisar já tinha isso em mente o safado.
Babo totalmente ao sair e ver Oliver de costas pra janela, suas costas largas e o bumbum durinho, não vou negar que eu já o apertei, sorrio com os meus pensamentos... quem desperdiçaria a chance?
Ele vira em minha direção me mostrando que está atento a tudo, é desconfiado de natureza e qualquer coisa o põe em alerta.

-Apreciando a vista? -Repuxo meus lábios em um sorriso.

-Sim, você sabe que sim! -Ele me pega quando tento passar rebolando por ele, dou risada, mas pulo quando um clarão rasga o céu fazendo que eu me agarre mais a ele.

-Ora, ainda tem medo pequena? -Pergunta me abraçando, ele sabe que sim, eu sempre tive desde que meus pais foram viajar e eu não pude ir, nem fiquei com meus avós, fiquei com a baba. Chovia, eu morri de medo e ela não cuidava muito bem de mim, sempre tive medo de falar aos meus pais, ainda mais que ela só ficava quando eles saiam e era bem raro.
Ela me deixou só, saiu pra se divertir na casa do vizinho, hoje eu sei que eles tinham um caso na época achava que eram amigos, mas eu levo a marca até hoje da queda nas escadas, sorte que os meus pais não conseguiram viajar por causa da chuva.

Rosa - Concluído Onde histórias criam vida. Descubra agora