Capítulo 5 - Sobrecarga

31 5 26
                                    

Não me matem. Não me matem. Não me matem. Não me matem. Não me matem. Não me matem. Não me matem. Não me matem. Não me matem. Não me matem. Não me matem. Não me matem. Não me matem. Não me matem. Não me matem. Não me matem. Não me matem.

xx

Samira

No domingo, minha mãe me ligou logo de manhã, enquanto eu estava tomando café com Naiara e Érica. Então, voltei para o quarto com o telefone no ouvido.

— Mãe, oi.

Oi, minha filha. Como você está?

— Estou bem, e a senhora?

Bem também. Estou organizando nossas agendas para irmos para aí no fim de ano.

— Vocês vem para o natal?

Sim. Vamos ficar pro ano novo, mas infelizmente não poderemos esperar o aniversário do Jae.

— Ele vai entender.

Claro que sim. É um menino muito bom. E as novidades, minha filha?

Segurei-me para não dizer que era um homem muito bom. Mamãe às vezes parecia esquecer que Jaebum-oppa ia em breve fazer 26 anos. Em vez disso, foquei-me em algo mais importante que estava louca para contá-la.

— Então, mãe... Na verdade, tenho uma sim. Ontem fui a um encontro.

Sério? E como foi?

— Foi muito bom. — Até Kim Taehyung chegar, mas isso a gente deixa em off. — Ele é muito fofo, mamãe. Nossa. E atencioso.

Fico muito, muito feliz, minha filha! — Ela nem precisava dizer, eu percebia pelo seu tom de voz.

— E, mãe...— comecei, um tanto quanto receosa. — A gente fez sexo...

No primeiro encontro, Samira? Isso não é nada a sua cara...

— Eu sei, mas... Ele mexeu muito comigo, mãe. Na verdade, ele se formou no SOPA um ano antes de mim, e eu já via ele lá. Já tinha um crush nele... Mas não tinha coragem, sabe?

Entendo, minha filha. Mas olha que loucura. Dois anos atrás você tinha uma quedinha e agora sai com ela. Deus realmente faz as coisas acontecerem.

— Sim. Sim. — Sorri.

Era domingo, o único dia que mamãe tinha de folga. Não era pra menos, ela trabalhava que só Deus, porque cuidava tanto da franquia de lojas de roupas Scarlatti quanto da rede de escolas. Eu admirava muito minha mãe, porém realmente não sabia se seria capaz de ser como ela. Ficar mexendo com finanças e papéis não parecia pra mim. Mas talvez fosse chegar um momento no qual eu não tivesse escolha.

Ficamos conversando por um bom tempo. Acabei voltando para a cozinha ainda falando com ela, porque sabia que não ia ser rápido e Naiara estava cozinhando para nós. Porém, não consegui ficar lá um segundo ao sentir o cheiro, que me deixou totalmente enjoada. Fritura! Eu sempre gostei desse cheiro, por mais estranho que considerassem, mas aquele óleo parecia simplesmente diferente, horrível. Tive que ficar no quarto, com a porta fechada durante toda a ligação.

Desliguei apenas após longos minutos, sem querer ir para a cozinha. Porém, Naiara não me deixou ficar presa no quarto, obrigando-me a ir comer. Eram bolinhos fritos, bolinhos de arroz, e ela já me serviu sem que eu sequer pedisse.

— Vamos fazer maratona de doramas? — sugeriu Érica, ignorando meu milésimo pedido para que ela comesse os meus bolinhos. Eu simplesmente olhava para aquele trem e queria ficar bem, bem longe. Estava a ponto de jogar no lixo, mas a culpa era maior. Como jogar comida fora com tanta gente passando fome no mundo? Seria uma monstruosidade.

Scarlatti (BTS - Jungkook x O.C)Onde histórias criam vida. Descubra agora