Capítulo 10

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Henry continuava escorado na porta, girando o copo de uísque na mão

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Henry continuava escorado na porta, girando o copo de uísque na mão. Ele sabia exatamente o que a detetive queria. Era uma questão de dias para que eles associassem os Barkers com os Simmons e viessem fazer perguntas. Contudo, ele tinha uma carta na manga.

Ele sempre tinha.

— O que exatamente nós começamos? — O barulho dos saltos de Sarah se chocando com o piso ecoava pelo salão à medida que ela se aproximava para que o homem a encarasse, mas ele mais do que depressa desviou o olhar, levando o copo à boca uma última vez antes de arremessá-lo pelo quintal. 

— Sabe, detetive... — Disse com um timbre de voz frio e ao mesmo tempo sensual demais para aquele momento.  — Você tem um perfume muito bom… 

Dando dois passos à frente, ele praticamente se debruçou sobre ela, usando o outro lado da porta como apoio. Passou o nariz pelos cabelos de Sarah, inalando profundamente o cheiro, como se quisesse gravar aquilo em um lugar que só ele tinha acesso.

A barba por fazer roçou no pescoço da mulher que, mesmo atormentada pela proximidade do homem visivelmente embriagado, mantinha a mesma postura.

— Vem, me deixa te ajudar, você está completamente bêbado. Os clientes não podem te ver assim…

— Tarde demais, você já me viu… — Ele segurou no queixo de Sarah, sorrindo. — Você é uma cliente né? 

— Não é hora pra brincadeiras, vamos pro quarto.

— Tão apressada, detetive. Temos a noite toda pela frente...

Sarah revirou os olhos enquanto passava o braço de Henry pelo pescoço. Tentar carregar uma pessoa naquele estado exigia mais força do que ela imaginava. Por sorte, o quarto dele era ao lado da escadaria e a ideia de enfiá-lo no chuveiro parecia o mais certo a se fazer no momento. 

Apoiando-se nela, o homem tropeçava nos próprios pés à medida que caminhavam em direção ao quarto. Quando finalmente chegaram, a detetive tentou fazê-lo se sentar na cama, mas ele caiu para trás, deitando no colchão com os braços abertos, como se seu corpo pesasse toneladas.

— Caramba, Henry!

Sarah colocou as mãos na cintura, parada em frente ao monte de músculos estendido na cama. Tudo o que ela precisava para terminar um longo e cansativo dia de trabalho era dar banho em um bêbado.

"Maravilha!", pensou.

Com cuidado para que ele não acordasse e dificultasse ainda mais o que já estava difícil, ela começou a despi-lo, deixando somente a boxer preta. Henry tinha um corpo de dar inveja a qualquer pessoa: o peitoral e o abdômen bem definidos combinavam perfeitamente com as pernas torneadas. Mesmo instigada a continuar admirando a cena, a detetive afastou aqueles pensamentos e focou no que se propôs a fazer.

— Vem, eu preciso que se levante.

Quando finalmente entraram no banheiro, ela o colocou dentro do box. Em uma fração de segundos Henry já estava sentado no chão de azulejos cinza, com a mesma expressão vazia de poucos minutos atrás. Sarah prendeu o cabelo num coque frouxo, arregaçando as mangas da camisa branca que vestia, e começou a girar o registro do chuveiro lentamente enquanto checava a temperatura da água. 

Motel Ander'sOnde histórias criam vida. Descubra agora