Rosa - Concluído

Delírio

Enfio as mãos em meus cabelos os desgrenhando de frustração ao vê-lo partir, amar esse é homem é confuso, é viver com uma espécie de raiva constante. Mas com a ajuda da minha mãe agora eu sei que eu posso, não que eu não pudesse ontem, mas eu estava bem confusa e só minha mãe pode me ajudar sem que o meu pai tenha um infarto.

Ainda mais por Oliver ser seu amigo. Só que sempre me recusei a chamar Oliver de tio assim como eu chamo o tio Seth, eu impliquei com ele por não entender o que eu sentia por ele, e talvez eu não quisesse sentir. Mas com o tempo eu percebi que o que sentia por Oliver, mesmo não tendo um nome, é forte.

—Beth, como foi? Conseguiu falar a ele? —Minha mãe pergunta ao se afastar de meu pai, estrategicamente.

—Não..., mas eu senti que ele sente algo por mim, nem que seja desejo, e ele me beijou. —Não era o meu primeiro beijo, o que me fazia ter raiva ao lembrar que o beijo que eu guardava pra ele, foi roubado de mim.

—Isso já é um passo grande querida, sabe... o seu pai foi tão determinado, o Oliver é assim, ele só não quer perder a amizade com seu pai, o Will e os outros que o acolheram em suas famílias. —Ela explica. —Você entende, não é meu amor?

—Sim mamãe, eu entendo.  —Ela sorri pra mim amorosa como sempre! Não importa, seja o que for comigo e o Noah, ela sempre tem o mesmo nível de amor e o papai então, não quero decepcionar ele, mas ele terá que aceitar os fatos, sou louca pelo Oliver.

Meu corpo está pesado, as minhas aulas foram adiadas por três dias no ginásio que eu ensino ballet. As meninas não tem condições, mas sonham em se tornar uma bailarina assim como eu. O local está em reforma, isso é bom, ficará melhor e com mais comodidade, não é porquê é de graça que tem que ser de qualquer jeito.

—Liz será que pode me dar uma força com o papai? – Noah pede entrando no meu quarto, menino sem educação.

—O que você aprontou agora?
—Uma briguinha na escola, coisa boba Liz. —Ele fala com a cara de anjo dele, que na verdade de anjo não tem nada.

—Me deixa fora dessa, e é melhor contar logo antes que o papai descubra. —Ele sai em disparada do meu quarto, dou risada.

Toco os meus lábios com os pensamentos no beijo ardente que Oliver me deu.
Desço e vejo o clima que está na sala, provavelmente Noah já contou o que aconteceu, nosso pai sempre é justo e quando ele passa dos limites com os ciúmes exagerados, dona Anne sempre o chama a razão.
Vejo eles saírem e não faço ideia do quão ruim exatamente foi a briga, mas papai tem um jeito certo de resolver tudo.

—Aí querida, seu pai saiu com Noah e me atrapalhou. – Ela sorri e não quero nem imaginar o que Noah atrapalhou, dou de ombros. —O Oliver não mandou mensagem?

—Não, mas isso não quer dizer que eu vou desistir, só porque ele tem medo... Eu já não tenho, só penso no papai.

—Aí seu pai, ele pode surtar..., mas eu posso dar um jeito nele. —Reviro os olhos, meu Deus, esses dois são como coelhos.

—Credo mãe, não quero saber. —Falo fazendo careta.

—Acho isso muito bom, minha filha, não tem que saber essas coisas agora. – Meu pai fala ao entrar na sala. Minha mãe alça a sobrancelha pra ele.

—Na idade dela eu já sabia. —Minha mãe cantarola, meu pai sorri e fecha a cara logo em seguida.

—Depois eu ac.... —O celular dele toca e seu rosto fica tenso, ele se afasta e eu olho pra minha mãe, depois de alguns minutos ele fala. — Oliver sofreu uma tentativa de assassinato. —Meu coração erra uma batida e sou a primeira a falar.