Capítulo 8

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Sentada na enorme mesa quadrada da única DP de AnderWood, Sarah divagava por seus pensamentos, brincando com um copo de isopor entre os dedos

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Sentada na enorme mesa quadrada da única DP de AnderWood, Sarah divagava por seus pensamentos, brincando com um copo de isopor entre os dedos. A loira ainda tentava assimilar o que se passou entre ela e Henry naquela manhã.

Do outro lado da parede, observava atenta pelo vidro, outros quatro policiais tomarem nota enquanto o delegado fala. Olhando de relance para o relógio pendurado, percebeu que o homem já falava a mais de quinze minutos.

- O que temos até agora sobre Emma Baker? - Peter como sempre, fazia sua entrada triunfal, sem muita cerimônia.

- Caramba Peter, quando vai aprender a abrir essa porta direito? - Sarah olhou para o amigo que já está parado em frente ao quadro de fotos.

A mulher afastou alguns papéis que estavam à sua frente, e puxou um único envelope marrom.

- Juntei um material ontem à noite - informou Sarah, espalhando algumas folhas impressas, fotos de Emma e documentos na mesa. - Não é muita coisa, mas dá pra traçar um perfil...

- Bom trabalho detetive. - elogiou o delegado, entrando pela porta, e interrompendo Sarah. Isaac sorriu para a jovem, enquanto se aproximava. - Porque não pega mais um café para nós enquanto analisamos isso?

O silêncio pairou na sala. O único barulho possível de ouvir, eram dos ventiladores de teto girando e dos dentes de Sarah rangendo ao trincar a mandíbula. A detetive fitou o velho magro e comprido na sua frente, e decidiu naquele exato momento que não gostava de sua pessoa, nenhum pouco.

Quando a mulher apoiou as mãos na superfície da mesa e ameaçou se levantar, um dos policiais que estava parado na porta fez um gesto com a mão, para que ela continuasse onde estava.

- Não se incomode, Torres. Continua seu raciocínio que eu cuido do café.

Ele saiu antes que o delegado pudesse protestar. O barulho da cadeira reclinável, cortou o breve silêncio antes que Sarah, agora duplamente nervosa, seguisse com a explicação.

- Como eu ia dizendo, essas informações são importantes para que possamos traçar um perfil para a vítima. O que sabemos até agora é que Emma Baker, 27 anos, foi encontrada morta no bosque da cidade, em circunstâncias bem pertubadoras... - disse Sarah, arrastando algumas folhas pela mesa em direção aos dois homens. A detetive os encarou por um breve momento, antes de revelar mais detalhes. - Emma era filha de Gerald Baker, proprietário de vários imóveis na região.

Peter franziu o cenho, pegando um dos diversos documentos grampeados e correndo os olhos pelas linhas. O delegado fez o mesmo, enquanto a detetive separava algumas fotos do dia que o corpo foi encontrado.

- Cara, isso é muito cruel. - comentou Peter desviando o olhar para as fotografias, enquanto molhava a ponta do dedo na própria língua, virando a página do maço de folhas que estava lendo.

- Eles não moravam aqui, nenhum dos dois. O pai de Emm...

- Espera, espera... Vejam isso. - Peter desencostou da cadeira num súbito, cortando a fala da detetive, e colocando o papel sobre a mesa. Sarah se levantou e parou atrás do amigo, apoiando uma mão na superfície de madeira e outra no encosto. - Gerald vendeu dois imóveis, relativamente caros, para um mesmo morador de Anderwood.

- Tom Simmons... Sarah lê em voz alta.

- Exato. Um imóvel a mais de trinta anos atrás, e um outro imóvel a pouco mais de dois anos.

Neste momento o policial voltou com o café, e Sarah devolveu-lhe um sorriso agradecido. A detetive fitou o delegado Isaac, que pegava um copo na bandeja e levava à boca.

- Temos uma grande pista nas mãos - disse Peter, fazendo o velho sorrir e balançar a cabeça negativamente enquanto saboreava o líquido fumegante. - Quê? Esse cara pode ser a chave de tudo...

- O senhor Simmons? Impossível meu jovem. - O delegado deixou o copo sobre a mesa e ajeitou o cinto da calça. - Tom faleceu a alguns meses atrás, deixando tudo que tinha nas responsabilidades do seu único filho.

- Então precisamos falar com ele. A única ligação dos Bakers com AnderWood são esses dois imóveis. - sugeriu Peter olhando para o delegado, que se limitou a assentir com a cabeça.

Debaixo dos olhares confusos da dupla de investigadores, Isaac juntou todos os documentos, guardando-os novamente no envelope e devolvendo-o para a detetive. O homem arrastou a cadeira para trás se levantando, e apoiou os polegares na cintura da calça cinza.

- Quero que descubram a verdadeira rotina de Emma. Onde ela ia, o que fazia na semana, com quem conversava e tudo que parecer relevante. - Enquanto falava, o homem caminhou em direção à porta. - Precisamos saber se ela tinha alguma inimizade na cidade, e eu duvido muito que seja o Henry.

- Espera... O senhor disse Henry? - Sarah encarou o delegado que parou segurando a maçaneta.

- Ele mesmo, Henry Simmons, o atual dono do Motel Ander's e filho do velho Tom...

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