Cap 12

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Eu adoro o Natal! E cá estamos! Lembro-me de como eram os natais em São Martin, eu e a mamãe trabalhavamos muito mas na hora da ceia eu e ela éramos convidadas, sentavamos juntas a família Campus Salles e ceiavamos ali, ao fim, o buffet ficava com toda a bagunça e nós íamos todos pra sala, me lembro de um Natal em que eu ganhei um vestido de presente, eu adorei! Todos os meus vestidos eram de chita, a minha mãe mesma fazia-os para mim; quando dona Maria Clara me deu aquele lindo vestido de veludo vermelho, eu fui nas nuvens.

Assim que chego em casa voltando do trabalho, tiro o casaco, ligo o aquecedor, tomo aquele banho, esquento as sobras de macarrão com queijo no micro-ondas, ponho uma camisola, me sento no sofá com meu macarrão e começo a abrir as correspondências que peguei com o porteiro lá embaixo.



Moro no décimo terceiro andar em um apartamento de três cômodos, bem pequeno porém muito aconchegante. Os três primeiros envelopes são contas de água, energia e Internet. Depois tem uma caixinha com um livro que eu pedi a séculos. Recolho todos os envolpes vazios que estão no chão e vejo um ainda fechado embaixo do sofá, era vermelho ; abro e vejo que é um cartão de Natal, ele tem um papai Noel fofo e toca uma musiquinha com uma pequena luz vermelha que fica piscando. Dou mais uma beliscada no macarrão e resolvo ler :

"Para: Esmeralda

O Natal chegou! E com ele, a vontade de ter todos que amamos bem juntinho! Você faz parte disso! Contamos com a sua presença para a nossa ceia de Natal!

Calorosamente Maria Clara Campus Salles"

A típica tosse de alguém que se assusta com alguma notícia, foi o que aconteceu comigo. Depois da tosse repentina volto as minhas atenções pada o meu singelo jantar logo me vem a cabeça se devo ou não voltar a São Martin sei que terei milhões de lembranças indo até lá. Por outro lado não quero passar o Natal sozinha e por outro lado ainda... Tem o fato de que eu devo muita gentileza a todos os Campus Salles, não ir a essa ceia seria deselegante. O telefone toca. Corro para atender.

-Alô?!

Digo em pé, perto da pia com o fio do telefone enrolado nos dedos.

-É Nanda!

Maria Fernanda diz do outro lado da linha.

-Ah, oi Nanda!

-Você recebeu o nosso convite de Natal?

-Recebi sim e obrigada...

- Eu tô meio na duvida se vou ou não...

- Pelo amor de Deus né Esmeralda?! É claro que vai! Poxa todo mundo vai tá lá!

-Todo mundo até a Lara... Desculpa Nanda, eu sei que ela é sua prima e que você gosta dela... Mas você sabe o quanto ela já me fez mal.

-A casa não é dela! A fazenda é gigante! Eu tô morrendo de saudades de você e a mamãe também! Aaah e o Ed vai chegar de viagem também vai passar o Natal com a gente lá ...

-Mais um motivo para eu não ir! Eu não posso nem chegar perto do Edgar!

-Medo de não resistir é?

Ela diz sorrindo.

-Ai Nanda para! É só que depois de cozinhar ele por tanto tempo, eu nem tenho mais cara de olhar pra ele e depois eu prometi pra mim mesma que não ia dar esse desgosto pra sua mãe!

-Só você mesmo pra achar que a minha mãe ia se importar com você e o idoso do meu irmão juntos.

-Eu não me sinto bem...

 𝔼𝕤𝕞𝕖𝕣𝕒𝕝𝕕𝕒Onde histórias criam vida. Descubra agora