Cap 02

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Seis horas da manhã de sábado, estou acordada a uma hora, eu e mamãe estamos na cozinha da mansão, a mesa do café já foi posta, sob a sombra das mangueiras próximas ao jardim, tem de tudo: queijo, bolo de laranja, morangos frescos, bolo de chocolate, doce de leite, milho cozido, café com leite, salada de frutas, sucos variados, iogurte, pães quentinhos, pão de queijo bolo de milho e muitas outras iguarias, tudo feito por mim e mamãe, e todos os ingredientes foram produzidos aqui, amo como a nossa terra nos dá tudo que precisamos.

Os convidados de honra e os noivos que vão ficar hospedados aqui até o dia do casamento chegaram em alguns minutos; o noivo e a noiva, a filha dos patrões, o filho mais velho dos patrões, meia dúzia de convidados e a maléfica Lara. Espero que todos consigam se aconchegar nos quartos.
Lara  é uma sobrinha do seu Teodoro, sempre tratou mal aos empregados, humilhando-os, fazendo com que eles repetissem todo o serviço, sendo rude com palavras, desde criança, Lara vem a fazenda, por ser da idade de seu Demétrio, seu Teodoro a tem como filha. Não odeio essa moça mas confesso que ela não me  deixou saudades.
Voltando à cozinha, eu e mamãe estamos dando continuidade ao almoço, vamos servir costela de boi assada no forno com ervas, macarronada, e purê.

Ouço os carros chegando no jardim, pessoas conversando em um pequeno burburinho.

-Está ouvindo filha? São eles!

-Sim mamãe estou ouvindo.

-Então, é o seguinte, termina de temperar as costelas que eu vou lá fora ajudar a conduzir todos aos seus aposentos.

-Tudo bem.

Mamãe sai, e fico sozinha com as panelas.

A cozinha fica bem contramão a entrada da mansão então, nem os vejo passando para seus respectivos quartos. Alguns minutos depois mamãe aparece na cozinha :

-Esmeralda vamos retirar a mesa, todos já terminaram, foram passear de gipe por todas as terras dos Campus Salles.

-Okay mamãe.

Depois de retirar a mesa no jardim e por a costela no forno, lembro de um detalhe do qual dona Maria Clara havia me pedido para não esquecer, levar o Chantilly caseiro para o frigobar no quarto de seu filho mais velho ; pego a pequena taça e subo até o terceiro andar, abro a porta e entro devagar, colocando o creme dentro da pequena geladeira que ficava no canto do quarto, assim que me viro, um susto!
Um homem alto, muito alto, de pele clara, cabelo escuro, muito escuro e liso, lábios finos, barba por fazer, de olhos verdes, porém aquele verde acinzentado o qual você só percebe que é mesmo verde quando chega bem perto; o homem está parado, encostado na porta do quarto, nu da cintura pra cima, com os braços cruzados e um abdômen definido cheio de gominhos à mostra. Ele está muito sério.
Respiro fundo, engulo seco, pisco várias vezes consecutivas os olhos.

-De... Desculpe senhor, eu só... Só vim deixar o chantilly na geladeira.

Ele me olha como se quisesse me matar, seus olhos são tão intensos...

-E quem é você?

Ele pergunta ainda estático, de braços cruzados.

-É.. Eu... Eu... Eu não sou ninguém, eu só trabalho aqui.

-O seu nome é só "trabalho aqui?"

Ele pergunta sarcástico.

-Esmeralda. O.. O meu nome é Esmeralda.

 𝔼𝕤𝕞𝕖𝕣𝕒𝕝𝕕𝕒Onde histórias criam vida. Descubra agora