Sejam Bem Vindas

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Quando April chegou no topo do prédio que ficava na esquina da entrada mais próxima para o covil, tirou o cartão que tinha recebido do bolso. Pensou mais de uma vez se deveria mesmo prosseguir com o plano, porque duvidava da boa intensão dos Irmãos Tartaruga. Achava que talvez eles só quisessem reencontrar aquelas outras mutantes, tanto por curiosidade quanto pela intensão de seduzi-las e na verdade não estivessem interessados no novo aprendizado que ela receberia a partir daquele dia. Balançou a cabeça, não queria pensar aquilo de seus irmãos por que no fundo sabia que nunca precisaria questionar as decisões que tomavam em grupo, já que nunca tinha tido motivos para tal. Talvez só estivesse com ciúme. Sim, essa era a verdade. Sentia que agora não seria mais a única mulher dentro daquela toca e sabia que isso reduziria toda atenção especial que ela recebia diariamente, mesmo que sendo tratada como irmã, não como amante. Bom, pelo menos pela maioria deles.

Ela respirou fundo, o ar que saiu de sua boca era denso por causa do frio e mais uma vez ela balançou a cabeça para afastar todos os pensamentos que invadiam sua mente e afundavam seu estômago antes de ler o que estava escrito naquele cartão prateado:
"Para chamar, coloque contra a luz."

Ela estendeu o papel metálico contra a luz da lua, o pequeno pedaço brilhou. Nada aconteceu. Ela fez de novo, mais uma e mais uma vez. Nada. Sentiu a barriga esfriar: elas haviam desistido. April tinha rejeitado a ajuda e agora era tarde demais. Elas tinham ido embora e ela tinha perdido para sempre sua chance conseguir qualquer tipo de habilidade especial. Estava fadada para sempre a viver escondida e dependente de quatro homens para conseguir se defender, a partir daquele dia ela saberia que para sempre seria humilhada ao tentar se defender de nov--

"Uau, acalma aí o coração, gostosinha." Ela ouviu a voz suave vindo de suas costas. "Estávamos um pouco longe."

Ao se virar contemplou novamente a extraordinária visão que eram aquelas mulheres. Juntas pareciam algum tipo de pintura mística ou talvez um pôster do mais novo filme de ficção, as quatro guerreiras tinham uma postura que exalava total confiança, elegância e postura, olhavam para April com uma espécie de arrogância. Talvez pudesse se dizer orgulho. Ela fez a única coisa que parecia certa, colocou os joelhos no chão e fazendo o que havia aprendido como sendo a demonstração máxima de respeito, levou a testa ao chão, em posição total de reverência.

"Por favor, me ensinem."

"Levante-se, O'neil." Respondeu aquela que tinha longos cabelos negros e olhos brilhantes "Não quero te ver abaixando a cabeça para ninguém, nunca mais. Você não é mais uma aprendiz de ninja a partir de hoje."

Ela levantou a cabeça. Olhou para suas novas professoras e percebeu que estavam uniformizadas, usavam uma larga calça vermelha que mais tarde descobriria ser não uma calça, mais sim uma espécie de vestimenta tradicional japonesas conhecida como Hakama. Todas tinham o tórax descoberto e deixavam a mostra a parte de cima de seus plastões. Percebeu pela primeira vez que elas tinham os peitos completamente retos o que dava a todas uma certa aparência de postura alongada.

 Percebeu pela primeira vez que elas tinham os peitos completamente retos o que dava a todas uma certa aparência de postura alongada

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Um conto de Flores e EspadasOnde histórias criam vida. Descubra agora